sábado, 19 de dezembro de 2009

Férias Coletivas Ecobio

A Ecobio entrará em férias coletivas no período de 19/12/2009 até 03/01/2010, retornaremos as atividades a partir do dia 04/01/2010, os clientes do site poderão fazer o pedido normalmente.
Lembramos também que nosso telefone que estava com problemas (55) 3557-1001, está funcionando normalmente agora.

Agradecemos a todos e desejamos um feliz natal e um próspero ano novo.

Atenciosamente


Equipe Ecobio.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Para cuidar do coração e manter o peso

As gorduras e os carboidratos, quando ingeridos em excesso, estão relacionados ao acúmulo de tecido adiposo no organismo. Porém, as recomendações nutricionais que restringem o consumo de gordura animal - colesterol e ácidos graxos saturados - também não contribuíram para a redução da obesidade e doenças cardiovasculares entre a população.

A análise dessas enfermidades deve ir mais além do que a ingestão exagerada de determinados nutrientes, considerando a qualidade da dieta como um todo e a qualidade de vida do paciente no que diz respeito aos aspectos emocionais e ao sedentarismo.

As gorduras oferecem um poder de saciedade e não podem estar em desequilíbrio na dieta, pois esse desequilíbrio leva ao aumento do consumo de carboidratos. Do ponto de vista quantitativo dietético, a causa da alta taxa de obesidade nas sociedades contemporâneas está no alto consumo de carboidratos. Quando se orienta um baixo consumo de gordura e colesterol na dieta, a necessidade de calorias é compensada com um aumento no consumo de carboidratos (cereais, massas e açúcares) o que pode levar ao aumento da taxa de triglicerídeos. Outros aspectos da dieta contemporânea merecem relevância, como a grande quantidade de produtos industrializados e a baixa ingestão de alimentos frescos, de cereais integrais, de frutas e de verduras. É esta dieta que tem sido incorporada por muitas outras culturas.

A hipótese levantada pelo pesquisador Ansel Keys, na década de 70, de que a ingestão de gordura animal está diretamente ligada ao aumento de doenças cardiovasculares deve ser revista. Sem dúvida, o excesso de gordura animal é prejudicial ao organismo, assim como a carência ou excesso de qualquer nutriente. Porém, as causas dietéticas dessas doenças devem ser consideradas globalmente dentro da nossa dieta que é pobre em fibras que influenciam na absorção das gorduras; rica carboidratos de rápida absorção que interferem no metabolismo das gorduras e deficiente em minerais e vitaminas de ação protetora das paredes dos vasos, antioxidante, hipocolesteronêmica e controladora da homocisteína. O alto nível sangüíneo dessa substância tem sido relacionado com a tendência de formar coágulos e placas ateróides. A homocisteína é uma proteína cujos níveis estão aumentados no caso dos pacientes com hipercolesteronemia e tem íntima ligação com o LDL colesterol, o colesterol chamado de maléfico.

Sabe-se, também, que a ingestão de gorduras vegetais hidrogenadas e margarinas não garante níveis equilibrados de colesterol, devido à presença de ácidos graxos trans, de ação comprovadamente hipercolesteronêmica. Além do mais, é preciso considerar que a causa das doenças cardiovasculares é multifatorial e o desequilíbrio alimentar é somente uma de suas causas, junto com o sedentarismo, o fumo e a tensão. Alimentos light, óleos com baixo teor de triglicerídeos, leites enriquecidos com ômega-3 e margarinas funcionais com fibras e baixo teor de ácidos trans aparecem entre muitos novos produtos milagrosos veiculados por um marketing envolvente. Estes produtos continuam a ser uma desesperada luta contra o crescente aumento da obesidade e das doenças cardiovasculares. São inacessíveis para a maioria da população pelo seu alto custo, tem grande quantidade de aditivos sintéticos (como no caso da margarina) e favorecem os interesses do complexo médico-industrial e da agroindústria baseada no Padrão Técnico Moderno de agricultura.

Para promover a saúde cardiovascular, orienta-se consumir as gorduras em proporção adequada, evitando os alimentos industrializados e priorizando, sempre que possível, os frescos de origem integral e orgânica:

Consumir alimentos ricos em vitaminas B para equilibrar os níveis de homocisteína no organismo e boas fontes de iodo para ativar a função da tireóide (cereais integrais, peixes frescos, sal marinho integral, leguminosas);

Ingerir fontes de fibras, vitaminas e minerais para manter as artérias menos suscetíveis a rupturas: amêndoas, nozes, sementes de linhaça, gergelim, girassol, cereais integrais, frutas secas e frescas e grande variedade de verduras;

Incluir fontes de ácidos graxos saturados e insaturados: carnes e ovos orgânicos, manteiga, leite integral e derivados, óleos de coco, de palma, de alho, de gergelim, de girassol e de grãos pressurizados a frio, sementes, nozes e frutas oleaginosas;

Restringir ao máximo o uso de pães, massas e cereais refinados, açúcar branco, margarina e alimentos à base de gorduras hidrogenadas. Preferir sempre cereais e pães integrais;

Utilizar, para o cozimento, o mínimo de óleos vegetais pressurizados a alta temperatura. Adicione óleos pressurizados a frio, de oliva ou manteiga, ao final das preparações;

Respeitando o ritmo arcadiano da função hepática, ressaltamos que o melhor horário para a ingestão de gorduras em geral é entre 3 horas da manhã e 15 horas, quando o fígado prioriza a digestão desse nutriente. É consenso que uma refeição rica em gorduras, à noite, interfere na qualidade do sono;

De forma geral, as frituras em excesso e a ingestão desequilibrada de gorduras, bem como de qualquer nutriente, deve ser restrita, especialmente numa dieta pobre em fibras. Porém, nenhum nutriente específico faz mal. A gordura não foge a essa regra. O importante é o equilíbrio de nutrientes numa dieta qualitativa e quantitativamente equilibrada;

Produtos light e desnatados só devem ser ingeridos por curto tempo, em caso de dietoterapia e orientação específica. Junto com a nata do leite, por exemplo, encontram-se as vitaminas lipossolúveis - A,D, E e K - que se perdem nos leites e iogurtes desnatados, tornando-os produtos de menor valor calórico e também desequilibrados em nutrientes;

Os queijos mais indicados são os queijos brancos integrais e a ricota, por sua melhor digestibilidade e pela ausência de aditivos químicos sintéticos. A manteiga, sem dúvida a melhor fonte de gordura para usar no pão integral, deve ser ingerida crua ou somente derretida, nunca frita. Acrescente-a somente ao final de preparações culinárias e seu consumo deve ser associado a uma dieta rica em fibras;

Idealmente, a melhor maneira de se utilizar óleos em geral é no final das preparações, sem aquecimento prolongado que modifica a sua estrutura e forma os radicais livres. Como já mencionado, os óleos ideais para o cozimento são os de grãos pressurizados a frio e os óleos de palma e de coco. Devido à dificuldade de obtenção no mercado podem-se utilizar os óleos vegetais em pequena quantidade - especialmente os óleos de milho, girassol e arroz.


Entre outras fontes de óleos vegetais pressurizados a frio estão os óleos de gergelim, linhaça e alho, excelente fonte de vitamina E e os ácidos graxos insaturados. Os óleos de girassol e de palma, já disponíveis no mercado interno, também apresentam excelente valor nutricional.

O azeite de oliva, especialmente o pressurizado a frio, extra virgem, deve ser utilizado de preferência cru, nas saladas ou no final das preparações por suas excelentes qualidades terapêuticas e para manter seus óleos etéricos e vitalidade.

Ao refogar os alimentos, evitar aquecer demasiadamente a gordura ou o óleo, colocando um pouco de água na panela. As frituras devem ser de ingestão eventual na dieta, pois o superaquecimento dos óleos produz substâncias tóxicas ao fígado, como a acroleina. Evitar reutilizar óleos de frituras.

As castanhas, nozes e sementes (linhaça, gergelim, girassol) e frutas, como o abacate, constituem boa fonte de gorduras, além de oferecerem proteína, fibras e fitoquímicos de ação anticancerígena e antioxidante. Seu uso deve ser incentivado para enriquecer e diversificar a dieta.

Por fim, para manter o peso e a saúde cardiovascular é necessário fazer exercícios físicos regulares e controlar o cigarro e os níveis de estresse.

Essas recomendações são gerais e não substituem orientações terapêuticas específicas no caso de enfermidades. Cada caso deve ser avaliado individualmente, sendo necessária, algumas vezes, a restrição de gordura animal no início do tratamento até que o paciente se reequilibre em diversos níveis e possa voltar a consumir tal nutriente.

É conveniente ressaltar que a prevenção da obesidade, dislipidemias e doenças cardiovasculares e crônico-degenerativas começa na infância com a manutenção de um instinto alimentar sadio e a implantação de hábitos saudáveis dentro da estrutura familiar.

Fonte: Portal do Orgânico

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Compra de orgânicos: Ir ao SUPERMERCADO é fazer POLÍTICA

Um ato político é aquele que visa um fim, e mesmo quando não sabemos disso ou de explicita vontade não estamos preocupados com isso, nosso ato pode ser político. Falar que o “supermercado é político” é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de duas conseqüências do conhecimento: liberdade e responsabilidade.

Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais.

O artigo “Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais”, publicado no “Jornal de Medicina Alternativa”, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do “Environmental Group”, atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.

Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.

Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exporta a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos.

A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos. Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consomem quatro vezes mais água.

Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.

Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo. Nem o peitinho de frango se salva.

Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipo de produção de alimentos queremos e que tipo de empregos queremos financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.
Samantha Buglione
Slow Food Convivium

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Férias Coletivas na Ecobio

Durante o período de 19 de dezembro até dia 03 de janeiro a Ecobio entrará em férias coletivas, estaremos retornando as atividades normalmente apartir do dia 04, os pedidos que serão encaminhados pelo site atenderemos normalmente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O que é agricultura orgânica

Sistema de produção que tem por objetivo preservar a saúde do meio ambiente, a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo.

Uma das questões que a distingue da agricultura tradicional é a não utilização de agrotóxicos

A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Exclui, portanto, o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.

Nesta prática agrícola está contemplada a preocupação com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plantas. Entende-se que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, implicando adoção de técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas.


No Brasil

O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. Como fornecedor é o sétimo colocado no Mercado Comum Europeu. Atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente US$ 70 milhões. Já existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares.

O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de US$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%.

O apoio à produção orgânica está presente em diversas ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica.


Produção

A consolidação da agricultura orgânica no Brasil representa um aumento na oferta de produtos reconhecidos por instituições certificadoras e outros segmentos aptos a disputarem os competitivos mercados internacionais.

A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de alimentos exige que procedimentos regulamentares sejam estabelecidos de forma a assegurar aos componentes da cadeia produtiva a transparência nas trocas.

Nos últimos dez anos, governos e sociedades de diversos países, inclusive o Brasil, tem discutido o papel do Estado na produção, distribuição e consumo dos produtos orgânicos. O assunto envolve questões de políticas publicas particularmente àquelas ligadas aos procedimentos de regulamentação.

A legislação brasileira para produtos alimentícios, dispõe da Lei 10.831, assinada pelo Presidente da República em 23/12/2003 que dispõe sobre a agricultura orgânica, Lei que já se encontra em fase final de regulamentação.

Este procedimento é importante porque é o que vai oferecer elementos para que o mercado, de maneira geral possa ter a garantia de que está adquirindo um item que obedece às normas legais estabelecidas para o produto orgânico.


Condições da economia e tendências do setor

O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. como fornecedor é o sétimo colocado no mercado comum europeu. atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente us$ 70 milhões. ja existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares.

O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de us$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%.

O apoio à produção orgânica está presente em ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica.

No entanto, se considerarmos o cenário mundial de aumento da demanda de alimentos, notadamente proteínas animais e insumos para a sua produção, as perspectivas serão altamente favoráveis para o aumento da participação brasileira sobretudo nos mercados de frutas tropicais, carnes em geral e outros produtos básicos.

Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os produtos relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em especial aqueles relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade. Como decorrência, crescem as demandas por processos de certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos induzidos pelos consumidores.

Baseados na preferência do consumidor começa a existir grandes oportunidade para novos produtos não tradicionais, principalmente aqueles voltados para exportação e para nichos de consumo emergentes no mercado interno.

Os números são expressivos, mas mesmo considerando o rápido crescimento dos últimos anos, o segmento de alimentos orgânicos ainda pode ser considerado como um nicho de mercado. As vendas de orgânicos representam apenas uma pequena parcela do total de alimentos vendidos, não mais que 3 a 4%. Os dados indicam que existe um potencial enorme de crescimento para este setor em todo o mundo.Os desafios da produção orgânica estão na ampliação do que ainda é considerado "nicho", não passando de 1% a 2% do mercado de alimentos. Os recentes estudos concluem que o crescimento de produtos ocorre principalmente em países industrializados. Neste sentido, o desafio é desenvolver mercados locais, sobretudo em países considerados "em desenvolvimento".

Fonte: Sebrae

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Elizabeth Hurley vira fazendeira e lança linha de produtos orgânicos

Elizabeth Hurley deu um tempo dos tapetes vermelhos pela vida no campo. A modelo transformou uma fazenda de 400 acres em Gloucestershire, Inglaterra, em produtora de produtos orgânicos e está adorando a nova fase.

De acordo com o jornal Daily Mail, ela é dona da propriedade há seis anos, mas só agora resolveu se mudar para lá. Elizabeth define que o tempo ao lado do marido, Arun Nayar e do filho de sete anos, Damian, no campo é "tão divino que não sabe por que viveu em Londres por tanto tempo". A atriz também garante que, atualmente, fica muito mais confortável com galochas do que vestindo um biquíni.

Além dos produtos orgânicos, ela revela que lançará, em breve, uma linha de produtos integrais.

"Nunca fiz dietas loucas, mas estou mais cheinha do que antes. Há uma mudança enorme no seu metabolismo após os 40 anos e, pela primeira vez, estou prestando atenção no que como", diz. Ninguém percebeu, Elizabeth!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Organizações reagem contra Projeto de Lei que retira rotulagem de transgênicos

Os consumidores brasileiros podem perder o direito de saber se o alimento que está consumindo contém ou não ingredientes transgênicos. Isso porque já está na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL 4.148/2008) que restringe as informações sobre transgênicos nos rótulos de produtos que contenham tais componentes.

Para proteger o direito de consumidores e produtores de alimentos livres de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), organizações entregam, na quarta-feira (18), uma "Moção pelo Direito de Saber" aos deputados. De acordo com as organizações firmantes, o PL 4.148/2008 - de autoria do deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS) - "pretende negar o direito do consumidor à informação sobre a presença de transgênico.

Segundo a moção, o Projeto de Lei, além de não ter sido discutido com a sociedade, fere a própria vontade dos consumidores que desejam saber se o produto consumido contém ou não ingrediente transgênico. Para Andréa Salazar, consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a ideia da moção é alertar os deputados sobre a rejeição da população ao PL. "Muitas pesquisas de opinião mostram que os consumidores querem saber se tem transgênico ou não", afirma.

O PL de Heinze não obriga a informação sobre a espécie doadora do gene em embalagens de produtos com OGMs. Além disso, não obriga a rotulagem de alimentos destinados a animais, assim como de produtos feitos a partir de animais nutridos com rações contendo OGMs. Andrea ainda destaca a mudança de critério para saber se há ingredientes transgênicos ou não no produto. "O mais grave do PL é que ele muda o critério de detecção de produtos transgênicos", afirma.

A consultora explica que, hoje, o princípio utilizado para a rotulagem é o da "rastreabilidade", ou seja, consiste no rastreamento da origem dos componentes do produto final. No entanto, o Projeto pretende mudar essecritério, adotando o da "detectabilidade", o qual obrigaria a indicação de transgênicos apenas para aqueles alimentos que, no produto final, apresentassem OGMs.

O problema, de acordo com Andrea, é que muitos transgênicos não são detectados após o processamento final, como acontece nos casos de óleos e margarinas. O receio da consultora é que, sabendo disso e com o PL, as indústrias alimentícias desviem os grãos para esses produtos, que não seriam rotulados. "Não querem que os consumidores saibam quando o alimento é transgênico", comenta.

Atualmente, a população brasileira ainda tem direito de informação assegurado pelo Decreto Federal n° 4.680/03. A medida estabelece que o produto com 1% ou mais ingredientes transgênicos na composição deve ter uma indicação no rótulo. Assim, os alimentos com OGMs devem trazer, no painel principal, expressões que informem ao consumidor a origem e a composição transgênica. Além disso, deve conter um símbolo padronizado que indique o conteúdo transgênico, representado pela letra "T" preta dentro de um triângulo amarelo.

Tal símbolo também é alvo de críticas pelo Projeto de Lei em questão. Isso porque, segundo o Projeto, o símbolo pode prejudicar até mesmo a comercialização internacional do produto com ingrediente transgênico, "uma vez que o Brasil é o único país do mundo a adotar um símbolo de alerta em produtos aprovados para o consumo humano".

Além disso, o PL considera que o símbolo gera uma ideia de "nocividade" ao alimento, prejudicando, assim, a venda. "Esta correspondência entre o símbolo (triângulo amarelo e preto) e suposto 'risco' de consumo afeta a imagem de qualidade dos produtos, bem como, a exigência da cor a amarela gera altos custos com embalagens, haja vista que, muitas vezes, esta cor não compõe a rotulagem usual dos produtos.", considera.

Fonte: Adital - por Karol Assunção

sábado, 5 de dezembro de 2009

O que são aditivos químicos sintéticos?

No processo de industrialização, substâncias conhecidas por aditivos sintéticos são usadas para baratear o produto, garantir sua conservação e aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

Nos supermercados e entrepostos de comercialização, dificilmente se encontra um alimento processado que não contenha algum tipo de aditivo químico sintético, descrito nos rótulos em letras minúsculas ou siglas indecifráveis como os P.I., EPX, A-I, CT- II, entre outros. São cerca de 3800 aditivos utilizados como cosméticos para atrair os sentidos e mudar texturas (corantes, flavorizantes, adoçantes, emulsificantes e estabilizantes), como preservativos para aumentar o tempo de vida útil do alimento (antioxidantes) e como agentes que auxiliam nos processos industriais (aditivos que evitam que o alimento grude no maquinário, por exemplo).

Os aditivos fazem parte da composição da maioria dos produtos alimentícios, até mesmo entre aqueles conhecidos erroneamente como "naturais". São substâncias baratas que conseguem agregar valor a um alimento aparentemente simples. Um aroma de baunilha ou de amêndoas pode transformar simples ingredientes como a farinha de trigo, a gordura hidrogenada e o açúcar em produtos bastante atraentes para o consumidor.

Desde o início do século 20, agentes químicos são usados na indústria alimentícia. O cloro é usado para clarear as farinhas e o bromato para melhorar a qualidade de panifício. Amaciantes, como mono e diglicerídeos, retardam a aparência do alimento velho e o propionato de cálcio previne o mofo.

Atualmente um dos grandes objetivos desses aditivos é produzir substâncias que imitem diferentes sabores e cores; assim uma batata frita pode ter gosto de carne defumada ou queijo, uma bolacha de trigo pode ter sabor de pizza e um iogurte de morango pode ser rosa choque, por exemplo.

Sua utilização crescente preocupou os órgãos ligados à área da saúde pública a ponto de, já em 1957, a Organização Mundial da Saúde ter promovido um encontro de especialistas em aditivos alimentares, na cidade de Genebra, para discussão sobre os riscos da sua utilização. Em 1962, criou-se a Comissão do Código Alimentar que determinou os aditivos permitidos e as doses máximas diárias consideradas inofensivas ao ser humano. Com base neste trabalho, o governo brasileiro elaborou, em 1965, a primeira regulamentação para o uso de aditivos no país. Diversas atualizações têm sido feitas como autorizações para extensão de uso e inclusão de aditivos na legislação brasileira. Em 1998, um grupo de trabalho foi instituído com a finalidade de atualizar a legislação brasileira quanto ao uso de aditivos; propor regulamento técnico que consolide, harmonize e atualize os limites, as funções e o uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia para cada categoria de alimento; avaliar os pedidos de inclusão e extensão de uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia; e subsidiar a posição brasileira em reuniões internacionais, tais como Mercosul e Codex Alimentarius.

Poucos aditivos foram excluídos dessa listagem e o rastreamento e o controle do uso dessas substâncias são precários. Escassas pesquisas sobre o poder cumulativo dos aditivos nos seres humanos vêm sendo realizadas, apesar das denúncias crescentes por parte de muitos profissionais da área de saúde.

Devido a recorrentes boletins de denúncia sobre a toxicidade e os efeitos adversos dos aditivos, a FDA (Food and Drugs Administrration) estabeleceu, em 1985, um sistema de monitoramento para melhor acompanhar os efeitos dos aditivos e receber as queixas de sintomas diversos dos consumidores nos Estados Unidos. A grande maioria das queixas recebidas diz respeito ao uso do aspartame, dos sulfitos, do glutamato monossódico, dos nitratos e de alguns corantes como o carmim.

Aditivos como os nitratos, utilizados nas carnes congeladas para manter a cor, provocam náuseas e irritação gástrica, além de esconder a putrefação das carnes. Os nitratos convertem-se em nitrosaminas, substâncias de comprovada ação cancerígena. Os sulfitos são utilizados para manter o frescor das frutas e verduras in natura e evitam a descoloração e a fermentação das frutas secas e do vinho. Os sulfitos, considerados seguros até o início dos anos 80, foram identificados por pesquisas do FDA como agentes na etiologia de reações alérgicas e asma. Em 1985, o Congresso Americano forçou o FDA a banir os sulfitos das frutas e verduras in natura, mas seu uso continua liberado em batatas, frutas secas e vinho. O BHT e o BHA são substâncias químicas com ação antioxidante, adicionadas aos óleos e aos alimentos gordurosos para prevenir a rancificação dos mesmos. A Agência Internacional em Pesquisa de Câncer, ligada a Organização Mundial da Saúde, listou essas substâncias como potentes carcinogênicas para os seres humanos.

O benzopireno é outro potente agente carcinogênico, utilizado na defumação artificial de carnes, peixes, presuntos e embutidos em geral. Na Islândia e no Japão o consumo desses produtos é elevado e a alta prevalência de câncer de estômago no país é relacionada, em alguns estudos, ao consumo de defumados.

Os poucos estudos disponíveis indicam diferentes repercussões sobre a saúde humana.

Estudo recente brasileiro apresentado no Caderno de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz ressalta alguns resultados abaixo apresentados:
Alguns aditivos alimentares podem induzir à urticária e angioedema em indivíduos suscetíveis.

Entre os corantes considerados responsáveis por alterações no comportamento humano destacam-se: tartrazina, amaranto, vermelho ponceau, eritrosina, caramelo amoniacal.

Conservantes como derivados do ácido benzóico e os ácidos sulfídrico e sulfito podem induzir à hiperatividade.

Os antioxidantes sintéticos também são considerados fatores de risco para transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, especialmente em crianças.

As nitrosaminas e os antioxidantes BHA (butil hidroxianisol) podem provocar danos e mutações no DNA levando a neoplasias (câncer). Corantes artificiais, como eritrosina e a tartrazina, também apresentam potencial carcinogênico.

Existem outras pesquisas que relacionam o consumo de sulfitos a alergias e asma e o corante carmim, a reações alérgicas e choque anafilático em pacientes hipersensíveis.

O glutamato monossódico é associado a prejuízos neurológicos em crianças, além de isquemia, mal de Alzheimer e Parkinson em adultos. Estudos associam o glutamato a lesão cerebral, além de congestão facial, sensação de queimação no rosto, dor de cabeça, náuseas, palpitações, suores frios, tonteira e sensação de fraqueza.

Experiências em laboratório já mostravam, em 1991, que o ciclamato, o aspartame e a sacarina, usados em produtos light, causam câncer em cobaias. Nos seres humanos, a relação câncer e adoçantes é muito difícil de se estabelecer devido à multiplicidade de fatores envolvidos na etiologia da doença e à dificuldade de se precisar a ação cumulativa das substâncias cancerígenas.

Não há duvida que precisamos de mais estudos e mais atenção dos órgãos de vigilância sanitária para o controle dessas substâncias na indústria de alimentos.

Lembramos ainda, que os alimentos orgânicos não permitem a utilização de aditivos químicos sintéticos no seu processamento, constituindo-se, dessa forma, em um alimento mais seguro para a prevenção de diversas doenças e disfunções.

Autor: Dra. Eliane de Azevedo
Fonte: Portal do Orgânico

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Rio de Janeiro ganha centro de formação em agricultura orgânica

Ações do documento A idéia de criar um local destinado a cursos e treinamentos na área de agroecologia vem sendo acalentada há mais de 15 anos pelos pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, Pesagro-Rio e UFRRJ, que atuam na Fazendinha Agroecológica Km 47, em Seropédica, no estado do Rio de Janeiro.

Em 2007, o aporte de recursos por meio de uma emenda parlamentar possibilitou a realização de obras para adaptação de um prédio já existente no local e a compra de mobiliário e equipamentos diversos. Agora, dois anos o CFAAO-Centro de Formação em Agroecologia e Agricultura Orgânica se transforma numa realidade, que vai possibilitar a capacitação de agricultores, estudantes e técnicos de todo país. A inauguração do CFAAO está marcada para o próximo dia 19 de novembro, às 10 horas da manhã.

Na ocasião, também haverá o lançamento do curso de pós-graduação em agricultura orgânica da UFRRJ, em associação com a Embrapa Agrobiologia.

Espaço físico e equipamentos multimídia

O prédio, localizado na Fazendinha Agroecológica Km 47 (Seropédica/RJ), tem cerca de 500 metros quadrados e foi todo reformado e adaptado para as finalidades didáticas para as quais o Centro se propõe. São um auditório para cem pessoas, uma sala de aula para cinquenta alunos, outra para 25 pessoas, quatro escritórios, sala de reunião para 15 pessoas, recepção e banheiros. Os espaços estão equipados com computadores, projetores multimídia e equipamentos de ar condicionado.

CFAAO também está recebendo recursos do PAC Embrapa e do Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, exclusivos para formação em agroecologia e agricultura orgânica. Tais recursos serão destinados a manutenção da unidades didáticas da Fazendinha, pois são estas atividades de campo que justificam a existência do próprio CFAAO.

Fonte: Ana Lucia Ferreira Embrapa

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Alimentos orgânicos ou convencionais? Você escolhe

O consumo de alimentos sem aditivos químicos, os chamados orgânicos, aumenta na mesma medida da preocupação do brasileiro com os efeitos sobre a saúde de pesticidas, hormônios de crescimento, antibióticos e outros produtos químicos mais usados por agricultores. No entanto, não é apenas isso que seduz os brasileiros. Além de se relacionarem à qualidade de vida, os produtos orgânicos têm forte apelo ecológico.

Geralmente os produtores desses alimentos preocupam-se em preservar o local onde os mesmos são cultivados. As nascentes de água são protegidas, as áreas desmatadas são reflorestadas, os animais e vegetação nativos são preservados e não se faz uso de queimadas. Por tudo isso, é cada vez maior o contingente de pessoas que buscam por esse tipo de alimentação especial. Para se ter uma idéia, há quatro anos atrás a produção agrícola brasileira de orgânicos era praticamente insignificante. Hoje esses alimentos já respondem por mais de 2% de toda produção e de acordo com o International Trade Center, no Brasil o mercado está expandindo ao ritmo de 40% ao ano.

Alimentos orgâncos X alimentos convencionais

O emprego de aditivos tóxicos para elevar a produtividade das lavouras é muito antigo. No ano 3000 a.C., manuscritos chineses já indicavam o uso de arsênico e de enxofre para matar pragas na lavoura. Entretanto, os agrotóxicos industriais somente começaram a ser utilizados durante a Segunda Guerra Mundial. De acordo com a maioria dos especialistas, a aplicação controlada de fertilizantes, defensivos agrícolas e outros produtos químicos não causa danos à saúde, não existindo pesquisas científicas conclusivas que atestem que a ingestão dessas substâncias em pequenas doses através dos alimentos, causem males à saúde.

No entanto, o que preocupa esses mesmos especialistas é o uso indevido e/ou abusivo desses produtos químicos por parte dos produtores, o que pode causar efeitos crônicos a longo prazo, como determinados tipos de câncer, diminuição da fertilidade (redução do número de espermatozóides) e até a má formação de fetos (esses efeitos foram observados em pessoas expostas a agrotóxicos, em sua maioria agricultores).

De acordo com o Instituto Biológico de São Paulo, o uso de agrotóxicos no Brasil inspira cuidados. Análises realizadas com o objetivo de medir a quantidade de defensivos agrícolas em vegetais, mostrou que os alimentos recordistas em resíduos são o morango e o tomate. Além disso, verificou-se casos de aplicação de pesticida em culturas para as quais o produto não foi autorizado. Por tudo isso, o Brasil foi incluído num relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como um país onde há exagero no uso de agrotóxicos.

Na agricultura orgânica, essas substâncias químicas passam longe. Em vez de utilizar fertilizantes artificiais, os produtores usam geralmente estrume esterilizado, farinha de peixe, de osso, humus de minhoca, adubo composto (que é produzido através de lixo orgânico), entre outros. Para controlar pragas e insetos, os agricultores lançam mão do controle biológico, ou seja, a utilização de insetos predadores, microorganismos e plantas que podem arrasar com pulgões, lagartas e moscas que atacam as plantações. As joaninhas, por exemplo, são inimigas dos pulgões, a bactéria Bacillus thuringiensis (BT) aniquila a lagarta da couve e plantas como o alecrim, calêndula e alfavaca-do-campo inibem, respectivamente, o aparecimento das bruxas da couve, do mosquito da ferrugem da cenoura e das cigarrinhas que atacam os feijões.

Vantagens e desvantagens dos orgânicos

Há apenas poucos anos, os alimentos orgânicos só podiam ser encontrados em lojas de produtos naturais ou em mercados e feiras de pequenos agricultores. Hoje, já é possível encontrá-los em grandes redes de supermercados, sendo comercializados junto a outros produtos convencionais. Além de alimentos de amplo consumo, como arroz, feijão, frutas, hortaliças, a agricultura orgânica está produzindo um pouco de tudo: desde erva-mate, castanha de caju, guaraná, até chocolate, vinhos e carnes, frangos e ovos que não contém nenhum tipo de hormônio.

Além de serem isentos de agrotóxicos, os alimentos orgânicos tendem a ser mais saborosos que os tradicionais. O brócolis, o morango e o tomate, por exemplo, teriam um sabor muito mais pronunciado que aqueles cultivados normalmente. Há quem diga que a carne de galinha, porco e boi que se alimentam ao ar livre (criados sem confinamento) e não recebem hormônios de crescimento também têm sabor diferente, em comparação com os criados “industrialmente”. Em geral, seriam carnes mais magras e mais saborosas.

Outro ponto que tem sido objeto de muita investigação, e que seria mais uma vantagem dos orgânicos, seria o fato desses alimentos apresentarem vantagens nutricionais. Embora ainda exista muita discussão a respeito desse assunto e não haja consenso científico sobre o tema, existem vários estudos sendo realizados na tentativa de provar que os produtos livres de agrotóxicos são também mais nutritivos que os convencionais.

Mesmo sabendo que a genética da planta, o clima, a irrigação e a época da colheita têm um impacto muito maior no conteúdo nutricional do que o tipo de fertilizante usado, natural ou artificial, existem estudos como o realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Botucatu, mostrando que cenouras cultivadas sem agrotóxicos têm uma maior durabilidade (tempo de conservação é maior) e apresentam maiores teores de vitamina A e betacaroteno.

Outro estudo, este realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), irá comparar os teores de carotenóides de cenouras e alfaces plantados sem pesticidas no cinturão verde de São Paulo com aqueles cultivados de modo convencional. A intenção é utilizar amostras que vêm direto do produtor, já que de acordo com os pesquisadores as análises com amostras cultivadas em hortas experimentais não refletiriam necessariamente a realidade das plantações.

As duas principais “desvantagens” dos alimentos orgânicos dizem respeito à aparência e ao custo. Por serem cultivados naturalmente, geralmente esses alimentos tendem a ser menores e ao mesmo tempo, alguns também podem apresentar manchas na casca devido aos ataques de insetos. A cor também pode não ser uniforme e tão intensa quanto a alcançada através da utilização de corantes ou ceras (o que é feito em alimentos convencionais).

Por isso, sempre que você observar frutas e hortaliças perfeitos, brilhantes, sem um mínimo defeito, pode ter certeza que nesse alimento houve aplicação de agrotóxico. Já os preços, geralmente um pouco mais altos do que os convencionais, é tido como um empecilho para que boa parte da população tenha acesso a essa alternativa saudável. De acordo com os entendidos, os preços só devem diminuir quando a produção e o consumo aumentarem, mas já existem pesquisas mostrando que sete em cada dez pessoas pagariam até 30% a mais por produtos sem aditivos químicos, desde que não houvesse dúvidas sobre sua procedência (pesquisa do Instituto Gallup).

Como saber se um alimento é orgânico?

Se você pretende consumir alimentos orgânicos fique atento para não ser enganado. Procure sempre pelo selo de qualidade emitido por certificadoras reconhecidas pelo Ministério da Agricultura. São entidades como a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), o Instituto Biodinâmico (IBD), entre outros. Essas entidades, ao todo cerca de 30 em todo Brasil, avaliam se a produção do alimento segue os critérios estabelecidos pela agricultura orgânica. Para ganhar o selo, os produtores seguem várias precauções e têm suas lavouras fiscalizadas de seis em seis meses. A presença do selo garante, portanto, a procedência e a qualidade dos produtos.
Autor Jocelem Salgado
Fonte e-Campo orgânicos