terça-feira, 31 de maio de 2011

Pesquisa avaliará impacto internacional na Amazônia


Com informações da Agência Fapesp - 03/02/2011
O desmatamento na Floresta Amazônica está quase sempre associado ao desenvolvimento local e, para a comunidade internacional, trata-se de um problema causado por questões brasileiras.
"Mas a Amazônia também se encontra na fronteira agrícola e parte da responsabilidade pelo desmatamento pode ser atribuída à crescente demanda da comunidade internacional por recursos naturais", afirma Joaquim José Martins Guilhoto, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Interesses internacionais na Amazônia
O pesquisador decidiu entender e mensurar o desmatamento devido à demanda global por produtos agrícolas brasileiros.
O estudo se tornou tema de uma proposta aprovada em chamada realizada pela FAPESP em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, que acaba de ser aprovado.
O projeto será conduzido por Guilhoto e por Karen Polenske, professora do Departamento de Planejamento e Estudos Urbanos do MIT, economista especializada em recursos naturais e energéticos, sobretudo dos Estados Unidos e da China.
Guilhoto acaba de voltar ao Brasil, após passar um ano como professor visitante no Departamento de Planejamento e Estudos Urbanos do MIT.
"Durante este período, desenvolvi com Karen e seu grupo estudos na área de economia regional, abordando questões ambientais no Brasil, Estados Unidos e China. Dessa interação surgiu a ideia de fazer um projeto para entender mais sobre o desmatamento na Amazônia", contou o pesquisador brasileiro.
Intercâmbio
A nova pesquisa está em fase inicial - na formação da base de dados - e, a partir do próximo semestre, três alunos orientados por Guilhoto irão a Boston para estagiar no MIT por duas semanas.
Em seguida, outros três estudantes de pós-doutorado orientados por Karen virão ao Brasil por outras duas semanas para a troca de experiências com colegas da USP.
Esse intercâmbio marcará a segunda fase do projeto, quando serão analisados os dados coletados. Na USP, as pesquisas serão conduzidas em dois grupos do Departamento de Economia da FEA: no Núcleo de Economia Regional e Urbana e no Núcleo de Economia Socioambiental.
"Nesses grupos, temos bancos com dados econômicos, sociais e ambientais do Brasil que possibilitam fazer estudos e análises regionais e ambientais da economia do país. E é essa experiência que estamos levando para a pesquisa", destacou Guilhoto.
Por outro lado, o professor ressalta que é necessário entender a dinâmica das economias de países mais desenvolvidos e também como esse fator externo afeta o desmatamento da Amazônia brasileira.
Mercado internacional de recursos naturais
Os estudos de Karen sobre ocupação do solo tiveram início em áreas urbanas na década de 1990. "Estudamos como se dão as relações de produção, demanda de energia e uso de recursos naturais em países como os Estados Unidos e a China, que são grandes consumidores", disse.
O grupo do MIT terá como missão fornecer um panorama do mercado internacional de recursos naturais, principalmente dos países que exercem pressão sobre recursos presentes na região amazônica.
"Pretendemos observar as mudanças da ocupação do solo em regiões rurais da Amazônia e, junto com estudantes de pós-doutorado do projeto, analisar as consequências energéticas, econômicas e ambientais desse processo", disse Karen.
Segundo Guilhoto, com a troca de informação e conhecimento entre os pesquisadores brasileiros e norte-americanos, a pesquisa poderá quantificar o potencial de demanda global por produtos agrícolas e minerais na região que compreende nove Estados: Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
Impactos da mineração
Apenas no Pará o grupo incluirá na conta a mineração, mais especificamente o minério de ferro. O estado, um dos grandes responsáveis pelo desmatamento na Amazônia Legal, exporta uma quantidade expressiva de ferro e outros minérios.
Tanto Guilhoto quanto Karen veem na parceria entre os pesquisadores da USP e do MIT, permitida pelo projeto aprovado na chamada, uma excelente oportunidade para o avanço do conhecimento na área.
"Até há alguns anos, a maior parte de nossas pesquisas estava direcionada apenas para a China, grande consumidor de combustível fóssil, principalmente carvão. Com o apoio de diversas fontes, estamos conseguindo atuar mais no Brasil, que também é um grande consumidor de energia, mas focado em fontes renováveis", disse a economista.

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/13397

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como diminuir a concentração de agrotóxicos nos alimentos


RIO – Alergias, disfunções no fígado, alterações neurológicas e até o câncer são algumas das doenças associadas ao consumo excessivo de agrotóxicos, defensivos agrícolas usados no cultivo da maioria das frutas e dos legumes vendidos no país. De acordo com dados da Universidade de Brasília, são usados no país mais de 400 tipos de pesticidas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem regras rígidas para a produção e a venda de alimentos com agrotóxicos e, de acordo com eles, os riscos à saúde estão ligados a agrotóxicos ilegais ou aos usados acima do limite máximo permitido pela legislação.
O cirurgião Armando Portocarreiro, responsável pelo serviço nutricional do Hospital Samaritano, explica que os agrotóxicos estão associados a certos tipos de câncer no sangue, como a leucemia, e que em países como a França e a Suíça já existe uma lei determinando que os produtos com agrotóxicos tenham identificação especial.
- O ideal é consumir produtos orgânicos, que são livres de químicos em todas as fases do seu cultivo, mas é praticamente impossível ter uma alimentação 100% orgânica. Se tiver que escolher, compre verduras orgânicas, já que as folhas costumam ter as taxas mais altas de agrotóxicos – afirma o médico.
O perigo dos defensivos agrícolas é que eles costumam ser imperceptíveis, e o consumidor não sabe ao certo que tipo de químico pode estar ingerindo. Higienizar os alimentos corretamente ajuda a diminuir a concentração de agrotóxicos, porém os especialistas não chegaram a uma conclusão se deixam o produto completamente seguro.
Para não correr riscos, o ideal é lavar todas as frutas e legumes com água limpa e corrente, depois deixar de molho em água com vinagre ou pastilhas de cloro durante no mínimo 20 minutos, e depois lavá-los novamente em água corrente.
A nutricionista Fabiana Casé, da clínica Harmonya, ensina que também é possível deixar os alimentos de molho em uma solução feita com uma colher de sobremesa de água sanitária para cada litro de água. Já os alimentos com casca grossa podem ser lavados com escovinha e detergente neutro.
- Depois da limpeza, é preciso enxaguar tudo muito bem. Se não, em vez de comer resíduos de agrotóxicos, a pessoa acaba ingerindo restos de sabão ou água sanitária. Realmente, o processo é trabalhoso, mas é um sacrifício momentâneo para evitar doenças mais sérias depois – enfatiza Fabiana.
Orgânicos são a melhor opção para a saúde
Para minimizar os danos causados por agrotóxicos, uma opção é comprar frutas e vegetais orgânicos. Apesar de mais caros, especialistas garantem que seu consumo vale a pena, especialmente para as crianças. Na hora de escolher orgânicos, o principal é checar se o produto é certificado – esta é a garantia de que químicos não foram usados na produção.
Uma fruta ou um legume perfeitos são sinal de que provavelmente houve químicos em seu cultivo. Por outro lado, pequenos furos e bichinhos indicam que poucos agrotóxicos foram usados no alimento. Não estranhe o tamanho das frutas e dos legumes, que costumam ser menores.
No supermercado, verifique se os orgânicos ficam armazenados separadamente. O ideal é não misturar produtos orgânicos com os convencionais para evitar a contaminação. Evite os produtos rotulados de “naturais”, já que isto não é garantia de que são livres de químicos.
Se não puder consumir todos os tipos de orgânicos, dê preferência aos que são ingeridos com casca ou têm a casca muito fina, como o tomate, o morango, a batata, o pimentão e as folhas. Outra dica é comprar produtos orgânicos em feiras locais, que costumam se mais baratos do que nos supermercados.
 
Fonte: http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2009/04/15/especialistas-ensinam-como-diminuir-concentracao-de-agrotoxicos-nos-alimentos-755280709.asp

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lançada campanha nacional permanente contra o uso de agrotóxicos

Suco de frutas, verduras, legumes, cereais. Alimentação saudável? Nem sempre. Foi lançada no Dia Mundial da Saúde (7 de abril), a Campanha permanente contra o uso de agrotóxicos e pela vida, pretende alertar que o veneno usado nos cultivos agrícolas brasileiros prejudica muito a saúde das pessoas e do meio ambiente. De acordo com a organização da campanha, com os atuais níveis de utilização de agrotóxicos, cada brasileiro consome em média 5,2 kg de veneno por ano e o Brasil foi considerado em 2009, segundo o sindicato dos próprios produtores de defensivos agrícolas, o maior consumidor destas substâncias pelo segundo ano consecutivo. A campanha é organizada por mais de 20 entidades e movimentos sociais, que pretendem realizar atividades em todo o país para conscientizar sobre a necessidade de outro modelo de produção agrícola, sem utilização de veneno e baseado no respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, para aí, sim, produzir alimentos verdadeiramente saudáveis.
Para a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rosany Bochner, é necessário negar totalmente o uso dos agrotóxicos devido aos prejuízos que tem causado à saúde. “É preciso deixar claro que o que queremos com a campanha não é usar produtos menos tóxicos, não é nada paliativo. Nós não queremos mais agrotóxicos de nenhuma forma. É uma mudança de filosofia, temos que partir para produzir diversidade. Vamos ter que comer diferente, que fazer muita coisa e não depende só do agricultor, depende também da população, porque do jeito que está não é possível mais ficar”, reforça. Rosany, que é também consultora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), participou de um seminário na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que também discutiu os prejuízos destas substâncias com a colaboração da EPSJV/Fiocruz e da Via Campesina.
No dia 7 de abril, também foram realizadas atividades no Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Sergipe e Goiás. Em Limoeiro do Norte, no Ceará, nos dias 19 e 20 de abril, serão realizadas várias mobilizações contra o uso de agrotóxicos e em protesto pela impunidade do assassinato do líder comunitário José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, que denunciou os impactos dos agrotóxicos na região. No dia 21 de abril faz um ano que o agricultor foi assassinado próximo de casa e as investigações, até o momento, não apontaram os autores do crime.
Riscos à saúde
O material da campanha alerta que os agrotóxicos causam uma série de doenças como câncer, problemas hormonais, problema neurológicos, má formação do feto, depressão, doenças de pele, problemas de rim, diarréia, entre outras. Recentemente, uma pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul detectou a presença de agrotóxicos no leite materno. “Diante de tantas evidências de problemas, não há mais o que discutir. Este leite envenenado é muito grave, não dá mais para ter meio termo. Sabemos que é uma luta de Davi contra Golias, porque são empresas extremamente poderosas [as empresas produtoras de agrotóxicos]. Mas eu queria saber se eles comem estes produtos cheios de agrotóxicos”, questiona Rosany.
Além da proibição definitiva do uso de venenos, a campanha afirma ainda que a saída para uma alimentação saudável e diversificada está no fortalecimento da agricultura familiar e camponesa. Para isso, propõe uma série de ações, como a reforma agrária para acabar com os latifúndios, o fim do desmatamento, a geração de trabalho e renda para a população rural, o uso de novas tecnologias para acabar com a utilização de agrotóxicos e a produção baseada na agroecologia.
De acordo com Rosany, a Anvisa está muito disposta a discutir o uso destes produtos tóxicos, entretanto, existe uma resistência de setores do próprio governo e do legislativo. “Tem uma bancada ruralista que quer liberar a todo custo os agrotóxicos”, pontua. A pesquisadora destaca também as dificuldades de informação sobre os riscos de agrotóxicos no sistema de saúde. “Não estamos acostumados a trabalhar com casos crônicos, as redes de saúde não conseguem relacionar os sintomas com a exposição aos agrotóxicos, dificilmente as pessoas fazem essa relação e isso dificulta muito na hora da discussão porque eles [os defensores do uso de agrotóxicos] falam que não temos evidências. Temos que fazer um esforço maior nisso, fazer um treinamento melhor nos serviços de saúde, mas é preciso investimento”, afirma.
Para Fernando Carneiro, o Ministério da Saúde ainda é muito omisso em relação ao enfrentamento do problema de identificação das intoxicações, tanto no campo da saúde do trabalhador, quanto da saúde ambiental. “Eu quero que o Ministério da Saúde faça campanha sobre os riscos dos agrotóxicos. Como faz com a campanha contra a Aids, pelo uso da camisinha. O Ministério poderia investir também para fazer cartilhas e difundir informações sobre os riscos dos agrotóxicos. Hoje, o único setor que faz propaganda é o próprio agronegócio, para fazer apologia ao uso”, alerta.


Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/lancada-campanha-nacional-permanente-contra-o-uso-de-agrotoxicos/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

NASA revela que polos estão derretendo em ritmo acelerado



Segundo o estudo, o aumento do nível do mar
pode chegar a 32 centímetros. l Imagem: NASA





Segundo estudo divulgado pela NASA na última terça-feira (8), as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida estão perdendo sua massa em ritmo acelerado. As descobertas do estudo – o mais longo sobre o assunto feito até hoje – revela que a perda de massa nas camadas de gelo dos polos, superam a perda de gelo em glaciais de montanhas e das calotas polares, passando a se tornar o principal fator para o aumento do nível do mar, previsto para muito mais cedo do que mostravam estudos anteriores.
Os quase 20 anos de estudo revelam que, em 2006, a camada de gelo da Groenlândia e da Antártida perderam, em média, a massa combinada de 475 gigatoneladas por ano. Isso é suficiente para elevar o nível global do mar em uma média de 1,3 milímetros por ano (uma gigatonelada equivale a um bilhão de toneladas métricas).
O ritmo de perda de massa nas calotas de gelo polares está acelerando rapidamente. A cada ano, ao longo do estudo, notou-se que as duas camadas de gelo perderam uma média combinada de 36,3 gigatoneladas a mais do que no ano anterior. Em comparação, com o estudo de 2006 sobre as geleiras e calotas polares, a perda estimada era de 402 gigatoneladas por ano, em média, com uma taxa de aceleração de ano-sobre-ano, três vezes menor do que a dos mantos de gelo.
"Que as camadas de gelo serão a principal causa do aumento do nível do mar no futuro não é surpreendente, já que possuem uma massa de gelo muito maior que as geleiras da montanha", ressaultou o autor do estudo, Eric Rignot, da Universidade da Califórnia.
"O surpreendente é que esta maior contribuição das camadas de gelo já está ocorrendo. Se as tendências atuais continuarem, o nível do mar tende a ser significativamente maior do que os níveis previstos pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 2007. Nosso estudo ajuda a reduzir as incertezas nas projeções de curto prazo sobre o aumento do nível do mar ", advertiu o cientista, que realizou a pesquisa com a colaboração do Laboratório da propulsão do jato (JPL) da Nasa.
A equipe de Rignot, combinou quase duas décadas (1992-2009) das medições por satélite mensal com dados regionais de modelos atmosféricos do clima para examinar as alterações na massa de gelo e tendências na aceleração da perda de gelo.
Os autores concluem que, se as taxas atuais de derretimento de camadas de gelo se manterem nos próximos 40 anos, a perda acumulada pode elevar o nível do mar em 15 centímetros até 2050. Se adicionada as contribuições das perdas de calotas de gelo glacial, cerca de oito centímetros, e a expansão térmica dos oceanos, nove centímetros, o aumento do nível do mar total pode chegar a 32 centímetros. Com informações da NASA.

Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia.php/2146/nasa_revela_que_polos_estao_derretendo_em_ritmo_acelerado/

terça-feira, 17 de maio de 2011

A indústria orgânica francesa não pára o seu crescimento

Segundo a Agence Bio - o instituto de pesquisa francês sobre a agricultura orgânica - os primeiros dados sobre produção e consumo de produtos orgânicos em 2010 confirmam a tendência crescente dos últimos anos.


Conforme relatado por Bio Marché, apesar da crise, a agricultura orgânica continua expandindo. Do lado da produção, de acordo com estimativas iniciais, o número de 20 mil produtores orgânicos tem sido largamente ultrapassado. No final de 2010, a França tinha 20.600 agricultores orgânicos, 50% a mais que em 2008 e 25% a mais que em 2009, com mais de 4.100 agricultores novos em um ano.

Ainda de acordo com a Agence Bio, do lado do consumo, o mercado para produtos provenientes da agricultura orgânica também continuou a crescer em 2010. No entanto, com base na nova pesquisa CSA / Agence Bio, 43% dos franceses afirmam terem comido orgânicos pelo menos uma vez por mês em 2010, contra 46% em 2009. Apenas 7% informaram consumir todos os dias produtos orgânicos em 2010, contra 9% em 2009.


Fonte: http://en.greenplanet.net

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Orgânicos possuem mais nutrientes do que alimentos convencionais

Pesquisa da UFPR revelou que os orgânicos têm mais fibra alimentar, proteína e minerais como ferro e potássio. Eles tinham também menos nitratos e nitritos, que podem ser cancerígenos e provocar má formação.

São 7h de sábado, e o um grupo de paulistanos já pulou da cama. Eles saem em busca de saúde e encontram alimentos livres de agrotóxicos. Já virou rotina para a tradutora Larissa Loenert, mãe do Gabriel de um ano e nove meses. Ela faz compras na feira de orgânicos toda semana, sem falta. E tem que ser bem cedo antes que os produtos acabem.
“Eu tenho os alimentos sem agrotóxico, tenho uma criança mais saudável, tenho uma alimentação em que eu confio mais. Estou levando muito mais saúde para casa, com certeza”, afirma Larissa.
Esse é o começo de uma mudança de hábitos do consumidor que anda cada vez mais exigente. Já não basta parecer saudável, afinal aparência não é tudo. O consumidor agora também quer saber de onde vem o que ele está comendo e como o que ele põe no prato foi produzido. A busca por alimentos orgânicos é, no fundo, a busca por uma espécie de selo de qualidade, uma garantia de que o que ele come hoje não vai fazer nenhum mal à saúde, nem agora nem no futuro.
Os alimentos orgânicos passaram por um teste na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “O mais importante não é só o que eles têm, mas o que eles não têm, e o que eles não têm é contaminação por agrotóxicos. Então, recomendam-se os orgânicos”, aposta a química Sônia Stertz, da UFPR.
A pesquisadora Sônia foi a campo. O que ela colheu nas plantações próximas a Curitiba foi direto para o laboratório. E dez alimentos passaram pelos testes: agrião, alface, batata, couve-flor, espinafre, tomate-cereja, tomate-salada, morango, pepino e cenoura. Conclusão: os orgânicos levaram vantagem em relação aos alimentos cultivados com uso de produtos químicos.
“Apresentavam maior concentração de nutrientes, quando comparados aos convencionais, como fibra alimentar, proteína, açúcares e também alguns minerais como ferro, potássio e selênio”, explica a pesquisadora.
Algumas amostras se destacaram na pesquisa, como é caso da batata e do morango. Não é à toa que o agricultor Isaías José Pereira hoje vive todo orgulhoso. “Os morangos têm uma concentração maior de açúcar com vários minerais como cálcio, sódio, potássio e selênio, com teores mais elevados que os convencionais. Isso é muito positivo”, afirma a química da UFPR.
O alimento orgânico é saudável, bonito e saboroso. Há dez anos, o agricultor mineiro Isaías trocou o plantio convencional pela produção de morangos orgânicos. Foi depois de observar um fenômeno curioso na sua propriedade. O canteiro que recebia agrotóxico estava cheio de ácaro. Em outro terreno meio abandonado, sem veneno, os morangos cresciam bonitos.
“Eu fui vendo aquilo e eu pensei: o quê que está errado? Lá na lavoura abandonada, estava cheinho de predador natural. E na convencional, o predador não chegava porque tinha veneno”, conta Isaías.
O agricultor viu que não precisava mais do agrotóxico. É no que todas as pessoas que vão a uma feira de orgânicos também acreditam.
A pesquisa da Universidade Federal do Paraná também mostrou que os alimentos orgânicos testados em laboratório tinham menos nitratos e nitritos, substâncias que podem ser cancerígenas e provocar má formação genética.

Fonte:
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/03/organicos-possuem-mais-nutrientes-do-que-alimentos-convencionais.html

terça-feira, 10 de maio de 2011

15% da comida consumida no Brasil prejudica a saúde

Segundo dados da Organização das Nações Unidas, o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores não circulam mais nos países da União Europeia e nos Estados Unidos.
Uso de fertilizantes aumentou significativamente depois que os transgênicos entraram nas lavouras brasileiras.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no primeiro semestre de 2010 foram vendidas 8,6 milhões de toneladas de fertilizantes. Um aumento de 5% se comparado ao mesmo período de 2009.
Segundo a advogada Larissa Packer, da organização Terra de Direitos , o uso de fertilizantes aumentou significativamente depois que os transgênicos entraram nas lavouras brasileiras.
Ela explica que os campos cultivados de soja e de milho, por exemplo, têm sementes “viciadas” em determinado agrotóxico. “Os agricultores não encontram outras sementes e agrotóxicos disponíveis e, com essa compra do pacote tecnológico, é a população quem sofre pela redução de seu padrão alimentar”, comenta a advogada Larissa Packer.
O levantamento da consultoria Céleres indica que três variedades de sementes geneticamente modificadas, conhecidas como transgênicas, ocuparam mais de 25 milhões de hectares na safra brasileira nos últimos anos. Este número representa 67% da área plantada com soja, milho e algodão.
A soja conta com a maior área plantada. Dos quase 24 milhões de hectares, 75% são transgênicos. O milho fica em segundo lugar. Dos 5,3 milhões de hectares, pouco mais de 4 milhões são de produção transgênica. Já o algodão ocupou 25,7% da área destinada à cultura modificada geneticamente.

Fonte:
http://www.vidasustentavel.com/index.php/2011/01/15-da-comida-consumida-no-brasil-prejudica-a-saude/

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dia das Mães

Parabéns a todas as mães, que vocês possam comemorar, não apenas esta data, mas todos os dias de suas vidas.



A ECOBIO deseja um Feliz dias das Mães.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Práticas orgânicas podem dobrar produção agrícola em 10 anos


Um estudo das Nações Unidas revela que pequenos agricultores podem dobrar a produção agrícola em apenas uma década, caso adotem práticas orgânicas. O estudo Agroecologia e o Direito à Comida sugere que as medidas funcionaram em 20 países africanos, que conseguiram 100% a mais de resultado em suas lavouras num período de 3 a 10 anos. O documento foi apresentado, nesta terça-feira, em Genebra, pelo relator da ONU sobre o Direito à Alimentação, Olivier de Schutter. Segundo ele, a agroecologia ajuda a aumentar a produtividade dos solos e a proteger as safras de pragas através de meios naturais como árvores, plantas e animais.
Um dos exemplos citados pelo estudo ocorreu na Indonésia, no Vietnã e em Bangladesh, que reduziram o uso de inseticidas na produção do arroz em 92%. Para Olivier de Schutter, a produção pode dobrar em 57 países em desenvolvimento caso os agricultores adotem práticas orgânicas de trabalho. O relator afirmou que a agricultura convencional utiliza meios mais caros e não está preparada para as consequências da mudança climática.

Fonte: http://www.vidasustentavel.com/index.php/2011/03/praticas-organicas-podem-dobrar-producao-agricola-em-10-anos/

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mais de 1 bilhão de litros foram usados na última safra do País

De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindage), mais de um bilhão de litros de veneno foram usados na agricultura na última safra, um recorde de uso de agrotóxicos.
Se confirmado o volume de vendas estimado em 2010 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), esse recorde pode ser superado. A entidade estima um crescimento de até 8%, em relação ao período anterior.
Mas para onde vai este veneno? Grande parte dele vai parar nos alimentos à venda nos supermercados, nas feiras. Ou seja, vai parar na mesa da população e, depois, no estômago.
Um estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) detectou no pimentão mais comum, vendido nos supermercados, substâncias tóxicas no patamar de 64% além da quantidade permitida. Na cenoura e na alface, foram encontrados 30% e 19% de agrotóxicos acima do recomendável pelo órgão do governo. Vale lembrar que a quantidade limite de agrotóxicos e produtos proibidos são diferentes para cada cultura, mas é certo afirmar que estamos comento produtos envenenados.
Além da contaminação dos alimentos, os agrotóxicos estão se dispersando no meio ambiente, seja na terra, água e até mesmo o ar. Muitos desses agrotóxicos comercializados no Brasil, inclusive, formam banidos da União Europeia (UE).
Uma operação da Anvisa, que durou aproximadamente dez meses e visitou sete fábricas de agrotóxicos instaladas no Brasil, concluiu que seis delas desrespeitavam as regras sanitárias e tiveram as linhas de produções fechadas temporariamente. Entre as irregularidades encontradas, estão o uso de matéria-prima vencida e adulteração da fórmula.
Para a gerente de normatização da Anvisa, Letícia Silva, as irregularidades encontradas se tornam mais preocupantes, pois esses agentes químicos são comercializados e estão se espalhando pelo meio ambiente.
“É bastante assustador. Principalmente quando pensamos que a água que bebemos está contaminada. Há estudos que mostram que há resíduos de agrotóxico na água da chuva e no ar. Um estudo feito pela Universidade Federal do Mato Grosso constatou que há resíduos de agrotóxicos no ar respirado em escolas da zona rural e até mesmo urbana, de municípios que plantam soja. Está em xeque nossa possibilidade de decidir. Começa aparecer indícios que toda uma cadeia alimentar está contaminada, desde a água, o solo, até o ar.
Letícia Silva se refere ao estudo da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foram medidos os efeitos do uso de agrotóxicos em moradores de dois municípios produtores de grãos: Campo Verde e Lucas do Rio Verde.
Foi constatado que os agrotóxicos estão até mesmo no sangue e na urina das pessoas. O levantamento monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas.
Em 40% dos testes com a água da chuva, também foi identificada a presença de venenos agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno.

Fonte:http://www.asabrasil.org.br/portal/Informacoes.asp?COD_CLIPPING=941