sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Orgânicos e Saúde. Você ainda tem alguma dúvida? - Parte III

Os antibióticos são amplamente utilizados para garantir a saúde dos frangos criados em confinamento e para prevenir possíveis contaminações. A partir da década de 80, sabe-se que muitas cepas bacterianas vêm se tornando resistentes aos antibióticos e desde a década de 40, a vida útil desses medicamentos passou de 45 para 15 anos. O uso contínuo desses medicamentos promotores de crescimento aumenta o pool de genes de resistência na natureza e essa resistência pode ser trasmitida para os seres humanos. Casos epidêmicos de inflamação do trato urinário pela bactéria E.coli em mulheres são relacionados à resistencia aos antibióticos.

Devido a recorrentes boletins de denúncia sobre a toxicidade e os efeitos adversos dos aditivos, a FDA(Food and Drugs Administrario) estabeleceu, em 1985, o Adverse Reaction Monitoring System (ARMS), um sistema de monitoramento para melhor acompanhar os efeitos aditivos e receber as queixas de sintomas diversos consumidores nos Estados Unidos. A grande maioria das queixas recebidas pelo ARMS diz respeito ao uso do aspartame, dos sulfitos, do glutamato monossódico, dos nitratos e de alguns corantes como o carmim.

Aditivos como os nitratos, utilizados nas carnes congeladas para manter a cor, provocam náuseas e irritação gástrica, além de esconder a putrefação das carnes. Os nitratos convertem-se em nitrosaminas, substâncias de comprovada ação cancerígena. Os sulfitos são utilizados para manter o frescor das frutas e verduras in natura e evitam a descoloração e a fermentação das frutas secas e do vinho. Os sulfitos, considerados seguros até o nicio dos anos 80, foram identificados por pesquisas das FDA como agentes na etiologia de reações alérgicas e de morte entre pacientes asmáticos. Em 1995, o Congresso Americano forçou o FDA a banir os sulfitos das frutas e verduras in natura, mas seu uso continua liberado em batatas, frutas secas e vinho. O BHT e o BHA são substâncias químicas com ação antioxidante, adicionadas aos óleos e aos alimentos gordurosos para prevenir a rancificação dos mesmos.O benzopireno é outro potente agente carcinogênico, utilizado na defumação artificial de carnes, peixes, presuntos e embutidos em geral. A Agência Internacional em Pesquisa de Câncer, ligada a Organização Mundial da Saúde, listou essas substancias como potentes carcinogênicas para os reres humanos.

Corante azul brilhante, a tartazina, usada em balas, e o coante amarelo podem causar sintomas divesos que vão desde irritabilidade e hiperatividade em crianças até irritações gástricas e tumores malignos em cobaias. O corante conhecido como carmim, extraido de um inseto, pode causar reações alérgicas, além de choque anafilático em pacientes hipersensíveis.

O glutamato monossódico contém um isômero sintético, o ácido glutâmico, também encontrado de forma natural, não tóxica, em carnes, nop shoyo e no misso, concedento-lhes sabor característico. este aditivo vem sendo associados a prejuízos neurológicos em crianças, além de mal de Alzheimer e Parkinson em adultos. Estudos em animais associam o glutamato a lesão cerebral, obesidade e degeneração da retina.

Experiências em laboratório ja mostraram que o ciclamato, o aspartame e a sacarina, usados em podutos light, causa câncer em cobaias, Nos seres humanos, a relação câncer e adoçantes é muito difícil de se estabelecer devido à multiplicidade de fatores envolvidos na etiologia da doença e Pa dificuldade de se precisar a ação cumulativa das substancias cancerígenas. Pesquisadores da Utah University alertam que níveis baixos de aspartame induzem a mudanças adversas nas glândulas pituitárias de camundongos.

A irradiação, método de pasteurização fria proibido nos alimentos orgânicos, destrói vitaminas - até 90% da vitamina A na carne de frango, 86% da vitamina B em aveia, e 70% da vitamina C em sucos de fruta. As proteínas são desnaturadas, as vitaminas A, B12, C, E e K sofrem alterações semelhantes às do processo térmico, as gorduras tendem a rancificação pela destruição dos antioxidantes e ocorre a modificação das características organolépticas. Além disso, a irradiação cria novas substancias quimicas em carnes, conhecidas como "produtos radiolíticos" - o benzeno e o formaldeído - de ação carcinogênica.


Dra. Elaine de Azevedo
Equipe Portal Orgânico

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Orgânicos e Saúde. Você ainda tem alguma dúvida? - Parte II

Uma Classe de agrotóxico, os piretróides, está associada a cânceres linfohematopoiéticos e alergias. Os piretróides são utilizados amplamente como inseticidas na forma de pastilhas acionadas através de um interruptor elétrico.
Os herbicidas têm dioxina, substância altamente carcinogênica que foi utilizada na forma de agente laranja na guerra do Vietnã. Muitos combatentes americanos e vietnamitas, e também seus descendentes sofreram as conseqüencias da sua ação carcinogênica.
Estudo realizado em 2003 e publicado no periódico Epídemiology mostra associação entre o uso de herbicidas e fungicidas e infertilidade em mulheres. Na população desse estudo, mulheres que eram estéreis mostravam 27 vezes maior probabilidade de ter tido contato com agrotóxicos nos dois anos anteriores à tentativa de concepção do que mulheres que eram férteis. Outros fatores como o fumo, ganho de peso e consumo de bebidas alcoólicas também foram associados com a infertilidade nesse estudo. Esses dados sugerem que as mulheres que desejam engravidar devem evitar contato direto com agrotóxicos durante pelo menos dois anos antes da tentativa de concepção.
Pesquisa realizada em 2006 e publicada nos Annals of Neurology apresenta as mais fortes evidências, até hoje pesquisadas, do vínculo entre exposição a pesticidas e o mal de parkinson. O estudo envolveu mais de 143.000 homens e mulheres e concluiu que pessoas expostas a pesticidas têm probabilidade 70% maior de desenvolver o mal de Parkinson do que aquelas que não entram em contato com tais substâncias quimicas. Os resultados sugerem que qualquer exposiçãoa pesticidas, seja por atividade profissional ou não, aumenta o risco de uma pessoa desenvolver a doença.
Estudos realizados na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho e na Universidade de Viçosa avaliaram comparativamente cenouras e maracujás de origem biodinâmica e convencional e atestaram que no primeiro sistema de produção ocorreu um aumento na produtividade emaior durabilidade dos alimentos pesquisados. Outros estudos encontraram maçãs orgânicas mais firmes, tomates orgânicos com menor teor de acidez e trigo de origem biodinâmica, com melhor qualidade de panificação.
Sabe-se que plantas sem pesticidas produzem mais vitaminas e fitoquimicos para se proteger de pestes e condições adversas. Em pesquisa feita com framboesas, morangos e mulho de origêm orgânica foi encontrado um acrescimo de 20 a 58% de flavonóides nesses alimentos. Os flavonóides são fitoquimicos de ação antioxidante com faculdade farmacológicas anticancerígenas e inibidoras de atibidade de agregação plaquetária. Outro estudo realizado em 1999 aponta maçãs orgânicas com um conteúdo maior de flavonóides. No que diz respeito ao conteúdo de vitaminas, um estudo apresentado na American Chemical Society, em 2002, mostra que laranjas de origem orgânica contém até mais de 30% de vitamina C que as de origem convencional.
O ácido linoleico conjugado(ALC), composto de comprovada ação anticancerígena, também foi fruto de pesquisa recente. Um estudo americano publicado na revista The Stockman Grass Farmer mostra que a quatidade de ALC aumenta de 300 a 500% na carne e leite de animais criados em regime de pastagem livre. São animais não confinados e que não recebem aditivos complementares de ácido linoleico sintético na ração.
Previsões da Soil Association, associação de Agricultura Orgânica da Inglaterra, sinalizam que aproximadamente 1/3 dos bebês britânicos ja estão crescendo com uma dieta à base de alimentos orgânicos.
Pesquisa desenvolvida em Botucatu em 2000 constatou a presença de resíduos químicos acima do aceitável em 15% das 12 marcas de leite analisadas. O alto nível de piretróides, um tipo de carrapaticida utilizado no gado, aumenta a excitação das células nerbosas podendo causar insônia, irritabilidade, dor de cabeça, fotofobia, tremores musculares. entre outros sintomas. As crianças sofrem mais com esses efeitos por serem as maiores consumidoras de leite.
o rBST ou somatrotopina recombinante de crescimento bovino é um ormônio transgênico Monsato. Foi criado através da combinação do DNA da vaca com o da bactéria Escherichia coli para que as vacas produzam mais leite. Esta foi uma das primeiras substâncias geneticamente modificadas aprovadas para consumo pelo FDA, em 1993. Acredita-se que seu consumo pode estar associado ao aumento dos índices de câncer de mama e de próstata, puberdade precoce e obesidade. Os estudos sobre a inocuidade de seu uso são contraditórios por isso o rBST continua proibindo no Canadá, Japão, União Européia, Australia, Nova Zelândia, entre outros, com a exceção de 19 países, na maioria não-indústrializados, entre eles o Brasil.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Orgânicos e Saúde. Você ainda tem alguma dúvida? - Parte 1

Uma pesquisa da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi desenvolvida nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Pernambuco, no período de junho de 2001 a junho de 2002. O estudo, em sua primeira fase, analisou 1295 amostras dos vegetas pesquisados em supermercados das capitais. O relatório constata que 81,2% das amostras dos vegetais pesquisados exibiam residuos de agrotóxicos. Desse total, 233, ou 22,17% apresentaram irregularidade porque os percentuais de residuos ultrapassavam os limites maximos permitidos pela legislação. Entre as 233 amostras irregulares, 74 continham residuos de agrotoxicos não autorisados para as respectivas cultiras, devido ao seu alto grau de toxidade - como o Dicofol e os Ditiocarbamatos. Do total, 94 estavam acima do LMR(Limite Maximo de Resíduo) e 65 apresentavam irregularidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a contaminação por agrotóxicos atinge um milhão de pessoas, três milhões de toneladas de agrotóxicos são utilizadas em todo o mundo a cada ano e o Brasil consome 5% desses produtos, que atingem 500 milhões de pessoas, expostas aos seus riscos, e que causam um milhão de intoxicações não-intencionais ao ano. Os agrotóxicos causam 700mil dermatoses, 37mil casos de cancer e 25 mil casos de seqüelas neurológicas a cada ano. Existem em todo o mundo, 600 produtos químicos considerados agrotóxicos, com milhares de formulações diferentes e, destes, 200 deixam resíduos em alimentos.

O uso de fertilizantes, no mundo, quituplicou nos últimos 30 anos. No Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura, foram comercializados US$2,5 milhões. comparando-se dados obtidos em amostras de sangue de brasileiros e de ingleses, encontrou-se que os brasileiros possuem 3.9000% a mais de veneno no sangue que os ingleses.

Estudos da Universidade de Pelotas, da Universidade de Santa Cruz do Sul, da Universidade de Campinas (UNICAMP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro demonstram que os agrotóxicos neurocomportamentais, entre eles, a depressão, que podem levar até o suicidio nos membros das unidades familiares de produção.

Segundo estudo realizado na UFSC em 1998 os agrotóxicos são os agentes toxicos que mais matam no Estado de Santa Catarina, correspondendo ao maior numero de óbitos registrados no Centro de Informaçies Toxicológicas do Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina. A cada mês, são cerca de 30 ou 40 casos de intoxicação. A média de cass de intoxicação por agentes químicos variados chega, hoje, a 500 casos registrados anualmente, entre os quais uma média de quinze vão a débito. Os Inseticidas são a classe de uso mais envolvida no grupo das intoxicações não intencionais, seguidos pelos herbicidas.

Fonte:Portal Organico
Dra. Elaine de Azevedo