segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O PAPEL DA SOJA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS

Acaba de ser publicado na edição de Abril do periódico Journal of Nutrition, da American Society for Nutrition, o Relatório do 8º. Simpósio Internacional sobre o Papel da Soja na Promoção da Saúde e Prevenção e Tratamento de Doenças, realizado em Tokyo em Novembro de 2008. O evento de 4 dias recebeu cerca de 250 cientistas de 20 países, incluindo pesquisadores da Universidade de Loma Linda na Califórnia, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati e do Instituto Nacional de Saúde e Nutrição de Tokyo.
Embora alimentos a base de soja sejam consumidos na China há mais de mil anos, a baixa incidência de câncer de mama, de próstata, de doenças cardíacas e de sintomas de menopausa no Japão motivou o interesse no estudo das possíveis propriedades preventivas sobre doenças crônicas relacionadas ao consumo de soja e de certas substâncias por ela produzidas. Desde 1994, são quase 10.000 mil estudos sobre soja . Boa parte das palestras dessa Conferência se concentrou nas isoflavonas, compostos que possuem propriedades antioxidantes e estrogênicas e que são de distribuição muito limitada na natureza, sendo encontrados em quantidade nutricionalmente relevante quase que exclusivamente na soja.
Como conclusões principais do evento destacamos:
1. O consumo de soja na infância pode fornecer proteção contra o Câncer de mama.
2. Não há efeitos negativos sobre a capacidade reprodutora e sobre os hormônios masculinos.
3. Os estudos sobre densidade óssea e osteoporose sugerem efeitos benéficos porém diferentes isolfavonas foram utilizados nesses estudos. Novas pesquisam se tornam necessárias para explorar essas possibilidades da soja.
4. Sintomas de menopausa (“ondas de calor”) podem ser reduzidos com o consumo de soja.
5. A soja pode reduzir os valores de colesterol com e mesma eficácia das fibras solúveis.
6. A valorização do EQUOL. O Equol é um metabólito derivado da ação de bactérias sobre a isoflavona daidzeína. Acredita-se que essa substância possua propriedades benéficas especiais. A produção de Equol varia entre os indivíduos de diferentes culturas. Sua produção depende da atuação de determinadas bactérias e da interação com nutrientes específicos. A questão se indivíduos não produtores de Equol possam passar a produzi-lo permanece aberta. Caso não seja posssivel, ele poderá ser fornecido como suplemento.
7. Embora as isoflavonas sejam o foco dos estudos atuais, vários outros componentes estão sendo estudados, com destaque para a proteína da soja. Os dados indicam que além de reduzir o colesterol, a proteína de soja ajuda a diminuir a pressão arterial.
8. Há necessidade de maior compreensão de como outros itens da dieta influenciam os efeitos benéficos da soja e se esses efeitos são afetados pelo processamento da proteína e dos extratos de soja.

Para maiores informações sobre produtos de soja consulte: www.ecobras.com.br

Fonte: Report on the 8th International Symposium on the Role of Soy in Health Promotion and Chronic Disease Prevention and Treatment, The Journal of Nutrition, 139: 796S–802S, 2009.



Fonte: http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup260129,0.htm

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mercado de orgânicos nos EUA cresce US$ 24 bilhões em dez anos


A comida saudável ainda é cara, mas tem muito mais gente comprando. Veja também qual é o segredo de Boulder: a cidade mais feliz e saudável de todo os Estados Unidos.
No país das calorias, Boulder, no Colorado, é uma ilha. Tem algo diferente nessa cidade. Colorado é o estado mais magro dos Estados Unidos.
O desenvolvedor de negócios Tom Wyman tinha uma vida sedentária quando foi para Boulder, há 18 anos. Logo, ele viu que as coisas teriam que mudar. “Você se dá conta de que os amigos, em vez de te convidarem para sair para jantar, eles te convidam para uma caminhada ou eles te convidam para esquiar ou para uma corrida”, explica.
Ou seja, era se mexer ou ficar isolado na cidade em movimento. “Eles convidavam: ‘vocês querem ir esquiar conosco?’ Era um pouco assustador, minha mulher e eu queríamos, mas tínhamos medo de não conseguir acompanhar o ritmo. Então, decidimos treinar primeiro”, conta.
Uma pesquisa divulgada no início deste ano nos Estados Unidos classificou Boulder como a cidade mais feliz e saudável de todo o país. Por coincidência, justamente quando passamos pela cidade sai na capa do jornal que Boulder ganhou mais um título. Agora, ela é a número um em pessoas que decidiram ir para o trabalho pedalando.
Até o nosso amigo Tom Wyman deixa o carro na garagem, acompanha as filhas até a escola e põe força no pedal. O excesso de peso ficou pelo caminho. E as montanhas que rodeiam a cidade são estímulo puro para nunca mais ficar jogado no sofá. “Toda vez que eu olho para elas, eu penso nas trilhas que existem lá”, diz Tom.
Às 17h30, nos Estados Unidos, a maior parte das pessoas já saiu do trabalho e voltou para casa. Só que em Boulder, isso não acontece, é diferente. Os carros que passam durante esse horário na cidade chegam a um estacionamento. Grande parte da população aproveita este horário para caminhar nas montanhas.
Empresas adotam as trilhas. A prefeitura comprou as áreas verdes em volta da cidade para fazer parques e área livre, e impede que os moradores ocupem as encostas.
Boulder tem pelo menos 300 dias de sol por ano. “Se você vier para o parque todos os dias por 45 minutos, você pode começar a ver perda de peso em duas ou três semanas”, garante Adam. “Dizemos que, desse jeito, todo mundo vai querer se mudar para a cidade. Nós estamos esperando”.
Foi em uma dessas trilhas da montanha que encontramos o aposentado Robert Ewen, um ciclista bem humorado de 72 anos. Ele conta que já conseguiu pedalar até 150 quilômetros em um só dia. “Dez anos atrás, eu olhei em volta e vi dois tipos de pessoas que chegam aos 80: os em forma e os acabados. Eu disse, ‘eu vou para o lado dos que estão em forma’”, lembra.
A professora Loretta Dipietro, da Escola de Saúde Pública da Universidade George Washington, diz que a natureza ajuda. Mas os títulos que Boulder ostenta estão diretamente relacionados com as pessoas que escolheram este lugar para viver.
“Um dos nossos maiores desafios de saúde, hoje, é conseguir fazer as pessoas se moverem mais durante o dia. Devido às tecnologias modernas, estamos gastando um número significamente menor de calorias por dia”, alerta a professora.
Muitos americanos de outras partes do país ficam até 12 horas por dia sentados. A transformação de Boulder na cidade mais saudável dos EUA começou nos anos 60 e 70, quando os hippies se mudaram para a cidade, bucando uma vida mais natural. “As pessoas aqui têm muita consciência sobre o que comem. Quando a gente se mudou para cá, não sabíamos disso. Então, quando convidávamos alguém para jantar e havia alguma comida que não era saudável, eles comentavam mesmo”, conta.
No sábado de manhã a maior feira fica sempre movimentada. No local, as pessoas talvez nem saibam, mas estão seguindo mais uma das dicas de Harvard para a boa saúde: coma mais frutas e verduras. Escolha cores variadas e diferentes, como verde escuro, amarelo, laranja e vermelho.
No meio de tantos vejetais, imagine a difícil tarefa de tentar vender carne vermelha. É o que propõe o fazendeiro Frank Silver, que só cria gado orgânico. Um solitário e bravo bno meio de tanta verdura. “Às vezes, é difícil, a gente produz algo que eles não gostam ou não querem. É um desafio”, diz.
A Escola de Saúde de Harvard aconselha reduzir o consumo de carne vermelha. “Devemos escolher fontes saudáveis de proteínas, concentrar mais em feijões, nozes, e outras fontes como peixes e aves”, aconselha o nutrólogo Walter Willet.
Na cidade que adora comida vegetariana, que tal tentar achar o velho e bom hambúrguer? Tudo na cozinha de uma pequena lanchonete parece, mas não é. E já enganou muita gente.
“Nós tivemos um cliente que veio umas três ou quatro vezes e pedia o hambúrguer de frango. Na quarta vez em que ele esteve aqui, um amigo falou que o lugar era vegetariano, e ele não simplesmente não acreditou que não era frango”, relata Timothy Gargiulo, sócio da lanchonete.
O dono do lugar quer acabar de vez com a ideia de que comida vegetariana nunca tem gosto bom. Mas o que será que tem no hambúrguer que enganou o cliente?
“Tem aproximadamente seis tipos de proteínas vegetais combinadas para fazer o hambúrguer de frango. É uma receita secreta. Não revelamos”, brinca Timothy.
Lá na feira, o agricultor Wyatt Barnes acha que é mesmo muito difícil convencer a maior parte dos americanos a comer algo simplesmente por causa dos efeitos benéficos para a saúde. Certamente, o preço não ajuda. Uma cestinha de tomates coloridos custa o equivalente a quase R$ 9. É caro demais. Wyatt conta que não consegue produzir o ano inteiro.Ele só colhe os tomantes quatro semanas por ano.
“Nós recusamos pedidos de 50 restaurantes este ano. No mercado, as pessoas nos davam os cartões e diziam: ‘me liga’. Simplesmente não conseguimos atender aos pedidos”, diz.
Em dez anos, o mercado de orgânicos nos Estados Unidos cresceu de US$ 1 bilhão para US$ 25 bilhões. A comida saudável ainda é cara, mas tem muito mais gente comprando.
“Acho que muitas pessoas pensam em vida saudável como escolhas difíceis, comer comida que não tem gosto, sem graça. Acho que as pessoas aqui encontraram um jeito tornar tudo divertido”, conclui o desenvolvedor de negócios Tom Wyman.



quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

GRIPE SUÍNA: HORA DE PENSAR NA IMUNIDADE


A infecção pelo Influenza A (H1N1), conhecida como gripe suína, é uma doença respiratória de porcos causada pelo vírus influenza tipo A. Infecções em humanos são incomuns. Os sintomas da gripe suína são semelhantes aos sintomas da gripe comum, e incluem febre, tosse, dor de garganta, dor no corpo, dores de cabeça, tremores e fadiga. Alguns doentes também apresentam vômitos e diarréia. No passado, pneumonias graves, insuficiência respiratória e mortes, foram relacionados à gripe suína em humanos. O contágio se dá de pessoa à pessoa, através de tosse e espirros, ou pelo contato de uma pessoa sã com superfícies contaminadas, ao levar em seguida, a mão aos olhos, boca ou nariz.
A gripe suína está no noticiário e os questionamentos são vários, principalmente o que fazer para não contrair o vírus e, se contraído, como evitar a progressão da infecção para formas mais graves.
Quanto à prevenção das viroses, a sabedoria popular prega uma boa alimentação dentro do famoso “se cuidar para não ficar gripado”. Talvez nossas avós estivessem certas em suas orientações. Em relação à Gripe Suína, veja abaixo como algumas das recomendações sugeridas agora pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos E.U.A parecem escritas por elas.
“PRIMEIRO E MAIS IMPORTANTE: LAVE AS MÃOS. TENTE MANTER UM BOM ESTADO DE SAÚDE. DURMA BEM, MANTENHA-SE FISICAMENTE ATIVO, CONTROLE O ESTRESSE, BEBA MAIS ÁGUA E COMA ALIMENTOS NUTRITIVOS.”
Em relação aos ALIMENTOS NUTRITIVOS, cabe ressaltar que diversos estudos demonstram que alimentos orgânicos contém níveis mais elevados de diversos nutrientes e de antioxidantes. Também sabemos que esses alimentos são cultivados com severas restrições quanto ao uso de fertilizantes, pesticidas, aditivos alimentares e drogas de uso veterinário. O que nossas avós nem pensavam é que o bom funcionamento do nosso sistema imunológico, o maestro de nossas defesas contra infecções, tumores, etc., pode ser prejudicado por exposição à essas substâncias químicas (e seus subprodutos) utilizadas na indústria e na agricultura modernas. Após a 2ª. Guerra Mundial, 80.000 novas substâncias químicas sintéticas foram lançadas no meio ambiente. A maioria não foi testada quanto ao impacto sobre saúde, desenvolvimento de crianças e ação sobre fetos. Não há testes para avaliar efeitos dessa “salada química”.
O desenvolvimento do sistema imunológico, principalmente durante a vida fetal, repercute amplamente sobre a saúde, tanto na infância como até mesmo na vida adulta. A asma, alergias e deficiências imunológicas podem ser as consequências, a longo prazo, dessas exposições químicas na vida intra-uterina e na infância.
Nos E.U.A., todos os dias:
• 9 entre cada 10 crianças, entre os 6 meses e 5 anos de vida, são expostas à uma combinação de 13 diferentes inseticidas nos alimentos que ingerem.
• Mais de 1 milhão de crianças < 5 anos (1 em cada 20), ingere uma quantidade não segura de inseticidas organofosforados.
Esses contaminantes ambientais afetam o sistema imunológico de várias formas, aumentando a susceptibilidade, por exemplo, a tumores e infecções. Alguns estudos também verificaram atrofia no timo, um orgão do sistema imunológico.
A realidade de outros países, incluindo o nosso, não deve ser muito diferente. O “barulho” da provável pandemia provocada pela gripe suína é compreensível, e todos os esforços devem ser empreendidos pelas autoridades competentes para combatê-la.
Aproveitamos para lembrar que há uma outra “pandemia silenciosa” em curso, provocada pela interação de indivíduos susceptíveis com agentes químicos potencialmente nocivos.
O consumo de alimentos orgânicos desponta então como um meio de “comer alimentos nutritivos”, sem um fardo químico potencialmente imuno-tóxico. Nosso delicado sistema imunológico agradece.
Fonte: http://www.dr-organico.com.br/noticias/?gripe-suina-hora-de-pensar-na-imunidade&id=56

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Linhaça é super

Estudos quentíssimos mostram que a semente do linho é mesmo capaz de impedir o crescimento do câncer de mama. Mas existem macetes na hora do consumo que você precisa conhecer para tirar o melhor proveito desse superalimento. Estão todos aqui!


Para aproveitar tudo que a linhaça tem de bom, a dica é triturá-la. O liquidificador, portanto, é muito bem-vindo.
Contam os arqueólogos que a linhaça era usada em mumificações no Egito. Outros achados apontam que era empregada com sucesso para tratar ferimentos. E, se antigamente fazia parte até mesmo de rituais, hoje ela marca presença nos laboratórios de grandes centros de pesquisa em nutrição. Na Universidade de Toronto, no Canadá, por exemplo, a cientista Lilian Thompson comprovou que a semente é capaz de barrar a metástase em pacientes com câncer de mama ou seja, a linhaça evitou que o tumor se espalhasse e tomasse conta do organismo.
Esse excelente resultado foi apresentado no 6° Simpósio Latino-Americano de Ciência de Alimentos, que aconteceu no mês passado na Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. Segundo a pesquisadora canadense, "trabalhos realizados em várias universidades mostram que a semente é capaz de diminuir o risco de outros tumores, como o de cólon e o de próstata". Somem-se essas boas notícias ao fato de a linhaça ajudar a controlar os níveis de colesterol.
Aqui no Brasil, mais precisamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a equipe do Departamento de Nutrição também anda analisando a linhaça. O enfoque, entretanto, é outro. "Investigamos a segurança no consumo", conta a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira. Explica-se: embora contenha substâncias capazes de prevenir doenças letais, o que faz dela um alimento funcional de primeira grandeza, a linhaça carrega compostos que poderiam interferir na absorção de nutrientes. Por enquanto o que se sabe é que o aquecimento da semente neutraliza esse inconveniente. Isso porque, segundo Ana Vládia, o calor diminui a atividade de algumas proteínas suspeitas de atrapalhar o aproveitamento de sais minerais. A sugestão é deixar a linhaça no forno baixo por 15 minutos. "Claro que, se ela for usada na preparação de receitas assadas, como pães ou biscoitos, não precisará disso", diz a pesquisadora, que continua mergulhada em seus estudos.
Outra dica para aproveitar ao máximo a semente é triturá-la no liquidificador. "É que a casca, bastante resistente, pode passar intacta pelo aparelho digestivo", justifica a farmacêutica bioquímica Rejane Neves-Souza, professora de nutrição da Universidade do Norte do Paraná. E aí as substâncias benéficas ficam impedidas de sair. "Mas tem que bater e comer logo, porque a linhaça é muito suscetível à oxidação", ensina o bioquímico Jorge Mancini Filho, da Universidade de São Paulo.
Os cientistas só não chegaram ainda a uma conclusão sobre a quantidade ideal de consumo. "Estamos em busca dessa resposta", suspira a nutricionista Ana Vládia. Quem dá bem a medida (sem trocadilho) da indefinição é a farmacêutica bioquímica Rejane Neves. Ela conta que já viu sugestões de porções as mais variadas de 25 gramas (1 colher de sopa bem cheia) até 45 gramas (quase 2 colheres) por dia. E comenta que alcançar esta última indicação é bem mais difícil. "A inclusão da semente no dia-a-dia deve ser gradativa".
DOURADA


É bem mais difícil encontrar a linhaça clara aqui no Brasil, já que ela aprecia climas frios. Geralmente é importada do Canadá. "Seu sabor é mais suave do que o da escura", descreve a farmacêutica bioquímica Rejane Neves-Souza, da Universidade do Norte do Paraná.





MARROM

A semente escura, nativa da região mediterrânea, já está adaptada ao solo brasileiro, onde se deu bem por causa do clima quente. Por isso é mais fácil encontrá-la por aí. Comparada com a dourada, a casca é um pouco mais resistente. Quanto aos nutrientes, não perde nada para a outra variedade.





 
Afinal, o que faz da linhaça um superalimento? "Sua casca guarda um mix de proteínas, minerais e vitaminas", responde o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. Vale destacar a vitamina E, que contribui para o funcionamento celular e, por isso, afasta o envelhecimento precoce e as doenças degenerativas.
Outros ingredientes que compõem sua poderosa fórmula são o ômega-3 e o ômega- 6, atuando em perfeita harmonia. Essa dupla, nunca é demais lembrar, garante a saúde cardiovascular. Afinal, ambos atuam na redução do LDL, o mau colesterol, responsável por estragos nas artérias. "Diversos trabalhos apontam a semente do linho como protetora do coração", reforça Jocelem Salgado, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais e professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, interior paulista.

INGREDIENTE DE DESTAQUE

Entretanto, o que torna a linhaça ímpar pra valer atende pelo nome de lignana, substância que começa a sair do anonimato. Não é para menos. Ela praticamente faz as vezes do estrógeno. "Ao se ligar a receptores celulares, a lignana funciona como um falso hormônio", justifica a farmacêutica bioquímica Rejane Neves- Souza. É o que os especialistas chamam de fitoestrógeno. Aliás, foi justamente esse componente o mais mencionado nos trabalhos da canadense Lilian Thompson.
Segundo a pesquisadora, estudos com grande número de pacientes mostram a relação entre a lignana e a redução dos tumores de mama. Esse composto comprovadamente atua na apoptose celular, um mecanismo de defesa que provoca o suicídio das células defeituosas. O incrível é que, no caso do câncer, esse programa de autodestruição simplesmente não costuma funcionar. Mas a lignana topa a parada e ativa a contagem regressiva para a célula doente se explodir. E olha que nem os grandes centros de pesquisa conseguiram desenvolver a contento drogas com essa capacidade. "Observamos esse efeito em 39 pacientes", afirma Lilian, que as orientou a consumir 25 gramas de linhaça por dia durante pouco mais de um mês.
A observação desses indivíduos pela equipe da Universidade de Toronto foi rigorosa. A linhaça ressalta a pesquisadora só pode ser usada no tratamento do câncer sob estrita avaliação médica. E é bom que se diga: mesmo quem está saudável não está livre para ingerir o alimento à vontade. "O excesso pode prejudicar a membrana das células", avisa o nutrólogo Durval Ribas Filho. E para quem pensa em lançar mão de pílulas de óleo de linhaça, alto lá! "Ingerir cápsulas de suplemento, aí mesmo só sob orientação!", avisa Durval.

A ECOBIO PRODUZ A FARINHA DE LINHAÇA DOURADA E MARROM, BEM COMO POSSUI EM GRÃOS, A FARINHA DE LINHAÇA DOURADA E MARROM É MOÍDA NA HORA E EMBALADA À VÁCUO EM MENOS DE 15 MINUTOS APÓS A MOAGEM. DESSE MODO, NÃO OXIDA ENÃO HÁ NECESSIDADE DO CLIENTE EM MOER NO LIQUIDIFICADOR.



Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0268/nutricao/conteudo_108464.shtml

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pesquisa comprova que rios brasileiros estão cada vez mais poluídos

Uma pesquisa realizada pela ONG ambiental SOS Mata Atlântica avaliou a qualidade de 43 fontes de água em todo o país. O resultado mostrou que os rios e lagos estão cada vez mais poluídos, já que nenhum dos corpos d’água analisados alcançou nível bom ou ótimo.
Durante todo o ano de 2010 uma equipe da ONG percorreu 12 estados brasileiros e, baseado em parâmetros do Ministério do Meio Ambiente, foi constatado que em 70% das coletas feitas em rios, córregos, lagos e outros corpos hídricos, a qualidade da água foi tida como regular. O restante de dividiu entre ruim, com 25%, e péssima, com os outros 5%.
O principal motivador de tanta poluição foi o esgoto doméstico, conseqüência da falta de saneamento básico. Em outros casos a adubação química, utilizada nas lavouras, também foi um dos fatores prejudiciais à qualidade da água.
O rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), conseguiu o pior resultado, entre todos os locais testados, seguido pelo lago da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O rio Doce, na cidade capixaba de Linhares, e a lagoa de Maracajá, em Pernambuco, obtiveram as melhores classificações, mesmo assim ainda foram consideradas regulares e impróprias para o consumo.
O grupo de pesquisadores concluiu que todas as fontes analisadas necessitam de tratamento prévio para qualquer tipo de utilização, seja ela para o consumo doméstico ou até mesmo para o uso industrial.
O geógrafo do projeto, Vinicius Madazio, explicou que o problema com a falta de saneamento pode trazer prejuízos ainda maiores, quando nos deparamos com o fato de que 60% da população brasileira habita regiões de Mata Atlântica. Por isso, o saneamento deveria ser fator prioritário em todo o governo e sociedade em geral.
Os rios que percorrem São Paulo também tiveram destaque negativo e foram classificados pelo geógrafo como em estado “sofrível”. Os três exemplos analisados pela equipe, rio Tietê, Paraíba do Sul e a nascente do rio Bussocaba, tiveram péssimos resultados e, segundo Damazio, essas características ruins se repetem na maior dos rios e córregos paulistas.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem investido em estratégias para mudar esse cenário. Na capital, por exemplo, já foram destinados US$ 2,1 bilhões, desde 1992, na despoluição do rio Tietê. A empresa pretende investir mais US$ 1,05 bilhão até 2015. Durante esse período a meta é aumentar o alcance da coleta de esgoto de 85% para 87% e o índice de tratamento de 72% para 84%.
No entanto, cidades do interior de São Paulo que não são atendidas pelos serviços da Sabesp recebem investimentos muito menores na área de tratamento, coleta de esgoto e saneamento básico. Além disso, mesmo as cidades interioranas atendidas pela companhia recebem menos investimento que a capital. Para Damazio, a Sabesp “atua com muito mais firmeza na região metropolitana que no interior do Estado”.
Outro problema apontado no estudo e que está muito presente na capital paulista é a poluição difusa, ou seja, poluição gerada pelo lixo que é levado das ruas pelas chuvas. Esse tipo de contaminação é responsável por 30% da poluição das águas. Isso é prova de que a participação da sociedade é imprescindível para melhorar a qualidade das fontes brasileiras de água.

Fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1781/pesquisa_comprova_que_rios_brasileiros_estao_cada_vez_mais_poluidos/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Agrotóxico pode dizimar populações de abelhas




As abelhas são vitais para a vida na Terra - a cada ano elas polinizam plantas e plantações com um valor estimado em US$40 bilhões, mais de um terço da produção de alimentos em muitos países. Sem ações imediatas para salvar as abelhas, poderíamos acabar sem frutos, legumes, nozes, óleos e algodão.
Nos últimos anos, temos visto um declínio acentuado e preocupante a nível global das populações de abelhas - algumas espécies de abelhas estão extintas e outras chegaram a 4% da população no passado. Cientistas vêm lutando para obter respostas.
Alguns estudos afirmam que o declínio pode ser devido a uma combinação de fatores, incluindo doenças, perda de habitat e utilização de produtos químicos tóxicos. Mas um importante estudo independente recente produziu evidências fortes culpando os agrotóxicos neonicotinóides. A França, Itália, Eslovênia, e até a Alemanha, sede do maior produtor do agrotóxico, a Bayer, baniram alguns destes produtos que matam abelhas. Porém, enquanto isto, a Bayer continua a exportar o seu veneno para o mundo inteiro.
Este debate está esquentando a medida que novos estudos confirmam a dimensão do problema. Segundo a rede de campanhas globais, Avaaz, um documento vazado mostra que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA já sabia sobre os perigos do agrotóxico, mas os ignorou. O documento diz que o produto da Bayer é "altamente tóxico" e representa um "grande risco para os insetos não-alvo (abelhas)".


Fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1772/agrotoxico_pode_dizimar_populacoes_de_abelhas/

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

DOENÇA DE PARKINSON E PESTICIDAS


Precisando de mais motivos para consumir Orgânicos?
Segundo um estudo publicado em 15 de Abril, no American Journal of Epidemiology, a exposição crônica combinada aos pesticidas "maneb" (fungicida) e "paraquat" (herbicida), aumentou em até 75% o risco de desenvolver Doença de Parkinson, em residentes da região agrícola de Central Valley, na Califórnia. A exposição na infância aumentou de 4 – 6 vezes o risco de desenvolver a doença na vida adulta.
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, que compromete a capacidade motora, linguagem e outras funções. Ocorre com maior frequência em fazendeiros e em populações rurais, contribuindo para a hipótese de que os pesticidas utilizados na agricultura possam ser parcialmente responsáveis.
Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), da Universidade de Berkely e Universidade do Sul da Califórnia (USC), avaliaram 368 moradores da região de Central Valley diagnosticados com Doença de Parkinson. Os autores documentaram um risco 75% maior de apresentar D. de Parkinson em indivíduos que residiam nas proximidades (até 500 metros) de plantações tratadas com os pesticidas no período de 1974 -1999. O risco foi ainda maior (4-6 vezes) para aqueles que desenvolveram a doença antes dos 60 anos e foram expostos ao "maneb", "paraquat" ou uma combinação dos dois, entre 1974 e 1989, quando eram ainda crianças ou adolescentes. Os estudiosos destacam que a pesquisa confirma as observações de estudos com animais, onde a exposição a mais de uma substância química aumenta os efeitos adversos, e de que a época da exposição também influencia os resultados (pior na infância). Os autores concluem que o "maneb" e o "paraquat" agem sinergisticamente, tornando-se neurotóxicos e aumentando significativamente o risco de desenvolver D. de Parkinson.
Um outro estudo, publicado em 2008 na BMC Neurology, também verificou uma associação entre exposição a determinados pesticidas e ocorrência de D. de Parkinson.
As interações entre possíveis susceptibilidades genéticas e gatilhos ambientais, como os pesticidas por exemplo, ainda necessitam de mais estudos. Entretanto, há várias evidências que sugerem precaução na exposição aos pesticidas de uma forma geral. A Sociedade dos Médicos de Família do Canadá, regional Ontario (OCFP), publicou em 2004 um relatório recomendando a redução à exposição aos pesticidas “sempre que possível”, como medida preventiva em relação à doenças graves e de difícil tratamento.
Segundo o relatório:
• Há associações entre exposição a pesticidas e ocorrência de tumores, incluindo câncer de cérebro, dos rins, pâncreas e de próstata, entre outros.
• Também há relação com leucemia e linfoma não Hodgkin.
• Os estudos também demonstram efeitos consistentes em relação a dano no sistema nervoso central.
• Exposição ocupacional à substânicas agrícolas pode estar associada à malformações congênitas, morte fetal e retardo de crescimento intrauterino.
O relatório também alerta sobre o EFEITO DOS PESTICIDAS EM CRIANÇAS:
• As crianças são constantemente expostas a baixos níveis de pesticidas nos seus alimentos e meio ambiente. São poucos os estudos de longo prazo sobre essas exposições.
• Mesmo assim, o relatório identificou associações entre exposição à pesticidas e câncer na infância. Um risco mais elevado de câncer dos rins foi associado ao contato com pais que foram expostos trabalhando na lavoura. Outros estudos encontraram relação com câncer no cérebro e tumores hematológicos (linfoma não Hodgkin e leucemia).
• Algumas crianças apresentam risco maior de desenvolver leucemia aguda, se expostas durante a vida fetal ou infância precoce, principalmente quando a exposição é relacionada à inseticidas e herbicidas utilizados em gramados, jardins e árvores frutíferas, e também para o controle de insetos domésticos.
O consumo de produtos orgânicos incentiva a preservação da nossa já delicada Mãe Natureza e também é uma atitude de preservação da nossa saúde, dentro do princípio de que “A Prevenção é a Melhor Cura”.

Fonte: 1. Parkinson s Disease and Residential Exposure to Maneb and Paraquat From Agricultural Applications in the Central Valley of California - Am. J. Epidemiol. Vol. 169 (8), 15 April 2009 169: 919-926.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

AGRICULTURA ORGÂNICA: ALIMENTOS MAIS NUTRITIVOS E SOLOS MAIS RICOS, CONFIRMAM CIENTISTAS.

São as conclusões do Simpósio “Living Soil, Food Quality and the Future of Food”, apresentado durante o encontro anual da American Association for the Advancement of Science – AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência) realizado em Chicago em Fevereiro de 2009. Fundada em 1848, A AAAS é a maior sociedade científica do mundo e publica o famoso periódico Science, a revista científica mais lida no mundo, atingindo 10 milhões de leitores.. Pesquisadores da Washington State University, da University of California-Davis e do The Land Institute, baseados em estudos realizados durante os últimos 10 anos , incluindo também outros centros de pesquisa, concluíram e publicaram que:
Estudos da produção de maçãs demonstram que solos de cultivo orgânico apresentam melhor saúde documentada pela maior diversidade biológica, maior quantidade de matéria orgânica e melhores propriedades físicas e químicas. A melhora da qualidade do solo dos sistemas de produção de maçãs orgânicas pode levar a ganhos na qualidade nutricional, sabor e no armazanamento das frutas.
Tomates de cultivo orgânico apresentam níveis significativamente mais elevados de sólidos solúveis e de moléculas naturais chamadas de metabólitos secundários, incluindo os flavonóides, licopeno e vitamina C.
A agricultura orgânica, em determinadas circunstâncias, pode retardar o início do “efeito de diluição” . Em centenas de estudos, cientistas demonstraram que níveis cada vez mais elevados de fertilizantes impactam negativamente a densidade de certos nutrientes dos alimentos cultivados, daí o nome de “efeito de diluição” (dos nutrientes). Mais especificamente, tomates que utilizam fertilizantes orgânicos mantém concentrações constantes de benéficos antioxidantes e de metabólitos secundários fenólicos , mesmo com a aumento do tamanho da fruta, enquanto que as concentrações desses mesmos compostos benéficos diminuem com o aumento do tamanho da fruta quando o mesmo cultivar de tomate é submetido a fertilizantes e métodos convencionais.
Estudos de 27 cultivares de espinafre orgânico demonstram níveis significativamente mais elevados de flavonóides e de vitamina C e níveis mais reduzidos de nitratos. Os nitratos nos alimentos são considerados prejudiciais à saúde humana pois formam compostos carcinogênicos (nitrosaminas) no trato gastrointestinal e podem converter a hemoglobina a uma forma incapaz de transportar oxigênio no sangue.
Os níveis de metobólitos secundários das plantas parecem ser determinados pelas formas de adição de nitrogênio ao sitema de cultivo, bem como pelo modo que as comunidades biológicas de organismos do solo processam o nitrogênio. Comparado ao cultivo típico de plantações convencionais, o ciclo do nitrogênio em cultivos orgânicos atinge processos biológicos e interações solo-planta substancialmente mais complexos. Por esse motivo, o cultivo orgânico oferece grande potencial na produção mais consistente de alimentos enriquecidos de nutrientes.
Os métodos de fertilização do solo orgânico, que não utilizam formas de nutrientes que já são prontos para fácil absorção pelas plantas, melhoram os padrões de expressão genética da planta, proporcionando uma assimilação mais eficiente de nitrogênio e carbono em tomates. Esse ganho na eficiência da captação de nutrientes deixa as plantas com mais energia para produzir metabólitos secundários benéficos, compostos que promovem saúde em plantas e humanos.

Fonte: http://www.dr-organico.com.br/noticias/?agricultura-organica-alimentos-mais-nutritivos-e-solos-mais-ricos-confirmam-cientistas&id=27


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dieta rica em fast foods e alimentos processados pode reduzir seu Q.I.


Afirmação é de uma pesquisa britânica que avaliou crianças de três a oito anos
Pessoas com dieta rica em comida processada podem apresentar Q.I. ligeiramente mais baixo, de acordo com um amplo estudo divulgado no Journal of Epidemiology and Community Health da British Medical Association (BMA) e que já está sendo aclamado como o mais abrangente do tipo. A conclusão da pesquisa é o resultado do acompanhamento de 14.000 crianças nascidas na Inglaterra entre 1991 e 1992, que tiveram a saúde e o bem-estar monitorados aos três, quatro, sete e oito anos e meio.
Os pais das crianças foram orientados a preencher questionários que perguntavam, entre outras coisas, o que seus filhos comiam e bebiam. Três padrões de dieta foram então identificados: o primeiro, rico em gorduras processadas e açúcar; o segundo, uma dieta "tradicional" com base em carne e vegetais; e o terceiro, considerado "saudável", com muita salada, frutas e vegetais, além de macarrão e arroz.
Quando as crianças chegaram aos oito anos e meio, seu Q.I. (sigla para quociente de inteligência) foi medido através de uma ferramenta padrão conhecida como Escala de Inteligência de Wechsler. Entre as 4 mil crianças cujos dados estão completos, é possível perceber uma diferença significativa de Q.I. daquelas que consumiam comida processada em relação às submetidas a uma dieta saudável nos primeiros anos da infância.
Ao todo, 20% das crianças participantes consumiam grande quantidade de comida processada, e o Q.I. médio aferido entre elas é 101. Já entre os 20% alimentados de maneira saudável, o Q.I. médio é 106.
— É uma diferença muito pequena, não é uma diferença vasta — admite Pauline Emmett, uma das autoras do estudo, que pertence à Escola de Medicina Social e Comunitária da Universidade de Bristol.
— No entanto, ela as torna menos capazes de lidar com a educação, menos capazes de lidar com algumas coisas na vida — acrescenta.
A associação entre nível de Q.I. e nutrição é um ponto polêmico e exaustivamente debatido, uma vez que pode ser influenciada por inúmeros fatores como o contexto social e econômico de cada indivíduo. É possível argumentar, por exemplo, que uma família de classe média tem mais interesse (ou mais condições) de servir uma refeição saudável aos filhos, além de dar mais estímulo à criança para que consuma alimentos saudáveis, em comparação com famílias mais pobres.
Emmett explica que sua equipe dedicou especial cuidado para neutralizar este tipo de fator na aferição dos dados.
— Temos todo o controle do nível educacional da mãe, da classe social da mãe, sua idade, se vive em casa própria, o que aconteceu em sua vida, qualquer coisa errada, o ambiente da casa, se há livros ou se assiste muita televisão, coisas assim — diz a pesquisadora.
Além disso, afirma, o tamanho do estudo não tem precedentes na área.
— É uma amostra gigantesca, é muito maior do que qualquer coisa que alguém já tenha feito — acrescentou, em entrevista à AFP.
Emmett enfatiza, entretanto, que ainda são necessários mais trabalhos para descobrir se este impacto no Q.I. das crianças continua à medida que envelhecem. Sobre por que uma dieta rica em 'junk food' teria esta influência sobre a inteligência, a pesquisadora sugere que a falta de vitaminas e minerais vitais para o desenvolvimento do cérebro, adquiridos em pouca quantidade em alimentos processados, em um momento fundamental da infância, pode ser responsável pela diferença.
— Uma dieta de 'junk food' não proporciona um bom desenvolvimento do cérebro — conclui.
 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Além de fazerem bem à saúde, alimentos orgânicos contribuem com a preservação do meio ambiente


Cada vez mais consumidores optam pela versão não industrializada da comida

Pesquisa mostra que cada vez mais brasilienses se tornam adeptos do consumo de alimentos orgânicos. Nos últimos anos, aumentou o número, principalmente de mulheres, nos mercados e feiras naturais
Sônia Maria de Souza tem 65 anos e muito vigor. Ativa, ela se divide entre as tarefas domésticas e a confeitaria caseira. Faz caminhada diária e não se descuida da alimentação. Ela acredita que a boa saúde se deve principalmente aos hábitos que mantém há mais de uma década.
— Há quase 15 anos consumo alimentos orgânicos, principalmente frango e hortaliças. O sabor é melhor, além de serem livres de agrotóxicos. Sinto o meu corpo mais forte. Hoje, dificilmente vou ao médico.
A alimentação orgânica é baseada no cultivo 100% natural e sustentável dos alimentos. São considerados orgânicos frutas, hortaliças, grãos, laticínios e carnes que não usam, em todo o processo produtivo, substâncias que possam colocar em risco a saúde de produtores e consumidores, como fertilizantes, agrotóxicos, antibióticos, aditivos químico-sintéticos e hormônios, dentre outros. Por isso, o cultivo de alimentos orgânicos também visa o consumo sustentável e a preservação do meio ambiente, uma vez que não agride o solo, as plantas e os animais.
Sônia faz parte de um número crescente de brasilienses que optam pelo consumo de alimentos orgânicos. Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) da Universidade de Brasília (UnB) em 2008, esse público é formado, principalmente, por mulheres, pessoas com renda familiar acima de R$ 5 mil e nível educacional superior.
— O consumidor está compreendendo a importância de uma alimentação saudável e da responsabilidade que ele tem com o meio ambiente — comenta Ana Maria Junqueira, agrônoma e coordenadora do estudo.
A professora explica que a maioria das pessoas que consomem orgânicos é adulta e tem maior acesso a informações sobre os benefícios de uma alimentação natural.
A pesquisa mostra que o principal motivo pelo qual consumidores buscam os orgânicos é a preocupação com a saúde. Dos 400 entrevistados, 88% apontaram essa razão — principalmente em relação ao uso de agrotóxicos nas hortaliças convencionais, aos hormônios aplicados às rações dos animais e à contaminação dos solos de cultivo. O engenheiro Flávio Albuquerque é um desses consumidores. Comprador assíduo de orgânicos desde 1992, ele afirma nunca mais ter tido problemas com hipertensão.
— Como arroz, feijão, folhosos e queijos orgânicos com frequência. Após um ano com a mesma dieta, percebi a diferença em meu corpo. Não tenho mais alergias e minha pressão está estabilizada.
A preocupação de Flávio está correta. Algumas substâncias usadas em fertilizantes e hormônios podem influenciar negativamente na digestão e absorção de nutrientes. É o que afirma a nutricionista Débora Sorgi, criadora do site www.comerbemfazbem.com.br, que dá dicas sobre alimentação saudável.
— Além de perigosos para o organismo, alguns componentes de agrotóxicos e fertilizantes podem atrapalhar a absorção dos nutrientes dos outros alimentos. Eles se agregam ao nutriente e o transformam em algo que o corpo não entende como saudável.
Débora afirma que pode haver competição entre o componente saudável e o químico.
— O organismo acaba absorvendo uma substância menos nutritiva. Outro problema pode ocorrer na liberação incorreta de enzimas e nas variações do nível de acidez no estômago necessários para a digestão.
Dessa forma, o consumidor de alimentos com excesso de ingredientes químicos está mais suscetível a doenças, já que não tem seu organismo nutrido de forma completa durante as refeições.
Preocupação com o ambiente
Pata Sônia Maria de Souza, consumir orgânicos é tão importante quanto praticar a coleta seletiva e a reciclagem no condomínio onde vive, na Asa Norte.
— Sabemos que para estar em harmonia com nosso corpo também é importante estar em harmonia com o ambiente em que vivemos. Tento passar isso para as pessoas que conheço. Viver de forma mais natural é uma maneira de garantir a segurança e a qualidade de vida daqueles que ainda nem nasceram — acredita.
Segundo o estudo realizado pela UnB, Sônia não é a única a defender essa filosofia. O cultivo sustentável dos alimentos é o terceiro motivo levantado pelos consumidores pesquisados para justificar o consumo de orgânicos: 33% deles disseram se preocupar com o meio ambiente.
O Ministério da Agricultura afirma no site www.prefiraorganicos.com.br que uma das características fundamentais da produção orgânica é a preocupação com o meio ambiente. Os sistemas orgânicos de produção priorizam o uso responsável dos recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. A agricultura orgânica busca diversificar e integrar a produção de espécies vegetais e animais com o objetivo de criar ecossistemas mais equilibrados. Dessa forma, o consumidor contribui para o aumento da qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
Direto para o cardápio
Cooperativas e lojas distribuidoras contribuem para que a comercialização de orgânicos se mantenha estável e o carrinho do consumidor, sempre cheio. Verinaldo e Veronilde da Silva Sousa, proprietários de uma loja especializada em orgânicos e consumidores de orgânicos há mais de 15 anos, recebem produtos vindos direto das fazendas de cultivo e de algumas fábricas.
— A cada ano, contamos com mais produtores. E a procura também é maior. Para cumprirmos a demanda do consumidor, ainda é preciso trazer mercadorias de outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina — explica Verinaldo.

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,212,2994208,Alem-de-fazerem-bem-a-saude-alimentos-organicos-contribuem-com-a-preservacao-do-meio-ambiente.html




sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Desintoxicação: saiba quais alimentos fazem faxina no organismo

Arroz integral, a quinua integral e o painço são boas fontes de vitaminas do complexo B
Não tem desculpa. As festas de fim de ano passaram e as guloseimas liberadas na férias devem chegar ao fim. Fevereiro é momento de eliminar os excessos. Para estimular o corpo a fazer o trabalho de limpeza é importante incluir no cardápio certos alimentos.
Alimentos da faxina:
— Inclua alimentos fontes de vitaminas do complexo B, flavonóides, minerais como zinco e manganês e alguns fitoquímicos encontrados em plantas como o boldo, a alcachofra e o chá verde.
— Os cereais integrais como o arroz integral, a quinua integral e o painço são boas fontes de vitaminas do complexo B. Eles devem aparecer nas três principais refeições.
— Sementes de abóbora, melão e melancia são boas fontes de cálcio e magnésio, além de ter ação vermífuga. Use um punhado, 20g de semente de abóbora, ou 1 colher de sopa de semente de melão ao dia batido com suco de frutas.
— Couve flor, brócolis, couve manteiga, repolho, agrião, rúcula são fontes de tióis importante para suportar o processo de desintoxicação. Faça cubinhos de couve com hortelã e acrescente um "gelinho" desses no suco do café da manhã.
— Os sucos de uva, amora e as frutas vermelhas são fontes de antocianinas, antioxidantes que também melhoram o processo de limpeza do organismo.
— O própolis também tem papel importante e pode ser usado em sucos ou em água.
 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Anúncio de alimentos pouco saudáveis predomina na televisão

Publicidade transmite ideia errada sobre nutrição, dizem especialistas



Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, uma pesquisa mostra que peças publicitárias de alimentos na televisão induziram diversas crianças a acreditar que esses produtos eram bons e saudáveis. O estudo também acompanhou os anúncios exibidos e aponta que nenhum deles mostra alimentos saudáveis. O nutricionista Alexander Marcellus, que realizou o trabalho, defende que o Congresso Nacional regulamente a publicidade de alimentos para crianças, que não possui lei ampla sobre esse assunto no Brasil.
Entre as crianças, 40% assistem mais de 6 horas de televisão nos fins de semana
Participaram do trabalho 15 crianças de 10 a 12 anos e 15 mães, entrevistados para avaliar a maneira como percebem a publicidade de produtos alimentícios na televisão. Também foi analisada a programação dos dois canais de maior audiência para o público infantil, de segunda à sexta-feira.
— Entre as crianças pesquisadas, 26% viam mais de 3 horas de televisão durante a semana, e 40% assistiam 6 horas ou mais no final de semana — conta Alexander.
O tipo de alimento mais veiculado foi o fast-food, também apontado como o preferido pelas crianças, ao lado dos refrigerantes e dos produtos lácteos.
— Elas possuem uma memória voltada para aquilo que aparece na televisão — diz o nutricionista. — Embora já diferenciem a propaganda do restante da programação, sentem vontade de consumir os produtos e pedem aos pais para comprar.
Nenhum dos alimentos anunciados no período acompanhado pela pesquisa é considerado saudável, aponta Alexander.
— A publicidade transmite uma ideia errada sobre a qualidade nutricional, ludibriando crianças que alimentos ricos em açúcar ou gorduras são saudáveis, por exemplo — afirma. O pesquisador relata que em alguns casos, apesar da veiculação de informações verdadeiras, não há honestidade nos anúncios, o que fere a ética publicitária. — Mostra-se que um suco de frutas não tem conservantes, mas é omitida a presença de outros aditivos que podem ser prejudiciais à saúde.
Influência
As mães entrevistadas na pesquisa não souberam identificar os publicitários como responsáveis pelos anúncios de alimentos.
— Entretanto, 40% não concordam que a publicidade tenha que ter apelo à criança — observa Alexander. — É importante resssaltar que os pais não apenas estão entre os responsáveis pelos hábitos alimentares dos filhos como também servem de influência, por isso, precisam de orientação.
Alexander alerta que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não possuem regulamentação séria sobre a publicidade de alimentos e bebidas para crianças até 12 anos.
— A lei deve vir em respeito à fase de formação da criança, que está compreendendo o mundo em sua volta para se comportar como consumidor — destaca. — No último dia 17 de dezembro, mais 50 entidades da sociedade civil lançaram a Frente pela Regulamentação da Publicidade de Alimentos, para reivindicar junto ao Poder Público a regulamentação do tema.
A publicidade institucional do governo federal é outro caminho apontado pelo nutricionista para incentivar o consumo de alimentos saudáveis.
— Anualmente são gastos 6 bilhões de reais em publicidade, sendo que com apenas 1% desse valor seria possível colocar seis inserções semanais na televisão de anúncios mostrando os benefícios de alimentos como frutas, verduras e legumes — calcula Alexander. — O governo tem a obrigação não só de educar como de cuidar da saúde das crianças.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um empurrãozinho para os orgânicos

 Cada vez mais, surgem iniciativas que estimulam o plantio e o consumo de alimentos produzidos sem agrotóxicos como alternativa saudável e social, incluindo, aqui, a recuperação da autoestima dos pequenos produtores aposentados
A produção de alimentos já incorporou toda sorte de novidades tecnológicas – e continua recebendo pesados investimentos – para aperfeiçoar seus processos nos quesitos volume e praticidade. Mas a regra, agora, é bastante simples: aproveite cada espacinho para ter sua própria plantação.
É nessa perspectiva que a Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - vem concretizando seu projeto “Hortas Comunitárias”, implantado em Baeta Neves, em São Bernardo do Campo, onde atende 21 famílias, e em São Mateus, em São Paulo, beneficiando seis famílias desde 2003.
A ideia é produzir e disponibilizar alimentos para a população do entorno, incentivar o consumo de verduras e legumes e inibir o uso indevido de áreas urbanas. “Além da produção de alimentos a baixo custo, o projeto funciona como uma terapia porque melhora a autoestima de pessoas que se sentiam improdutivas, como os aposentados”, afirma Maria das Graças Beraldo Santiago, analista de sistema de saneamento da Unidade Metropolitana de Produção de Água da Diretoria Metropolitana da Sabesp.
A implantação passa por diagnóstico técnico e socioeconômico, estabelece parcerias e busca a autossustentabilidade, por isso os beneficiados têm treinamento em reciclagem e gestão financeira. Os excedentes produzidos, além de distribuídos aos vizinhos e utilizados para as próprias refeições, são comercializados. O próximo passo é viabilizar a instalação em Guaraú, também em São Paulo.
A hortas são manejadas sem transgênicos, agrotóxicos, adubos químicos ou esterco in natura. As plantas são regadas com água tratada e ganham materiais vegetais nos canteiros. O projeto foi apresentado no dia 23 de abril durante a 16ª Audiência de Sustentabilidade da Sabesp. Informações sobre as audiências, no site da Sabesp.
O QUE ISSO TEM A VER COM EDUCAÇÃO?
Atendendo a pedidos, o Programa Clube Escola, da Prefeitura de São Paulo, que oferece atividades esportivas aos estudantes da rede pública e a seus familiares, desde o futebol até o rugby, como forma de inclusão social criou sua horta também. A favorecida foi a unidade do Jardim São Paulo.
A área verde do clube servirá como ponto de lazer a aprendizado na interação entre homem e meio ambiente. Os alunos vão aprender sobre o uso racional da água, a valorização da natureza, reuso de folhagens e resíduos gerados no clube e, como não poderia deixar de ser, curso teórico e prático de horta orgânica que envolve técnicas de cultivo e reeducação alimentar.
Na opinião do vice-presidente da consultoria MOA Internacional do Brasil, Benedito Tate, que participou da apresentação da diretora do Clube Escola Jardim São Paulo, Ana Maria Schiesari, a sustentabilidade é um modo de conduzir o planeta, portanto, deve ser incorporado como estilo de vida. “As crianças dos grandes centros urbanos precisam saber como é o processo porque não tem o hábito de consumir produtos orgânicos. O fato de os pais comprarem e colocarem na geladeira não vai mudar a situação porque, por uma série de obstáculos, eles não vão comer”. Tate acrescentou, ainda, que no Japão ações semelhantes estão sendo feitas. Por uma questão de espaço, os japoneses plantam até mesmo em vasinhos dentro de casa.
É ORGÂNICO MESMO?
Para ter certeza de que os produtos vendidos como orgânicos são mesmo feito de acordo com as devidas práticas, o consumidor deve verificar se carregam um selo que certifica a produção. A dica é do diretor da Associação de Certificação IBD – Instituto Biodinâmico, José Pedro Santiago.
Segundo o especialista, o selo garante que o alimento foi realmente cultivado sem agrotóxicos ou transgênicos e respeita leis sanitarista, ambiental e trabalhista. A certificação engloba um conjunto de aspectos que não dizem respeito apenas à presença ou não de algumas substâncias químicas na planta, mas da proteção do solo, da água, do descarte correto do lixo gerado e das condições de trabalho dos produtores.
Em geral, o processo de certificação leva cerca de um ano, prazo para a empresa se adequar às conformidades. Em caso de produção perene, como morango, o período aumenta para dois anos e para três se for produto do tipo exportação.
MAS É CARO...
Também presente ao evento, o presidente da Associação de Produtores Horta e Arte de São Roque, Luiz Carlos Trento, justificou o preço dos orgânicos. “Para quatro hectares de plantação na agricultura tradicional tenho dois trabalhadores; para a mesma extensão de terra no cultivo orgânico, preciso de dez pessoas”.
Além disso, há diferenças consideráveis no processo. “A agricultura orgânica usa compostos e defensivos naturais e técnicas de manejo nutricional: se a planta está bem cuidada dificilmente precisará de agrotóxicos. E pensar em matar os bichos é pensamento de agricultor convencional. O orgânico sabe que controlar a mosca-branca e conviver com ela”.
Para Tate, pagar a mais por produtos orgânicos é uma questão de foco: pode ser uma economia nas compras e um gasto futuro com problemas de saúde. “Se os alimentos que consumimos vêm do solo e ele está contaminado isso irá afetar nossa saúde e a do planeta também. Meio ambiente não é só preocupação com ar, água e solo”.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/saude/conteudo_467931.shtml?func=2

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os 10 alimentos mais contaminados por agrotóxicos

Anvisa encontrou resíduos de insumos agrícolas acima do nível seguro para consumo.

O uso de agrotóxicos na produção agrícola e a contaminação dos alimentos têm sido preocupação no âmbito da saúde pública. Um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), iniciado em 2001, mostra que muitos dos alimentos que consumimos normalmente estão contaminados.
Segundo a Anvisa, os agrotóxicos "são ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer".
O Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), realizado pela Anvisa em conjunto com os órgãos de vigilância de 25 estados participantes, mais o Distrito Federal, analisou diversos legumes, frutas e vegetais para verificar o nível de contaminação.
Entre as amostragens analisadas, os alimentos que foram contaminados com maior frequência foram: pimentão (80%), uva (56,4%), pepino (54,8%), morango (50,8%), couve (44,2%), abacaxi (44,1%), mamão (38,8%), alface (38,4%), tomate (32,6%) e beterraba (32%). A pesquisa avaliou a quantidade de agrotóxicos ilegais encontrados nesses vegetais e também de agrotóxicos legais, mas que estavam acima do limite permitido para consumo.




sábado, 5 de fevereiro de 2011

Alimentação infantil

Crianças precisam de alimentos saudáveis para se desenvolverem bem. Conheça bons exemplos realizados em escolas de Porto Alegre.


Os hábitos alimentares das crianças enquanto estão na escola afetam diretamente a rotina alimentar e a saúde. A nutricionista Melissa Suarez ressalta que o cuidado com a alimentação da criança deve começar ainda na gestação. Depois dos seis meses de vida, ocorre a introdução de alimentos no cardápio do bebê com a importância de educar o paladar para alimentos saudáveis e, de preferência, orgânicos, segundo Melissa. "A criança nutrida com alimentação saudável vai estar mais forte nutricionalmente, para enfrentar qualquer tipo de doença, e psicologicamente também, porque o alimento saudável dá subsídios para fazermos conexões neurais melhores, em função dos nutrientes e minerais. Assim, é uma criança mais inteligente também", explica a nutricionista.
Fernanda Andrade, coordenadora do projeto AABB Comunidade, afirma: "A má alimentação faz com que a criança fique sonolenta, dificulta o processo de aprendizagem, afeta o crescimento e o desenvolvimento motor". Ela coordena o projeto social que recebe 120 crianças três vezes por semana, para atividades esportivas e educacionais. Nos intervalos, os alunos fazem refeições, baseadas na qualidade e no reaproveitamento. "Não é só a questão da fome saciada, e sim a qualidade dessa alimentação. Tentamos também fazer algum tipo de reaproveitamento, como, por exemplo, o bolo de casca de banana".


Bolo integral de casca de banana no lanche das crianças do AABB Comunidade.

Há muitos alimentos rejeitados pelas crianças, mas a dica é insistir aos poucos e incentivá-las a provar e consumir ao menos uma pequena quantidade. "Os alunos aprenderem aqui a gostar de muitos alimentos que antes não gostavam. A rejeição acontece, muitas vezes, por elas não conhecerem aquele alimento. Agora já ouvimos 'adoro brócolis, adoro couve'".
No Instituto Maria Auxiliadora (IMA), a nutricionista Priscila Azevedo Viero usa diferentes estratégias para conquistar o paladar das crianças com legumes, verduras e frutas: "Sempre apresentamos o alimento de forma diferente. Se não gostou da cenoura cozida, no outro dia tem ralada, porque a textura muda e pode agradar". O contato direto da nutricionista com os alunos colabora com uma educação nutricional. Uma vez por mês, ele participam de uma oficina de culinária. "Eles colocam a mão na massa para verem como se faz os alimentos", diz Priscila.
Além disso, eles cultivam uma horta no pátio da escola. As atividades já mostram resultados positivos. "Os professores comentam que as crianças estão com mais atenção em sala de aula, avaliamos e vemos que estão crescendo, ganhando peso e estão aprendendo melhor", afirma Daniela Elisa Dall'asta, professora do IMA. Os benefícios vão ainda mais longe e ultrapassam os portões da escola. "Tenho alunos que passaram a plantar em casa, em floreiras. Temos muitos pais que também se envolvem e trazem mudas", conta Daniela.

Merenda orgânica e consciência ecológica

Na Escola Amigos do Verde, as crianças tem alimentação orgânica e integral. A diretora Silvia Lignon Carneiro explica a proposta: "Enquanto estão crescendo, elas formam hábitos. Então, é importante que a gente desenvolva atividades para que elas percebam, gostem e tenham consciência da importância dessa alimentação para a saúde delas e do planeta".
Os alunos recebem as frutas in natura, descascam e compartilham com os colegas. Depois, levam as cascas até a composteira, onde os resíduos são transformados em adubo, a ser aplicado no bosque e na horta. Os sanduíches são preparados pelas próprias crianças, com os ingredientes separados pela nutricionista. As receitas feitas com os alunos priorizam ingredientes integrais e não industrializados. "O fato de não usarmos açúcar branco e as crianças saberem que podem usar o mascavo, o mel ou tomar o suco sem ser adoçado e que vai ficar saboroso é muito importante", destaca Silvia.


Alunos da Escola Amigos do Verde comem bolo de farinha integral, cereais e frutas feito por eles.

Pesquisa

Para avaliar a situação nutricional dos alunos e identificar casos de risco, a Secretaria de Educação (Smed) de Porto Alegre realiza estudos nas 41 escolas municipais. A última pesquisa, realizada entre abril e junho de 2010, abrangeu 3.147 crianças. 89% delas estão com peso e medidas normais. Já 6% das crianças têm risco de sobrepeso, 1% delas foram consideradas abaixo do peso e 4% apresentam desnutrição.
Com os resultados, a Smed desenvolve ações para recuperar os estudantes em situação inadequada, através de entrevistas individuais com os responsáveis e orientações sobre hábitos alimentares. O trabalho tem apoio dos funcionários e educadores das escolas, que auxiliam na recuperação dos alunos em risco. "O lúdico sempre tem que estar presente", destaca a nutricionista Melissa Suarez. A avaliação nutricional na rede de ensino da capital gaúcha acontece no início e no final de cada ano letivo. O próximo estudo deve iniciar em outubro.