sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Limpeza não consegue remover o resíduo de agrotóxicos dos alimentos


Se na cozinha de casa, não dá para se livrar totalmente do agrotóxico, a solução está nos alimentos orgânicos. Mas essa produção, que tem que seguir uma série de regras, ainda é pequena e o preço é para poucos.



Na última reportagem da série sobre agrotóxicos, que o Jornal nacional apresenta nesta semana, os repórteres Mônica Teixeira e Luiz Cláudio Azevedo mostram o que pode ser feito para diminuir a quantidade de produtos químicos nos alimentos.
Lavar, esfregar, tirar a casca. Nem mesmo uma boa limpeza é capaz de remover todo o resíduo de agrotóxicos dos alimentos.
“Você consegue reduzir um pouco dessa química, desse veneno, consegue abrandar, mas você não elimina totalmente”, garante a nutricionista Maria Marquez.
Se na cozinha de casa, não dá para se livrar totalmente do agrotóxico, a solução está no campo: reduzir ou até eliminar o veneno na hora de plantar. Já existem produtores descobrindo um jeito mais natural de produzir o que vai para a mesa dos brasileiros.
No meio das montanhas de Itaipava, Região Serrana do Rio, uma plantação bem diferente da maioria das lavouras tem de tudo um pouco, verduras, legumes, sem uma gota sequer de produto químico.
“O desafio é aprender a lidar com o solo. Se você leva nutrientes ao solo, o solo vai te devolver aquele carinho que você dá para ele”, diz o empresário Dick Thompson.
Alimentos mais limpos, justamente o que as pessoas procuram. “Menos agrotóxico e as coisas plantadas melhor para a terra poder durar um pouquinho mais”, conta um consumidor.
“Nada dessas coisas que a gente sabe que não faz bem a saúde”, destaca uma mulher.
Os alimentos orgânicos, aqueles totalmente livres de agrotóxicos, têm que ser cultivados seguindo uma série de regras. A produção ainda é pequena. São apenas 15 mil agricultores orgânicos registrados, de um total de 5 milhões de produtores agrícolas no país. É por isso que nas prateleiras dos supermercados os produtos ocupam apenas um pequeno espaço. E o preço é para poucos.
Enquanto o pimentão convencional custa, em média, R$ 3,37, o quilo, nas feiras do país, o orgânico sai a R$ 5. No pepino a diferença é ainda maior: de R$ 1,88 para R$ 4,50. E a caixa do morango convencional sai por R$ 3, e a do orgânico, por R$ 4. Esses são os três alimentos em que a Anvisa encontrou mais resíduos de agrotóxicos.
Os orgânicos têm até um selo, um comprovante de garantia atestando que foram produzidos sem veneno e com respeito ao meio ambiente. Plantar assim dá mais trabalho.
É uma das justificativas dos produtores para custar mais caro. A dúvida é: será que dá para produzir em larga escala sem recorrer ao uso de pesticida? “Esses métodos alternativos também são possíveis em grandes áreas. Nós vemos a agricultura orgânica como uma forma de mostrar que existe um caminho alternativo. E isso faz com que o que se trabalha para a agricultura orgânica possa também ser usado para a agricultura convencional”, diz Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura.
Usar produtos menos tóxicos e sem excessos já pode ser uma saída. No interior do Espírito Santo, Seu Domingos usa receitas naturais contra as pragas.
“A gente aplica uma calda de sabão com óleo vegetal. Receita caseira, a gente usa quando aparece um sinal de cigarrinha, alguma coisa”, ele conta.
As plantações da família estão quase livres dos agrotóxicos. “Vantajoso com certeza é quando a gente olha o aspecto humano, social e o aspecto ecológico”, avalia a agricultora Ana Cristina Soprani.
Ainda é preciso incentivar e baratear a produção. Uma mudança no campo pode mudar também a vida na cidade. “Essa opção de comer coisas naturais sem pesticida, isso é uma benção, uma maravilha para a gente”, declara uma mulher.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/12/limpeza-nao-consegue-remover-o-residuo-de-agrotoxicos-dos-alimentos.html

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Feiras de Nova York têm grande variedade de produtos orgânicos



Em Nova York é possível comprar absolutamente tudo pela internet, mas o charme é fazer compras, passeando nas feiras da cidade.

Produtores locais, fazendeiros do estado de Nova York, chegam bem cedinho às feiras, como esta na Union Square, levando frutas e verduras orgânicas.
Com o clima mais frio, a cidra de maçã faz sucesso. Uma bebida sem álcool e que aquece. O vendedor explica que as maçãs são prensadas, o suco é extraído e o caldo doce da maçã é cozido com a canela.
As feiras de Nova York não têm a variedade de queijos das feiras do sul da França ou da Itália, mas é fascinante ver o colorido dos vegetais.
São muitas novidades. Há um tipo de laranja que o produtor disse que ela é um excelente repelente natural de baratas. A laranja não é comestível, mas um repelente que custa menos de seis reais e não deixa a casa com cheiro de produtos químicos.
O fazendeiro vende uma miscelânea de batatinhas: peruanas, francesas e americanas. Ele ensina a prepará-las. “Espalhe as batatas em travessa larga com azeite de oliva, cebola picada e sal grosso. Asse no forno quente por 40 minutos, mexendo as batatas de vez em quando”.
Em outra barraca estão as verduras orgânicas, que são produzidas sem fertilizantes. Eles vendem três tipos de couve, três variedades. Uma delas é chamada de dinossauro, por causa da textura das folhas.
Até os pães são orgânicos! São croissants, bolinhos, cookies, biscoitos americanos e as tortas, as que têm mais saída são as de maçã e de abóbora.
As flores são quase tão lindas quanto as do Brasil: gerânios, margaridinhas, crisântemos para levar e enfeitar a casa.

sábado, 19 de novembro de 2011


Agricultor Mexicano


A maioria dos produtos orgânicos produzidos no México é destinada ao mercado externo - principalmente indo para os Estados Unidos e a União Européia, mas também, em menor escala para o Japão e outros países menores. De longe, o mais importante produto de exportação é o café orgânico, que responde por 61 por cento de terra orgânica do México (239.763 hectares). Além disso, 35.000 hectares são utilizados para a produção de hortaliças, 16.000 para o cacau, 10.000 para o abacate, e significativas quantidades de agave, manga, coco, aloe vera, milho, frutas cítricas, mel e gergelim, que são produzidos quase exclusivamente para exportação. Em contrapartida, a produção de gado orgânico no México ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento e é atualmente comercializado exclusivamente no país.
Na maioria dos casos, os produtos orgânicos à base de carne vendida no México não são diferenciados dos produtos convencionais no mercado. Embora um número crescente de produtores de médio e grande porte tem sido atraído para a produção orgânica como meio de acesso ao mercado lucrativo de exportação, o setor orgânico mexicano continua a ser dominado por pequenos agricultores, muitos dos quais são indígenas. Estes produtores tendem a ser organizados em grupos, alguns dos quais representam mais de 12.000 membros. Em 2007/2008, até 99,9 por cento dos produtores orgânicos foram classificados como de pequena escala. Esses produtores têm uma média de 3,02 hectares, e cultivam 93,9 por cento da terra orgânica no México.
Entre 2004-05 e 2008, o percentual de indígenas do México, produtores orgânicos cresceu de 58 para 83 por cento. Hoje, 22 diferentes grupos indígenas estão envolvidos na produção orgânica. Os estados mais importantes do México em termos de produção orgânica são Chiapas e Oaxaca, que representam 36 por cento e 24 por cento da produção nacional de orgânicos, respectivamente. Querétaro é responsável por 7,7 por cento da produção orgânica do país, seguido por Guerrero, Tabasco, Michoacán, Veracruz, Jalisco e Sinaloa. Noventa por cento dos terrenos cultivados com técnicas orgânicas do México está localizada nos estados mencionados.Vinte e uma entidades estão envolvidas na certificação orgânica no México. Com exceção da Certimex, todos esses organismos são baseados em países estrangeiros - 11 nos Estados Unidos, quatro na Alemanha, uma na Itália, uma na Suíça, uma na Suécia e uma na Guatemala.
A Certimex é a certificadora mais importantes do país,com cerca de de 25 por cento de certificação de toda a terra orgânica (77.000 hectares).A Naturland da Alemanha e a American Organic Crop Improvement Association (OCIA) também são muito proeminentes. Nos últimos anos, os sistemas participativos de garantia (PGS), ou de certificação participativa, têm se tornado cada vez mais importante no setor orgânico mexicano. O PGS é ativamente promovido principalmente pela Rede Mexicana de Mercados Orgânicos e foi reconhecido como uma opção viável de certificação no artigo 24 da nova lei do país que rege os produtos orgânicos.

Fonte: The World of Organic Agriculture. Statistics and Emerging Trends 2009.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Grãos orgânicos são alternativa para alimentar criação


Obter milho e soja convencionais, ou seja, não-transgênicos, é um dos principais gargalos para avicultores e suinocultores que pretendem adotar o sistema orgânico de criação em suas propriedades. “É um gargalo gigantesco”, diz o gerente industrial Luiz Carlos Demattê Filho, da Korin, de Ipeúna (SP), a principal agroindústria produtora de frango orgânico do País. Além de convencional, a semente tem de ser cultivada de maneira orgânica, de modo, ainda, a evitar a temida “contaminação cruzada”, ou seja, o pólen de milho transgênico de alguma maneira alcançar o convencional e daí surgirem espigas transgênicas em plena lavoura convencional. A necessidade de isolar lavouras por parte do produtor orgânico será crescente, pelo menos nos próximos anos.
Basta ver o avanço das lavouras de milho transgênico desde 2008, ano da aprovação do uso da tecnologia no País. Conforme estudo da consultoria Céleres, a pedido da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), “na safra 2009/2010, analisada nos estudos, 32,5% da produção brasileira de milho utilizou variedades transgênicas. Um ano depois – e três anos após a chegada do milho GM às lavouras – esse índice já era de 57%, chegando a 75% na safrinha de inverno. Como comparação, segundo Anderson Galvão, da Céleres, a soja GM, cujo plantio no Brasil foi aprovado na safra 2005/2006 (mas que ilegalmente já era plantada em solo brasileiro desde o início dos anos 2000), demorou nove anos para atingir os mesmos 57% do plantio total brasileiro de soja.
”Neste mesmo estudo, porém, a bióloga Paula Carneiro prevê que, “nos próximos dez anos, a adoção da biotecnologia na cultura do milho possibilitará uma redução da área semeada com esse cereal de 49,5 milhões de hectares”, dado o grande aumento de produtividade resultante das lavouras transgênicas. Entretanto, enquanto essa redução de área plantada não ocorre, os produtores orgânicos do cereal preocupam-se em isolar suas áreas. No Sudeste, segundo Demattê, o problema ainda não é tão grave. “Produtores de milho orgânico não cultivam grandes extensões, daí a maior facilidade de instalar a cultura em áreas onde não haja por perto lavouras de milho convencional, o que aumentaria o risco de contaminação cruzada”, diz.
No Sul, porém, justamente onde o milho mais avançou, com 1,5 milhão de hectares plantados, e há maior tradição em cultivos orgânicos, talvez seja mais complicado fazer a separação entre lavouras com grãos convencionais cultivados organicamente e lavouras transgênicas. Demattê ressalta outro ponto que já foi discutido na Câmara Setorial de Agricultura Orgânica, abrigada no Ministério da Agricultura: “Estamos questionando as normas que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) estipulou para isolar áreas de grãos convencionais dos transgênicos, porque acreditamos que não sejam suficientes para realmente proteger os cultivos orgânicos”, diz.
“Já encaminhamos algumas demandas ao Ministério da Agricultura para tentar rever esses critérios de isolamento de lavouras.”O que ele acha mais problemático é a obrigatoriedade de manter um “cinturão” de 20 metros de largura em volta de lavouras convencionais. “Este cinturão ou bordadura deve ter milho convencional que não poderá, porém, ser colhido como orgânico, dado o risco de cruzamento com variedades transgênicas”, diz ele, explicando que para o produtor orgânico isso significa prejuízo. “Só que nós entendemos é que quem planta milho transgênico deve ser obrigado a fazer esta bordadura, este cinturão com plantas convencionais, e não os produtores orgânicos”, continua.
“A lei, atualmente, não define quem deve fazer, mas é claro que os orgânicos acabam fazendo, para evitar o risco de contaminação transgênica em suas lavouras”, conclui.A Korin, que mantém seus frangos orgânicos em Ipeúna (SP), acaba de agregar mais dois criadores de frango orgânico, que fornecerão a ave à Korin, na forma de integração. “Eram avicultores que já trabalhavam conosco, criando o frango natural, sem antibióticos ou promotores de crescimento”, explica Demattê. A empresa mantém uma lavoura de 3 a 5 hectares de milho orgânico, para abastecimento próprio, mas também depende do fornecimento de terceiros.Embora a dificuldade de obter o cereal o ano todo requeira grande planejamento logístico, a empresa vem registrando crescimento na produção da ave orgânica. “Desde que começamos, em 2008, já aumentamos a produção em 40%”, diz Demattê, sem porém revelar o número efetivo de aves abatidas/ano.

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mercado de orgânicos dos Estados Unidos tem crescimento contínuo em 2010

A Organic Trade Organisation (OTA) divulgou dados de sua recente pesquisa industrial de orgânicos que revelam que a indústria norte americana cresceu de 3,6 bilhões dólares em 1997 para 29 bilhões em 2010. Apesar da pior crise econômica do país em 80 anos, a indústria orgânica saiu da recessão contratando funcionários, somando fazendas, e aumentando a receita. Entre as conclusões da pesquisa da OTA temos:
-O setor da agricultura orgânica cresceu 8 por cento em 2010, superando significativamente a indústria de alimentos como um todo, que cresceu menos de 1 por cento.
- A indústria orgânica suporta 14.540 fazendas orgânicas em todo o país.
- Uma vez que 78 por cento das fazendas orgânicas planejam manter ou aumentar os níveis de produção de orgânicos nos próximos cinco anos, o setor orgânico continuará a desempenhar um papel de contribuir na revitalização da economia rural dos EUA, através da diversidade na agricultura.
- Quarenta por cento das operações orgânicas adicionaram empregos em 2010. Além disso, 96 por cento das operações de orgânicos planejam manter ou aumentar os níveis de emprego em 2011, e 46 por cento deles estão planejando aumentar os níveis de emprego em três vezes à taxa das empresas como um todo.
Os dados foram apresentados na Conferência Política da Associação de Comércio Orgânico que teve lugar em 06 de abril de 2011 em Washington DC “A agricultura orgânica é uma parte importante da paisagem agrícola dos EUA”, disse aos participantes o secretário de Agricultura, Tom Vilsack."Os produtores de orgânicos são muito empreendedores por natureza. Eles estão em posição de criar produtos de valor agregado que fornecem uma riqueza de oportunidades na América rural”, finalizou Vilsack.Seus comentários foram feitos diante de mais de 150 pessoas que participaram na conferência política. Organizado pela OTA e apoiado pela Fundação de Pesquisa de Agricultura Biológica (OFRF) sob o tema " Advance Organic Together ", a conferência esteve focada no valor da agricultura orgânica em termos de emprego, apoiar os meios de subsistência rurais, e promover um espírito empreendedor.

Fonte:OTA

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Agricultura Orgânica na América Latina em 2010 (dados 2008)



Na América Latina, 260.000 produtores utilizaram 8,1 milhões de hectares de terras agrícolas organicamente em 2008. Trata-se de 23 por cento de terra orgânica do mundo. Os países líderes são Argentina, Brasil e Uruguai. A maior parte das terras agrícolas orgânicos está nas Ilhas Falkland (37 por cento), Guiana Francesa, a República Dominicana e Uruguai. A maioria dos produtos orgânicos provenientes de países latino-americanos é vendida na Europa, América do Norte ou nos mercados japoneses. Os produtos mais populares são especialmente aqueles que não podem ser produzidos nessas regiões, bem como os produtos fora de época.
As culturas mais importantes são as frutas tropicais, grãos e cereais, café, cacau, açúcar e carnes. A maioria das vendas de alimentos orgânicos nos mercados domésticos dos países ocorre nas grandes cidades, como Buenos Aires e São Paulo. Dezoito países têm legislação sobre a agricultura orgânica, e três outros países estão atualmente desenvolvendo os regulamentos orgânicos.
Os tipos de apoio nos países latino-americanos vão desde programas de promoção da agricultura orgânica para apoiar o acesso ao mercado de agências de exportação. Em alguns países, o apoio financeiro limitado está sendo dado para pagar os custos de certificação durante o período de conversão. Um processo em curso importante em muitos países da América Latina é o estabelecimento de normas e padrões para o setor de orgânicos.



Fonte: The World of Organic Agriculture, edtion 2010

terça-feira, 1 de novembro de 2011

ONU quer que pesticida endosulfan saia do mercado em 2012


Representantes de 127 países, reunidos na semana passada em Genebra, decidiram tirar o pesticida endosulfan do mercado em 2012. A substância foi incluída na lista das Nações Unidas de poluentes orgânicos persistentes.Segundo Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, é necesssária assistência técnica e financeira para substituir o inseticida em países em desenvolvimento e com economias em transição. Ele afirmou que foi estabelecido um processo consultivo para o financiamento de convenções de químicos e resíduos.
      Riscos
Utilizado em lavouras de café, algodão e chá no mundo todo, o endosulfan pode interferir no funcionamento do sistema endócrino, causando problemas na reprodução e desenvolvimento de animais e humanos.Quando a emenda entrar em vigor, dentro de um ano, o endosulfan será o 22º poluente orgânico persistente a fazer parte da lista da ONU.Outras 30 medidas foram adotadas para restringir o uso de substâncias tóxicas deste tipo

Fonte: http://noticias.uol.com.br

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Entidades discutem a produção de alimentos orgânicos em MS


Participaram 15 entidades, sendo sete não-governamentais.
Estado é atualmente o quinto do Brasil em produção.

Na semana passada entidades envolvidas com a produção de alimentos orgânicos se reuniram para discutir o setor em Mato Grosso do Sul. O crescimento nos últimos anos é comemorado, mas ainda existe potencial para se desenvolver mais. Um dos principais desafios é a mudança de comportamento no campo.
Uma reunião foi realizada para mostrar o avanço dos alimentos orgânicos no estado, que é atualmente é o quinto no Brasil em produção. Participaram 15 entidades, sendo sete não-governamentais.
O abate do boi orgânico, por exemplo, já chega a 500 cabeças mês. Já são 40 mil animais neste tipo de criação.
E nas pequenas propriedades e projetos, as lavouras já tem uma produção interessante, mas para os especialistas é preciso divulgar e mudar a consciência do consumidor. Toda a cadeia produtiva tem hoje 63 produtores certificados, o que já demonstra crescimento no setor.
“Nos tivemos no Brasil nestes 510 anos um sistema de produção com a utilização de muitos produtos químicos e muito agrotóxico. Para você mudar esse sistema de produção tem que passar por um modelo de conscientização para readaptar o produtor em um sistema sustentável”, comenta o superintendente federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez.
E na prática é isso mesmo, porque a saúde alimentar está mais perto do que imaginamos. Em um sítio, no distrito de Indubrasil, em Campo Grande, a produtora rural Maria Aparecida Brito, cultiva em um hectare a couve, mas tem também cebolinha, coentro e cenoura.
A produtora rural borrifa nos canteiros uma mistura de fumo com pimenta. É a defesa contra as pragas que se usa na pequena área. Todo alimento produzido é orgânico. Ela faz parte de um projeto. Está aqui há seis meses e contente com os resultados. O que ela tira da terra vai direto para a feira de orgânicos, toda quarta e no sábado, no centro de Campo Grande.
“Eu levo lá na feira e vendo. Não sobra nada. As freguesas gostam muito, principalmente da couve”, comenta a produtora.
O distrito industrial e empresarial de Campo Grande aos poucos se transforma no cinturão orgânico do município. Já são 14 trabalhadores rurais, cada um, com um hectare e tendo a produção suficiente para vender para supermercados da cidade o que existe de melhor no alimento orgânico.
Há pouco mais de um ano, a área era um terreno vazio e cheio de braquiária. Hoje o verde das verduras e dos legumes aos poucos toma conta de tudo.
O produtor Moacir de Souza Rodrigues e a esposa tomam conta de tudo. Com mais de 30 anos na agricultura convencional, com o uso de agrotóxicos e defensivos industrializados. Ele está contente com a nova vida no campo e mudou seu modo de pensar.
Uma das culturas que ajudou a transformar seu modo de pensar foi a flor de mel ou flor da Amazônica. Com cores bem vivas e de porte alto, podendo chegar a dois metros de altura, serve de quebra vento e atrai abelhas e pássaros. A planta chamou a atenção do produtor quando ele chegou ao local.
“O inseto vem. Borboleta, tudo que é insetinho vem ali. Geralmente com o passar do tempo os pássaros vem naquela flor e acabam se alimentando do inseto. Quando eu comecei, eu cheguei a achar que era burrice plantar flor, mas funciona, é uma realidade”, conta o produtor.
Toda a produção é vendida. Alface sai por R$ 10, 20 pés, a rúcula a R$ 12, a caixa. O preço do alimento orgânico é pelo menos 50% maior que o convencional. Mas em troca, o consumidor tem a boa saúde ao seu lado e isso não tem preço.
“Já é uma coisa muito boa. Porque as pessoas passam a comer um alimento saudável. Além disso, tá respeitando o meio ambiente, em geral né. Então, acho que não precisa mais do que isso”.
Fonte http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/06/entidades-discutem-producao-de-alimentos-organicos-em-ms.html

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cultivos transgênicos agonizam na Europa

 No mesmo dia do lançamento de uma nova pesquisa sobre a comercialização de transgênicos em escala mundial patrocinado pela indústria, um novo relatório da Amigos da Terra Internacional revela que os cultivos transgênicos continuam em queda livre, ao mesmo tempo em que aumenta o número de países que os proíbem.
 
O relatório “Quem se  beneficia com os cultivos transgênicos” demonstra que em apenas 0,06% dos campos europeus são cultivados transgênicos, uma diminuição de 23% de 2008 para cá. Sete Estados-membros da União Européia proíbem o cultivo de milho transgênico da Monsanto pelas evidências cada vez maiores de seus impactos ambientais e sócio-econômicos, assim como pela incerteza de seus efeitos sobre a saúde. Três países proibiram o cultivo da batata transgênica da BASF por precauções sanitárias logo depois  que seu plantio foi aprovado na primavera de 2010, e cinco Estados-membros levaram a Comissão Européia aos tribunais pela sua autorização. A oposição pública  aos alimentos e cultivos transgênicos cresceu até chegar a 61% da população.
 
David Sánchez, responsável pela área de agricultura e alimentação dos Amigos da Terra-Espanha afirmou: “Os cultivos transgênicos não tem nenhum futuro na Europa por causa forte oposição social, seus demonstrados impactos ambientais, sociais e econômicos e pelos riscos que apresentam à saúde. É lamentável que o governo espanhol continue sem se dar conta e brinque com nosso meio-ambiente, nossa alimentação e com o futuro de nossa agricultura”.
 
Em escala global, o novo relatório mostra que inclusive os países que mais tem apostado nos cultivos transgênicos na América Latina foram forçados a tomar medidas para mitigar os impactos negativos sobre a agricultura, a cidadania  e o meio-ambiente. Nesse sentido, o governo brasileiro lançou um programa de soja livre de transgênicos para facilitar aos agricultores o acesso a sementes de soja não modificadas geneticamente; na Argentina, novas evidências científicas mostram os graves impactos sobre a saúde do herbicida Glifosato, utilizado na imensa maioria das plantações de transgênicos a nível mundial, o que levou à proibição da fumigação próxima aos núcleos de população, e no Uruguai são cada vez mais as administrações locais que se declaram áreas livres de transgênicos.
 
A coordenadora de soberania alimentar dos Amigos da Terra Internacional, Kirtana Chandrasekaran acrescentou: “Os agricultores e a sociedade latino-americana sofrem as conseqüências de dez anos de cultivos transgênicos, com graves efeitos sobre a saúde e custos crescentes. Os mitos sobre os quais se baseiam toda a indústria dos transgênicos estão sendo derrubados, e os estragos causados em toda a América do Sul mostram claramente que essa tecnologia não serve. Trata-se de chamar a atenção  a nível mundial para avançar em direção a uma agricultura mais responsável social e ambientalmente”.
 
O relatório “Quem se beneficia com os cultivos transgênicos? Uma industria baseada em mitos” demonstra, por sua vez, que:
 
- Uma nova geração de cultivos transgênicos desenvolvidos para promover o uso de perigosos pesticidas, como Dicamba e 2-4 D está pronta para liberação nos EUA. As multinacionais biotecnológicas a está promovendo como solução para o fracasso dos transgênicos  atuais no controle das ervas daninhas e na redução do uso de agrotóxicos.
- A indústria dos transgênicos, com o apoio do governo dos EUA, procura novos mercados na África com a intenção de melhorar seus negócios. A Fundação Gates, que investe bilhões de dólares em projetos agrícolas naquele continente, tem comprado ações da Monsanto, manifestando seu interesse direto em maximizar os lucros da indústria dos transgênicos e não em proteger os interesses dos pequenos agricultores africanos.
 
Por Por Rebelion/Amigos da Terra - Tradução do espanhol Renzo Bassanetti para o portal do MST.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quais são os princípios dos sistemas orgânicos de produção?



I - Contribuição da rede de produção orgânica ao desenvolvimento local, social e econômico sustentáveis;

II - Manutenção de esforços contínuos da rede de produção orgânica no cumprimento da legislação ambiental e trabalhista pertinentes na unidade de produção, considerada na sua totalidade;

III - Relações de trabalho baseadas no tratamento com justiça, dignidade e eqüidade, independentemente das formas de contrato de trabalho;

IV - Incentivo à integração da rede de produção orgânica e à regionalização da produção e comércio dos produtos, estimulando a relação direta entre o produtor e o consumidor final;

V – Produção e consumo responsáveis, comércio justo e solidário baseados em procedimentos éticos;

VI - Desenvolvimento de sistemas agropecuários baseados em recursos renováveis e organizados localmente;

VII - Inclusão de práticas sustentáveis em todo o seu processo, desde a escolha do produto a ser cultivado até sua colocação no mercado, incluindo o manejo dos sistemas de produção e dos resíduos gerados;

VIII - Oferta de produtos saudáveis, isentos de contaminantes, oriundos do emprego intencional de produtos e processos que possam gerá-los e que ponham em risco a saúde do produtor, do trabalhador ou do consumidor e o meio ambiente;

IX - Preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais, a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção, com especial atenção às espécies ameaçadas de extinção, e a diversificação da paisagem e produção vegetal;

X - Uso de boas práticas de manuseio e processamento com o propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas;

XI - Adoção de práticas na unidade de produção que contemplem o uso saudável do solo, da água e do ar de modo a reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação e desperdícios desses elementos;

XII - Utilização de práticas de manejo produtivo que preservem as condições de bem-estar dos animais; o manejo produtivo deve permitir condições onde os animais vivam livres de dor, sofrimento, angústia, em um ambiente em que possam expressar proximidade com o comportamento em seu habitat original, compreendendo movimentação, territorialidade, descanso e ritual reprodutivo. A nutrição dos animais deve assegurar alimentações balanceadas, correspondentes à fisiologia e comportamento de cada raça;
XIII - Incremento dos meios necessários ao desenvolvimento e equilíbrio da atividade biológica do solo;

XIV - Emprego de produtos e processos que mantenham ou incrementem a fertilidade do solo em longo prazo;

XV - Reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis; XVI - Manutenção do equilíbrio no balanço energético do processo produtivo;

XIX - Conversão progressiva de toda a unidade de produção para o sistema orgânico.

(MAPA)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PARTICIPAÇÃO NA BIO NAT EXPO 2011



A ECOBIO agradece a todos nossos amigos que visitaram o nosso stand na BioNatExpor 2011 realizado no final de setembro, na cidade de Porto Alegre/RS, sendo que foi superado em muito as nossas expectativas, disseminando os conceitos da produção orgânica, aproveitando o evento foi lançada nossa nova linha de produtos orgânicos SEM GLÚTEN ORGÂNICOS.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alimentação para as grávidas: opções orgânicas



Grande parte das mulheres grávidas possuem em seu corpo substâncias químicas potencialmente perigosas para o feto,segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental dos EUA.
A pesquisa, baseada em uma mostra de 268 mulheres, determinou que 99% das grávidas tem em seu corpo várias substâncias poluentes e algumas deles, como o mercúrio e os metais pesados, podem atravessar a placenta e afetar o feto.
Muitas das substâncias químicas presentes no sangue e na urina das gestantes estão associadas a doenças, como, por exemplo, o mercúrio está relacionado aos problemas neurológicos.
É por isso que o diretor da pesquisa, Tracey Woodruff, aconselha que as grávidas tomem medidas especiais para reduzir ao máximo a presença destas substâncias.
Assim, as gestantes devem consumir produtos orgânicos, tirar com frequência o pó de suas casas, lavar bem as mãos antes de comer e escolher os produtos de cuidados pessoais que contenham menos ingredientes tóxicos.
As grávidas devem cumprir, além disso, com as já conhecidas recomendações de fazer uma dieta saudável, não fumar e não beber álcool durante o período de gestação.
Os responsáveis do estudo encontraram as mesmas substâncias químicas nos corpos das mulheres não grávidas, mas advertiram que os riscos são maiores nas gestantes, pela possibilidade de que os poluentes interfiram o desenvolvimento do feto.
Fonte: UOL Ciências e Saúde
É recomendável que a gestante em toda a gravidez controle sua alimentação. Apesar de aumentar a fome e a ingestão de alimentos, a gestante deve controlar e dar preferência para alimentos naturais, evitando sal, alimentos gordurosos, frituras, massas e refrigerantes.

Fonte: UOL Ciências e Saúde

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Produtos orgânicos ganham força no país


O presidente da Associação Brasileira de Orgânicos (Brasilbio), Ivo Gramkow, prevê que 2011 será de grande salto do setor no país. Essa expectativa deve-se a entrada em vigor da Lei dos Orgânicos, que institui o selo obrigatório para certificação oficial. A perspectiva é ampliar o consumo, uma vez que todo o item dito orgânico deverá obrigatoriamente contar com o selo. Já o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aumentou os recursos em projetos voltados para a área de produtos orgânicos no Brasil.

Nos próximos três anos (2011-2013), a entidade aplicará um total de R$ 27 milhões como forma de estimular a ampliação das atividades das micro e pequenas empresas do ramo. Nesta visão, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Estado (Abrasel RS) criou uma iniciativa inédita no País, o Brasil Sabor Verde. O Rio Grande do Sul será o único focado na sustentabilidade desta 6ª edição do festival - considerado um dos maiores da área gastronômica do país - que acontece entre os dias 28 de abril e 29 de maio. Todos os pratos de estabelecimentos de Porto Alegre inscritos no evento precisarão contar, na receita, com legumes e verduras cultivados por produtores rurais da capital. O objetivo é estimular que os fornecedores sejam os produtores rurais da cidade.
Cada estabelecimento inscrito no festival deve apresentar um prato promocional que melhor represente a especialidade de sua casa, um prato que valorize a "comida do lugar", e será seu destaque durante os dias do Brasil Sabor Verde. Entre os produtos que irão colorir os pratos no Brasil Sabor, estão: berinjela; cogumelo shiitake; pimentões, rúcula, alface e tomate orgânicos; além de batatas variadas.No início do ano, a Abrasel RS promoveu um encontro entre os produtores da Associação Porto Alegre Rural (POA Rural) e chefs de cozinha de restaurantes associados à entidade.
Com atualmente 22 associados, os representantes da POA Rural tiveram a oportunidade de mostrar suas estruturas, plantações e fabricações de produtos caseiros.Uma das participantes da POA Rural, a engenheira agrônoma e proprietária de um sítio na zona norte há 10 anos, Silvana Beatriz Bohrer, comenta do início deste movimento de produtos orgânicos na capital. "Começamos em 1997 e, dez anos depois, iniciamos as vendas dos produtos em feiras e em nossas propriedades.
A tendência é produzirmos ainda mais, pois as pessoas estão nos valorizando", destaca.Em relação a essa proximidade com os restaurantes da cidade, Silvana celebra: "é muito interessante esse contato com o ramo gastronômico, porque teremos mais possibilidades de vender. Vamos aumentar a nossa produção, isso aliado ao crescimento de mais produtores em nosso grupo."Essa valorização dos produtos orgânicos é destacada pela presidente da Abrasel RS, Fernanda Etchepare.
"A culinária brasileira é muito rica. Aliás, não podemos falar em uma, mas em várias que formam a cultura gastronômica de nosso país. O Brasil Sabor é uma oportunidade de evidenciar cada uma delas, com suas especificidades. Neste ano, atentos à questão da sustentabilidade, queremos incentivar os pratos saudáveis e que gerem retorno para o próprio Rio Grande do Sul, através do incentivo aos produtores rurais", afirma.

Fonte: Associação Brasileira de Orgânicos

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Observatório faz diagnóstico dos agrotóxicos


José Rocher, da Gazeta do Povo
   
Um observatório do mercado internacional de agrotóxicos foi criado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para revelar em detalhes as relações do setor e orientar a política do Brasil enquanto maior consumidor do mundo desses produtos. Os primeiros dados indicam forte crescimento na produção e na importação e descontrole do país sobre esse fenômeno, que é economicamente positivo, mas que preocupa pelo impacto ambiental e pela relação com a saúde pública mundial.
De um total de 2 mil produtos agroquímicos registrados no Brasil, apenas 780 estão à venda, mostra estudo da UFPR. Fabricantes dizem que liberações demoram muito e que fórmulas” vencem” antes de chegarem ao mercado
“Muitos produtos entram no país registrados na categoria de ‘outros’. A regularização está ocorrendo agora e vai mostrar dados surpreendentes”, afirma o professor Victor Pelaez, líder do grupo de dez pesquisadores que trabalha no programa, do De­partamento de Economia. Sem códigos específicos, não é possível medir a entrada de cada formulado, aponta. O estudo recorreu ao banco de dados de comércio das Nações Unidas, o Comtrade, para aferir estatísticas gerais.
O trabalho foi encomendado pela Agência Nacional de Vigi­lância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde – um dos três controladores dos agrotóxicos no país, ao lado dos Mi­­nistérios da Saúde e do Meio Ambiente. A Anvisa alega sofrer forte pressão para liberação de novos produtos e contra a revisão de 14 registros. Com os primeiros resultados da pesquisa em mãos, o diretor da agência, José Álvares, pediu maior comprometimento da indústria.
O Brasil ampliou a produção e está entre os cinco maiores importadores de agrotóxicos. Gasta cerca de US$ 3,5 bilhão por ano no exterior só com produtos técnicos e formulados. Esse valor vem se multiplicando nesta década. Dependendo do critério de análise, a participação brasileira vai de 5% a 16% do mercado internacional. Esses índices abrangem a produção nacional, que também cresce a passos largos, com investimentos milionários das multinacionais em fábricas e pesquisas dentro do país.
As indústrias preferem discutir o assunto através das organizações que representam o setor. Os números não diferem muito dos apresentados pela UFPR. Contratada pela As­­sociação Nacional de Defesa Vegetal, a Andef, a consultoria alemã Kleffmann Group concluiu ano passado que o país gastou US$ 7,1 bilhões na compra de agrotóxicos em 2008 – US$ 600 milhões a mais que os Estados Unidos, primeiro colocado até 2007. Para a Andef, é preciso relativizar a liderança. Se for considerado o consumo por hectare, o Brasil ainda usa menos agrotóxicos que o Japão, onde os produtores gastam até dez vezes mais com defensivos agrícolas em áreas de tamanhos similares. O Sindicato Nacional da In­­dústria para a Defesa Agrícola (Sindag) informa que, em 2009, o gasto com defensivos caiu 7% no Brasil, para US$ 6,6 bilhões. No entanto, em volume, houve aumento de 7,6%, de 986 mil para 1,06 milhão de toneladas.
Os técnicos das indústrias argumentam que, por ser um país tropical, com uma diversidade agroclimática bem maior que a dos outros importantes produtores agrícolas, o Brasil precisa de mais agrotóxicos para controlar insetos, fungos e ervas daninhas. “O aumento da produtividade verificado no país só vem sendo alcançado graças às novas tecnologias, que incluem o uso de defensivos mais eficientes”, disse um agrônomo que atua no Paraná e no Cerrado, e preferiu não se identificar. Na safra passada, o crescimento foi de 1,6 quilos de agrotóxicos por hectare, para 22,3 kg/ha.
Os estudos da UFPR devem se tornar permanentes a partir de agora. Uma das questões que os pesquisadores vão tentar desvendar é o impacto do mercado de registros no setor. “Quando uma empresa consegue registrar um produto no Brasil, suas ações sobem”, frisa Pelaez. Ele afirma que esse estudo é essencial para que o país avalie sua atuação na liberação de novos produtos. A pressa das indústrias, relacionada à necessidade dos produtores de adotar as tecnologias mais eficientes disponíveis, também tem seu lado financeiro, observa.

Fonte: http://www.jornaldelondrina.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1001476&tit=Observatorio-faz-diagnostico-dos-agrotoxicos