sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Entidades discutem a produção de alimentos orgânicos em MS


Participaram 15 entidades, sendo sete não-governamentais.
Estado é atualmente o quinto do Brasil em produção.

Na semana passada entidades envolvidas com a produção de alimentos orgânicos se reuniram para discutir o setor em Mato Grosso do Sul. O crescimento nos últimos anos é comemorado, mas ainda existe potencial para se desenvolver mais. Um dos principais desafios é a mudança de comportamento no campo.
Uma reunião foi realizada para mostrar o avanço dos alimentos orgânicos no estado, que é atualmente é o quinto no Brasil em produção. Participaram 15 entidades, sendo sete não-governamentais.
O abate do boi orgânico, por exemplo, já chega a 500 cabeças mês. Já são 40 mil animais neste tipo de criação.
E nas pequenas propriedades e projetos, as lavouras já tem uma produção interessante, mas para os especialistas é preciso divulgar e mudar a consciência do consumidor. Toda a cadeia produtiva tem hoje 63 produtores certificados, o que já demonstra crescimento no setor.
“Nos tivemos no Brasil nestes 510 anos um sistema de produção com a utilização de muitos produtos químicos e muito agrotóxico. Para você mudar esse sistema de produção tem que passar por um modelo de conscientização para readaptar o produtor em um sistema sustentável”, comenta o superintendente federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez.
E na prática é isso mesmo, porque a saúde alimentar está mais perto do que imaginamos. Em um sítio, no distrito de Indubrasil, em Campo Grande, a produtora rural Maria Aparecida Brito, cultiva em um hectare a couve, mas tem também cebolinha, coentro e cenoura.
A produtora rural borrifa nos canteiros uma mistura de fumo com pimenta. É a defesa contra as pragas que se usa na pequena área. Todo alimento produzido é orgânico. Ela faz parte de um projeto. Está aqui há seis meses e contente com os resultados. O que ela tira da terra vai direto para a feira de orgânicos, toda quarta e no sábado, no centro de Campo Grande.
“Eu levo lá na feira e vendo. Não sobra nada. As freguesas gostam muito, principalmente da couve”, comenta a produtora.
O distrito industrial e empresarial de Campo Grande aos poucos se transforma no cinturão orgânico do município. Já são 14 trabalhadores rurais, cada um, com um hectare e tendo a produção suficiente para vender para supermercados da cidade o que existe de melhor no alimento orgânico.
Há pouco mais de um ano, a área era um terreno vazio e cheio de braquiária. Hoje o verde das verduras e dos legumes aos poucos toma conta de tudo.
O produtor Moacir de Souza Rodrigues e a esposa tomam conta de tudo. Com mais de 30 anos na agricultura convencional, com o uso de agrotóxicos e defensivos industrializados. Ele está contente com a nova vida no campo e mudou seu modo de pensar.
Uma das culturas que ajudou a transformar seu modo de pensar foi a flor de mel ou flor da Amazônica. Com cores bem vivas e de porte alto, podendo chegar a dois metros de altura, serve de quebra vento e atrai abelhas e pássaros. A planta chamou a atenção do produtor quando ele chegou ao local.
“O inseto vem. Borboleta, tudo que é insetinho vem ali. Geralmente com o passar do tempo os pássaros vem naquela flor e acabam se alimentando do inseto. Quando eu comecei, eu cheguei a achar que era burrice plantar flor, mas funciona, é uma realidade”, conta o produtor.
Toda a produção é vendida. Alface sai por R$ 10, 20 pés, a rúcula a R$ 12, a caixa. O preço do alimento orgânico é pelo menos 50% maior que o convencional. Mas em troca, o consumidor tem a boa saúde ao seu lado e isso não tem preço.
“Já é uma coisa muito boa. Porque as pessoas passam a comer um alimento saudável. Além disso, tá respeitando o meio ambiente, em geral né. Então, acho que não precisa mais do que isso”.
Fonte http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/06/entidades-discutem-producao-de-alimentos-organicos-em-ms.html

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