segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vendas de produtos orgânicos superam os 18 bilhões de EUROS em 2008 na Europa

As vendas européias de produtos orgânicos em 2008 aumentaram em 10 % comparados ao ano anterior perfazendo um total superior a 18 bilhões de EUROS. Exceto na Grã-Bretanha, onde o mercado cresceu só 1.8 %, os efeitos da crise econômica não foram ainda perceptíveis em outros países. A Suíça foi beneficiada com o crescimento de 11 %, com 0.9 bilhões de EUROS. Aproximadamente 80 % de vendas orgânicas dinamarquesas em 2008, que aumentaram em 28 % chegando notáveis 620 milhões de EUROS, são realizados no comércio varejista. O mercado na República Checa cresceu em 40 % (2007: 70 %).

Segundo a associação alemã, Bundesverband Naturkost Naturwaren (BNN) e a Herstellung und Handel de Berlim, e ainda a revista comercial alemã, BioHandel, o mercado alimentar orgânico cresceu em 1.5 % na primeira metade de 2009 na mesma área. O Centro de pesquissa do consumidor, Gesellschaft für Konsumforschung (GfK) em Nürnberg, na Alemanha, assume uma baixa de 4 % em todos os canais comerciais do mercado orgânico na primeira metade de 2009. O mercado até teve de aceitar uma perda de 6 %. Os preços caíram em 7 %. Uma razão possível do declínio em preços e vendas totais é que os clientes trocaram os produtos orgânicos por produtos convencionais mais baratos.

Os preços de produtos orgânicos no comércio varejista permaneceram basicamente estáveis na primeira metade de 2009. Os peritos atribuem isto à estrutura neste segmento comercial, que é tradicionalmente freqüentado por compradores intensivos convencidos e menos compradores ocasionais.

O número de Alemães que consideram a compatibilidade ambiental e social de certos produtos como muito importante deixou de lado a crise econômica global. Sem embargo, o desejo dos consumidores alemães permaneceu inalterado a um bom nível e, segundo o GfK, os clientes alemães estão aumentando os seus gastos em produtos ambientalmente e socialmente compatíveis todo o tempo, mesmo que comprador ocasional, freqüente ou intensivo. Assim há ainda uma tendência a corrigir o consumo.

O mercado orgânico na França cresceu 25 %, mais fortes do que nos anos passados, e em 2008 conseguiu 2.6 bilhões de EUROS pela primeira vez. O tamanho da área organicamente cultivada aumentou de 210,000 hectares para 580,000 hectares em um prazo de dez anos.

As áreas de conversão aumentaram em 36 % em só um ano e há 11 % mais fazendas orgânicas. Segundo a Agência semi pública BIO em Paris, 6 % da área agrícola devem ser cultivados em condições orgânicas antes de 2012 – três vezes mais do que hoje, e 20 % mais antes em 2020.

No início de agosto foi decidido dobrar a tarifa de subsídio as fazendas orgânicas como uma medida para promover especificamente a agricultura orgânica. Isto é baseado na Lei Grenelle, resultado de dois anos de debate social. O artigo 31 define objetivos claros da agricultura orgânica francês. O ato define aspectos como o plano de ação nacional de alterações climáticas e passa regulações de implementação específicas de segmentos como energia, transporte, resíduos e agricultura. Todas as medidas são destinadas para contribuir em direção ao desenvolvimento sustentável do país.

Fonte: http://en.greenplanet.net

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estudos de Impacto de Alimentos Transgênicos em Animais

Em 2003 havia somente dez estudos que pesquisavam possíveis problemas de saúde relacionados aos transgênicos e que a qualidade de alguns desses estudos era inadequada. Mais da metade dos estudos foram feitos em colaboração com companhias detentoras da tecnologia e esses não encontraram nenhum efeito negativo do consumo de transgênicos no organismo.

Um estudo australiano publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, mostra que o consumo de ervilhas geneticamente modificadas produziu reações alérgicas em ratos de laboratório.

O único estudo de longo termo (24 meses) realizado por pesquisadores italianos encontrou que o consumo de soja transgênica Roundup Ready pode afetar órgãos do organismo, modificando a estrutura e funcionamento de células do fígado, pâncreas e testículos de ratos em laboratório.

Estudo feito pela Monsato indicou a diminuição no tamanho dos rins das cobaias que receberam milho transgênico Mon863. Outro efeito observado no estudo (citado abaixo pelos pesquisadores italianos) foi sobre o desenvolvimento do sangue. Os pesquisadores encontraram nas cobaias células vermelhas imaturas e em menor quantidade e mudanças na composição química do sangue.

Dois estudos britânicos, publicados na Nature Biotechnology e no British Journal of Nutrition um feito com seres humanos e outro com ovelhas, encontraram que genes inseridos em alimentos transgênicos foram encontrados posteriormente nas bactérias do intestino indicando migração do gene inserido.

Estudos publicados nos periódicos Lancet e Natural Toxins mostram que batatas transgênicas podem causar lesões na parede do intestino de ratos e camundongos. Dois estudos norte-americanos não publicados encomendados pelo FDA mostram que tomates transgênicos podem causar lesões no intestino de ratos.


Fonte: SOIL ASSOCIATION : http://www.soilassociation.org

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Produtos orgânicos na merenda escolar vai melhorar vida do agricultor e do município, diz secretário da Agricultura Familiar

O Senado Federal aprovou em maio deste ano, projeto de Lei que obrigará os Estados e Municípios a comprarem pelo menos 30% dos gêneros alimentícios destinados a merenda escolar, de agricultores familiares, a partir do próximo ano. A medida visa, além de ajudar os pequenos produtores locais, promover a alimentação saudável dos estudantes.

Segundo o vice- prefeito da Capital, Edil Albuquerque, que participou na manhã desta quarta-feira (18), juntamente com o Secretário Nacional de Agricultura Familiar, Araldo de Campos, da Feira de Orgânicos da Praça do Rádio Clube, Campo Grande não utiliza alimentos orgânicos na merenda escolar, o que vai mudar com a nova lei.

“Por enquanto, Campo Grande não utiliza nenhum % de produtos orgânicos na merenda escolar, mas quando começar o ano letivo vai usar, até porque nós também buscamos uma melhor qualidade na alimentação”, disse.

Segundo Edil, a Prefeitura terá que se preparar para quando a Lei entrar em vigor. “A Prefeitura vai contratar pessoal, comprar equipamentos e fazer um barracão para ser um centro de seleção de Alimentos” disse, sem informar números.

Produtos competivos

Todas as quartas-feiras, 27 pequenos produtores participam da Feira de Orgânicos da Capital, que acontece desde setembro deste ano. Com preços competitivos, eles vendem hortaliças, legumes e verduras frescas produzidas sem o uso de agrotóxicos.

Para Aroldo de Campos, que visitou a feira hoje, a área dos produtos orgânicos está crescendo muito, e só não aumenta por falta de oferta. “Em média no Brasil, a venda de produtos orgânicos por ano cresce 20%. Pouquíssimos produtos no mundo em todas as áreas crescem tanto”, disse ele, explicando que a comunidade está cada vez mais exigente, mas muitas vezes o preço é inacessível.

Segundo Aroldo, que veio à Capital discutir a questão dos produtos na merenda escolar, essa questão vai facilitar a vida do agricultor e do próprio município, já que a Lei dá prioridade para a compra de produtos locais.

O produtor Vanderlei Azambuja, que possui uma horta de 1 hectare no bairro Indubrasil, diz que já está aumentando para 6 hectares, “porque surgiu uma esperança maior”, referindo-se a feira e a merenda escolar.

Vanderlei contou que a renda mensal varia de R$1500 a R$1800 só com a venda de verduras. “A Prefeitura vai construir este Centro de Seleção, então agente não precisa se preocupar com isso, é só produzir que a Prefeitura vem buscar”, comemorou.

Já o cliente, José de Souza , de 76 anos, vem todas as quartas do bairro Tiradentes fazer as compras. “Esse espaço é muito bom, é ótimo. Pego a verdurinha fresquinha, o preço ta bom, ta barato, é até mais barato que no mercado”, disse ele, que levou R$5 em verduras que alimentará a família nos próximos quatro dias.

O vice-prefeito, Edil Albuquerque também fez compras. Levou R$ 18 em verduras e legumes, que segundo ele, alimentarão uma família de nove pessoas até a próxima semana.

Fonte: Capital News

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Senador Roberto Cavalcanti questiona liberação de arroz transgênico

A possível liberação da produção e da comercialização de arroz transgênico no Brasil foi criticada nesta quinta-feira (5), em Plenário, pelo senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB). O assunto, disse o parlamentar, está em análise na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), a pedido da multinacional Bayer, e vem sendo questionado, não apenas por instituições ambientalistas como o Greenpeace, mas também pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

- Ao liberarmos a comercialização dessa variedade, estaremos fazendo do Brasil uma espécie de cobaia - advertiu Roberto Cavalcanti, informando que protesto organizado pelo Greenpeace motivou o adiamento da votação do assunto pela CNTBio no último dia 15 de outubro, sob a alegação de que esse tipo de arroz não é plantado comercialmente em nenhum país do mundo, sendo utilizado somente para pesquisa.

Roberto Cavalcanti também manifestou preocupação com a ameaça representada pela variedade transgênica ao arroz vermelho, cuja semente orgânica é largamente utilizada na Paraíba como tradicional base da culinária da região. A contaminação de uma cultura pela outra tornaria a variedade transgênica dominante, explicou o parlamentar, a exemplo do que ocorre com a soja no Paraná, com prejuízos para a comunidade local.

- O assunto é tão sério que a Embrapa, a Farsul e a Federarroz têm criticado essa possível liberação do arroz transgênico - declarou o senador.

O representante da Paraíba salientou que, atualmente, a União Europeia responde por um terço das exportações brasileiras do agronegócio e suas exigências sobre a qualidade dos produtos brasileiros têm sido cada vez mais rigorosas.

- Se a variedade transgênica do arroz não é liberada na Europa, não seria difícil deduzir que encontraríamos serias dificuldades para colocar nosso produto naquele mercado - concluiu.

O parlamentar comparou ainda a situação do arroz transgênico com a da soja transgênica que, conforme reportagem publicada pela Revista Veja em agosto, "custa mais caro, produz menos e é comprada a preço menor", enquanto a soja convencional proporcionaria lucro 13% maior.

Ao encerrar o seu discurso, o parlamentar ressaltou que estudo publicado pela revista Scientific American revelou ser impossível a realização de testes fidedignos com transgênicos por cientistas independentes e questionou a validade dos testes feitos por empresas como a Bayer ou a Monsanto, diretamente interessadas na questão.


Fonte: Da Redação / Agência Senado

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Produtos orgânicos são lucrativos e ajudam ambiente

Agência da ONU quer oferecer a produtores do campo o treinamento necessário para produzir orgânicos de forma sustentável; indústria de bebidas e de alimentos do género movimentou o ano passado mais de US$ 50 mil milhões em todo o mundo.

O Programa da ONU para o Meio-Ambiente, Pnuma, lançou nesta terça-feira o primeiro curso de formação on-line voltado para a produção e a exportação de bens orgânicos.

Segundo o órgão, apenas no ano passado, a indústria de bebidas e de alimentos do género movimentou mais de US$ 50 mil milhões em todo o mundo.

Parceria:

O curso, promovido em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, vai oferecer a produtores do campo o treinamento necessário para produzir orgânicos de forma sustentável, reconhecendo os seus benefícios e seu potencial de lucro.

O Pnuma afirma que no Uganda, por exemplo, o cultivo do gengibre orgânico rende um lucro 180% maior que o do produto convencional.

Além de ser lucrativa para os trabalhadores rurais, a produção de orgânicos ajuda o meio-ambiente. De acordo com a agência, a plantação orgânica precisa de 20 a 56% menos energia do que a regular. A emissão de carbono na mesma comparação também cai de 48 a 60%.

Incentivo :

O Pnuma e o Unctad afirmam que esses produtos merecem incentivo porque contribuem para uma agricultura sustentável e para a garantia de segurança alimentar no futuro.

Os produtos orgânicos são obtidos sem a utilização de substâncias químicas que ajudam no seu crescimento de forma não natural.


Fonte: http://www.e-campo.com.br

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Toda vitamina tem uma função no organismo.


Os que costumam dormir mais tarde fazem um estoque de coisas para comer. Este arsenal é variado e sofisticado, porque todo insone tem bom gosto e é criativo. O cardápio tem sorvete, batata frita, amendoim, chocolate, biscoitos, brownie, sucos e outras iguarias. Estar acordado, enquanto todos dormem, já é um sinal de que os níveis de serotonina (neurotransmissor) estão baixos, comer é a confirmação. Outros fazem este ritual durante o dia: são os boca-aflita. Não sabem ficar com a boca parada. Quando não estão comendo nada, estão mascando chiclete ou chupando uma balinha, de preferência diet. Comer é um antídoto para muitas situações, para muitos desajustes metabólicos e hormonais. Não comer ou não sentir fome fora do horário das refeições é normal quando estamos bem alimentados e equilibrados metabolicamente. Nas situações de estresse há uma grande alteração bioquímica e perda considerável de neurônios (células nervosas). Não adianta dar balinhas, refrigerante etc., que o máximo que o organismo irá fazer é energia, que, se não for usada, será estocada na forma de gordura. Temos que pensar bem antes de levar estes alimentos à boca! Os alimentos naturais contêm substâncias que trazem benefícios para a saúde, inclusive para o padrão de sono e o humor. Quanto menos processado for o alimento, maior quantidade de vitaminas e minerais ele detém. Toda vitamina tem uma função no organismo. A falta pode causar doenças graves e todo alimento natural contém um nutracêutico (substância capaz de nutrir) importante. Daqui a alguns anos quando todos os nutracêuticos forem isolados poderemos fazer um supermercado com os alimentos para uma doença específica. É para lá que estamos caminhando e, enquanto isso, pretendo, nesta coluna, falar sempre de um alimento funcional, para que, ao abrir a geladeira à noite, este alimento possa ser lembrado.

Fonte: Revista Orgânica

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Empresas verdes são possíveis?

A principal característica de uma empresa que se diz comprometida com o meio ambiente é “comprometer-se em tornar ecologicamente sustentáveis 100% de seus produtos num futuro próximo”, enfatiza Elisabeth Laville, professora da École des Hautes Études Commerciales, Paris. Se as empresas não tornam seus produtos ecologicamente sustentáveis, “não causam impactos reais sobre as questões ambientais que estão tentando resolver”. Para ilustrar, ela cita a produção automobilística mundial: “atualmente, apenas 12% do impacto sobre a mudança do clima em nível global causada pela indústria automobilística estão relacionados com as fábricas e 80% estão relacionados com os próprios carros”.

Experiente na questão da responsabilidade socioambiental corporativa, Elisabeth esteve no Brasil lançando o livro A empresa verde (Editora Õte, 2009), reeditado pela terceira vez na França, e concedeu a entrevista, a seguir, à IHU On-Line por e-mail. As empresas devem adotar uma abordagem de “sustentabilidade 2.0”, diz ela, o que significa não só assumir compromissos em relação a seus processos e sistemas internos, adotando uma abordagem de prevenção de riscos, mas ir além e tomar “a iniciativa de mudar seus produtos e serviços a fim de torná-los todos ecologicamente mais responsáveis”. Para isso, reitera, “teremos de nos concentrar em redesenhar os produtos, por exemplo, em fazer o ecodesign no upstream a fim de reduzir o impacto dos produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, mas também, em alguns casos, trabalhar na substituição do produto por um serviço que possa ser prestado sem consumir mais recursos naturais e gerar mais lixo”.

Elisabeth Laville é uma das fundadoras da Graines de Changement, que aborda temas como consumo responsável e os impactos da alimentação humana sobre o ambiente.

Fonte: Portal do Orgânico

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Você é o que você come!

“O homem evoluiu tecnologicamente para ter melhor qualidade de vida. Mas onde ele chegou em termos de qualidade nutricional e de vida?”

Terra + Homem = Nutrição de Qualidade

Alimentos orgânicos têm como princípio o cultivo sem insumos químicos, o equilíbrio entre a natureza e o homem; o resgate do ciclo da vida. Nesse tipo de cultivo, estão proibidos agrotóxicos sintéticos, adubos químicos e sementes transgênicas. Animais são criados sem uso de hormônios de crescimento, anabolizantes ou antibióticos, em muitos casos são tratados com homeopatia e fitoterapia. Para obter o selo de certificação, a produção deve obedecer às regras de manejo do solo, água e plantas, garantindo a saúde do homem, a manutenção de recursos naturais e boas condições de trabalho à equipe colaboradora. A nutrição da planta está diretamente relacionada com a nutrição do solo. Para garantir os níveis adequados de nutrientes em um alimento, é necessário o manejo correto e equilibrado do solo. Há décadas, o conceito capitalista iludiu o homem e empobreceu a terra. Quanto maior a pressão para produção em escalas comerciais, maior a ilusão do retorno financeiro e maior a degradação das áreas. A falta de rotatividade de cultivo e a super utilização do solo, comprometeram a composição nutricional original dos alimentos. A deficiência de micronutrientes fornecidos pelos alimentos e o estresse emocional levaram à desnutrição camuflada, quando as pessoas estão aparentemente saudáveis, mas fisiologicamente não. O resultado é a busca da complementação desses micronutrientes através de fórmulas ou cápsulas. A diferença é que uma cápsula não consegue repetir o modelo do alimento inteiro, fazendo com que a absorção esperada de determinados nutrientes seja prejudicada. Por isso, mesmo com todos os suplementos e complementos, é crescente o número de doenças degenerativas e relacionadas à baixa do sistema imunológico. O alimento orgânico trouxe uma melhora na qualidade do solo e do alimento. O orgânico resgata a qualidade nutricional do alimento porque garante manejos adequados, respeita o tempo de crescimento para cada espécie e protege o solo.

Fonte: Revista Orgânica

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Valor Nutricional de Orgânicos

Um estudo de 10 anos comparando tomates orgânicos versus convencionais sugere que os orgânicos têm quase o dobro de antioxidantes chamados flavonóides que protegem o coração. De acordo com o estudo, níveis aumentados de quercetina e campeferol foram encontrados numa média de 79% e 97% , respectivamente, nos tomates orgânicos. O artigo foi publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

Pesquisa feita com framboesas, morangos e milho de origem orgânica, pesquisadores encontraram um acréscimo de 20 a 58% de flavonóides nesses alimentos.

Em Março de 2007, três projetos de pesquisa europeus revelaram que tomates, pêssegos e maçãs processadas orgânicos têm melhor valor nutricional que os convencionais. Os tomates orgânicos têm maior teor de material seca total, açúcares totais, vitamina C, B - caroteno e flavonóides. Os pesquisadores recomendam tomates orgânicos como parte de uma dieta saudável capaz de prevenir câncer.

O estudo francês encontrou que pêssegos orgânicos têm maior conteúdo de polifenol no momento da colheita e conclui que o manejo orgânico apresenta efeitos positivos no sabor dos pêssegos. O estudo polonês encontrou maior quantidade de substâncias bioativas - fenóis, flavonóides e vitamina C - em purê de maçã orgânico comparado com as conservas convencionais.

Kiwis orgânicos têm maior nível de vitamina C e polifenóis e, conseqüentemente, maior atividade antioxidante. Além disso, pesquisadores da University of California Davis que fizeram a pesquisa afirmam que todos s constituintes minerais são mais concentrados no kiwi orgânico comparado ao convencional.

Estudo apresentado no encontro da American Chemical Society mostra que laranjas de origem orgânica contêm até mais de 30% de vitamina C que as de origem convencional.

Leite de origem orgânica contém 68% mais ácido graxo essencial ômega-3 de acordo com pesquisadores da University of Liverpool. A pesquisa foi publicada no Journal of Dairy Science também mostrou a superioridade do leite orgânico com relação a quantidade de vitamina E e de antioxidante B-caroteno. Carne de animais criados a pasto (manejo orgânico) tem maior quantidade de ácidos graxos essenciais polinsaturados ômega -3 e menor taxa de ácidos graxos saturados do que animais criados com grãos e rações. Resultados similares foram encontrados para frangos criados organicamente (38% mais ômega-3 que em frangos convencionais). Além disso, a carne dos frangos foi considerada mais saborosa e uma melhor alternativa de produção devido às condições de bem- estar animal e qualidade do produto. Os estudos foram publicados no Meat Science Journal.

Outro estudo feito com frangos orgânicos mostram que esses apresentam 25% menos gordura total do que os frangos criados de forma intensiva em granjas. A pesquisa foi realizada no Institute of Brain Chemistry and Human Nutrition na London Metropolitan University.

Frutas e verduras avaliadas nos EUA contém menor teor de vitaminas e minerais do que há 50 - 60 anos atrás segundo pesquisa da University of Texas. Os pesquisadores foram unânimes em afirmar que ao optar por vegetais orgânicos o consumidor ingere maior quantidade de micronutrients e de antioxidants.

Uma revisão de 41 estudos apresentado no The Journal of Alternative and Complementary Medicine comparando alimentos orgânicos e convencionais encontrou entre os orgânicos um aumento na taxa de 21 nutrientes analisados. Entre os nutrientes pesquisados estão o ferro, o magnésio, o fósforo e a vitamina C.

Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/ Traduzidos e revisados por Dra. Elaine de Azevedo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Preocupação com saúde leva consumidor a optar por orgânicos, afirma pesquisadora

Produtos agrícolas cultivados sem defensivos químicos vêm ganhando o mercado brasileiro e conquistando outros países. Entre agosto de 2006 e setembro de 2008, o Brasil exportou 37 mil toneladas em produtos orgânicos.

Sabor atraente e maior teor nutricional, aliados a técnicas de cultivo que ajudam a preservar o meio ambiente, são os principais motivos que levam o consumidor a dar preferência ao alimento orgânico. A afirmação é pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Neide Botrel Gonçalves, doutora em ciência dos alimentos.
“A escolha do produto orgânico tem sido feita principalmente pela maior preocupação com a saúde. Em segundo lugar, pela prevenção do meio ambiente e, por último pela questão da qualidade sensorial, que é o sabor.”

A especialista explica que pesquisas da Embrapa têm constatado que esses produtos conquistam os consumidores por serem mais saborosos e frescos do que os cultivados da maneira convencional. “De acordo com os consumidores, eles apresentam maior firmeza e quantidade de suco em algumas frutas”, revela.
O valor nutricional dos produtos livres de agentes químicos também é alvo de estudos da Embrapa. A pesquisadora afirma que nos alimentos produzidos a partir de técnicas de plantio orgânico foi verificado um maior teor de matéria seca, o que revela também um menor índice de nitrato, substância que pode se tornar cancerígena se for ingerida em alto teor.
“Essa matéria seca confere maior resistência ao produto, maior teor de fibra e menor teor de nitrato, que é encontrado em altos índices nos alimentos produzidos com agentes químicos”, conta.
Outro fator que leva o consumidor a optar por orgânicos é a durabilidade. Estudos da Embrapa revelam que esses produtos apresentam maior resistência quanto ao armazenamento, por conterem substâncias que ajudam a prevenir contra ataque de microorganismos. “Com isso, [os orgânicos] são menos suscetíveis a ataques de fungos e bactérias”, esclarece Neide.
Segundo Neide, ainda há pouco espaço para estudos sobre produção orgânica no país. No entanto, diversas pesquisas estão em andamento e deverão ser divulgadas logo. “Ainda tem muita coisa para divulgar. Existem várias unidades da Embrapa que estão concentrando seus esforços nessa questão dos orgânicos”, afirma a pesquisadora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Adubação verde pode ajudar no sequestro de carbono, redução do efeito estufa e do desmatamento



"Sequestro de carbono", emissão reduzida de gases para a atmosfera, contribuição à redução do efeito estufa e do desmatamento pelo uso racional de áreas cultivadas, por exemplo, em integração lavoura pecuária. Essa é uma das principais vantagens que o agricultor pode esperar da adubação verde, segundo boletim técnico lançado recentemente pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), ambas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A publicação "Adubação Verde no Estado de São Paulo" foi proposta pela Comissão Técnica de Agricultura Ecológica da Secretaria e o texto é de autoria dos pesquisadores Elaine Bahia Wutke (Instituto Agronômico - IAC), Paulo Espíndola Trani (IAC) e Edmilson José Ambrosano (Pólo Apta Centro Sul) e do engenheiro agrônomo Mário Ivo Drugowich (Divisão de Extensão Rural - Dextru/Cati). Segundo os autores, a adubação verde foi incluída, a partir de 2000, em projetos específicos em microbacias hidrográficas, viabilizados pela Cati com recursos do Banco Mundial (Bird) e do Tesouro do Estado.

A técnica "foi incentivada como estratégia de aumento da cobertura do solo, de controle do escoamento superficial, de proteção ao ambiente e de otimização da produtividade agrícola sustentável. Outra evolução constatada foi a utilização de mistura ou ´coquetel´ de gramíneas com leguminosas, objetivando mais durabilidade do material orgânico no solo e liberação dos nutrientes de forma mais sincronizada para as plantas em sucessão."

Em 2005/2006, foi iniciado em São Paulo o convênio entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), IAC e a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). O trabalho é executado em pólos regionais para a produção orgânica de sementes de crotalária júncea (Crotalaria juncea L.), cv IAC-1, guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga e mucuna-preta (Mucuna aterrima) cv Comum, que seriam distribuídas aos agricultores em todo o País.

Os técnicos da Apta e da Cati esperam que a utilização constante da adubação pelo menos mantenha "elevada produtividade por unidade de área, com conseqüentes melhorias no ambiente e na qualidade de vida, com manutenção e valorização dos empregos no meio rural, com contribuição efetiva na otimização do retorno econômico ao agricultor e com garantia da sustentabilidade e da biodiversidade na propriedade agrícola."

Também prevêem "utilização adequada dos adubos verdes em aspectos de biorremediação dos solos cultivados, de caracterização e avaliação de qualidades tecnológicas e nutricionais utilizáveis na medicina, fitoterapia, fabricação de cosméticos e até como possíveis fontes energéticas renováveis."

Outras vantagens gerais da adubação verde para o agricultor são a otimização da produtividade e do lucro na propriedade; preservação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade; proteção, recuperação e manutenção dos solos cultivados; ciclagem dos nutrientes, adição de nitrogênio pelas leguminosas e manutenção da matéria orgânica do solo; aproveitamento mais adequado e racional dos insumos; utilização de algumas espécies na alimentação humana e animal; efeitos de quebra-ventos ou de arborização em culturas perenes em formação; utilização como possíveis fontes energéticas renováveis, como de biodiesel, possibilitando a redução de pressão por novas áreas de produção; e utilização no controle de nematóides do solo e de plantas daninhas.

O boletim técnico foi editado pelo Centro de Comunicação Rural da Cati (Cecor). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3743-3858. (Texto: Assessoria de Comunicação da Apta)

Fonte: Assessoria de Comunicação da Apta

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Produção certificada de alimentos é destaque em 2009

A certificação dos produtos agropecuários no Brasil foi destaque das ações da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2009. As atividades nas áreas de alimentos orgânicos, produção integrada e armazenagem marcaram os avanços na qualidade dos alimentos produzidos no País.

Este ano, foram assinadas três instruções normativas para a regulamentação dos produtos orgânicos, estabelecendo as normas técnicas para a produção agropecuária, comércio e transporte dos produtos processados. Além disso, foram estabelecidas as regras para certificar o extrativismo sustentável orgânico e os mecanismos de controle e informação da qualidade desses produtos. Também foi estabelecido o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, que fixa as regras e procedimentos de gestão para qualificação e habilitação de armazéns.

O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero, avaliou as ações que consolidaram o processo de certificação de alimentos e armazenagem.

Portocarrero explicou que o Brasil segue a tendência do mercado internacional que exige qualidade e procedência de alimentos.

Que avaliação o senhor faz das ações da SDC em 2009?

Portocarrero - A grande ação da SDC foi instituir e oficializar mecanismos legais para certificação em várias áreas. Esta é uma tendência mundial e os governos têm instituído regras de certificação de processos e produtos. O consumidor quer saber como o alimento foi produzido e manipulado, desde o plantio até a prateleira do supermercado, dentro das regras de boas práticas agropecuárias e respeito à legislação sanitária e trabalhista, além da preocupação em preservar o meio ambiente.

Como funcionam os processos de certificação no Ministério da Agricultura?

Portocarrero - Ao Mapa cabe auditar, instituir regras e fiscalizar. Quem certifica são entidades privadas credenciadas pelo Instituto Nacional Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro).

Quais os avanços no controle dos produtos orgânicos?

Portocarrero - Este foi o ano da normatização, estamos expedindo as normas para as diferentes culturas. Os produtores orgânicos terão à disposição todo o aparato legal e ao mesmo tempo poderemos excluir do mercado o falso produtor. Teremos estatísticas, controle e certificação. Poderemos abrir mercado para os orgânicos com a chancela do Ministério, mas a certificação será realizada por entidades privadas.

E os produtos convencionais? Qual é a certificação do Mapa?

Portocarrero - São alimentos incluídos na Produção Integrada (PI) que atendem regras de respeito ao meio ambiente, uso de tecnologias de boas práticas, respeito às leis trabalhistas e regras sanitárias. Hoje, além da produção integrada de frutas, o Brasil já tem normas para carne, leite e outros produtos. Além disso, em 2009 foi lançado o livro de Produção Integrada que é a consolidação do processo e informa ao mundo que o Brasil possui regras para a produção de alimentos certificados.

Este ano os armazéns de grãos também terão que se adaptar às regras para certificação. Qual importância para o consumidor?

Portocarrero - Teremos produtos com mais qualidade e diminuindo o grande problema no País que é o desperdício. Os armazéns serão cadastrados e certificados pelo Mapa dentro das regras estabelecidas obedecendo aos padrões de qualidade para garantia do produto final.

Fonte: MAPA