sábado, 19 de dezembro de 2009

Férias Coletivas Ecobio

A Ecobio entrará em férias coletivas no período de 19/12/2009 até 03/01/2010, retornaremos as atividades a partir do dia 04/01/2010, os clientes do site poderão fazer o pedido normalmente.
Lembramos também que nosso telefone que estava com problemas (55) 3557-1001, está funcionando normalmente agora.

Agradecemos a todos e desejamos um feliz natal e um próspero ano novo.

Atenciosamente


Equipe Ecobio.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Para cuidar do coração e manter o peso

As gorduras e os carboidratos, quando ingeridos em excesso, estão relacionados ao acúmulo de tecido adiposo no organismo. Porém, as recomendações nutricionais que restringem o consumo de gordura animal - colesterol e ácidos graxos saturados - também não contribuíram para a redução da obesidade e doenças cardiovasculares entre a população.

A análise dessas enfermidades deve ir mais além do que a ingestão exagerada de determinados nutrientes, considerando a qualidade da dieta como um todo e a qualidade de vida do paciente no que diz respeito aos aspectos emocionais e ao sedentarismo.

As gorduras oferecem um poder de saciedade e não podem estar em desequilíbrio na dieta, pois esse desequilíbrio leva ao aumento do consumo de carboidratos. Do ponto de vista quantitativo dietético, a causa da alta taxa de obesidade nas sociedades contemporâneas está no alto consumo de carboidratos. Quando se orienta um baixo consumo de gordura e colesterol na dieta, a necessidade de calorias é compensada com um aumento no consumo de carboidratos (cereais, massas e açúcares) o que pode levar ao aumento da taxa de triglicerídeos. Outros aspectos da dieta contemporânea merecem relevância, como a grande quantidade de produtos industrializados e a baixa ingestão de alimentos frescos, de cereais integrais, de frutas e de verduras. É esta dieta que tem sido incorporada por muitas outras culturas.

A hipótese levantada pelo pesquisador Ansel Keys, na década de 70, de que a ingestão de gordura animal está diretamente ligada ao aumento de doenças cardiovasculares deve ser revista. Sem dúvida, o excesso de gordura animal é prejudicial ao organismo, assim como a carência ou excesso de qualquer nutriente. Porém, as causas dietéticas dessas doenças devem ser consideradas globalmente dentro da nossa dieta que é pobre em fibras que influenciam na absorção das gorduras; rica carboidratos de rápida absorção que interferem no metabolismo das gorduras e deficiente em minerais e vitaminas de ação protetora das paredes dos vasos, antioxidante, hipocolesteronêmica e controladora da homocisteína. O alto nível sangüíneo dessa substância tem sido relacionado com a tendência de formar coágulos e placas ateróides. A homocisteína é uma proteína cujos níveis estão aumentados no caso dos pacientes com hipercolesteronemia e tem íntima ligação com o LDL colesterol, o colesterol chamado de maléfico.

Sabe-se, também, que a ingestão de gorduras vegetais hidrogenadas e margarinas não garante níveis equilibrados de colesterol, devido à presença de ácidos graxos trans, de ação comprovadamente hipercolesteronêmica. Além do mais, é preciso considerar que a causa das doenças cardiovasculares é multifatorial e o desequilíbrio alimentar é somente uma de suas causas, junto com o sedentarismo, o fumo e a tensão. Alimentos light, óleos com baixo teor de triglicerídeos, leites enriquecidos com ômega-3 e margarinas funcionais com fibras e baixo teor de ácidos trans aparecem entre muitos novos produtos milagrosos veiculados por um marketing envolvente. Estes produtos continuam a ser uma desesperada luta contra o crescente aumento da obesidade e das doenças cardiovasculares. São inacessíveis para a maioria da população pelo seu alto custo, tem grande quantidade de aditivos sintéticos (como no caso da margarina) e favorecem os interesses do complexo médico-industrial e da agroindústria baseada no Padrão Técnico Moderno de agricultura.

Para promover a saúde cardiovascular, orienta-se consumir as gorduras em proporção adequada, evitando os alimentos industrializados e priorizando, sempre que possível, os frescos de origem integral e orgânica:

Consumir alimentos ricos em vitaminas B para equilibrar os níveis de homocisteína no organismo e boas fontes de iodo para ativar a função da tireóide (cereais integrais, peixes frescos, sal marinho integral, leguminosas);

Ingerir fontes de fibras, vitaminas e minerais para manter as artérias menos suscetíveis a rupturas: amêndoas, nozes, sementes de linhaça, gergelim, girassol, cereais integrais, frutas secas e frescas e grande variedade de verduras;

Incluir fontes de ácidos graxos saturados e insaturados: carnes e ovos orgânicos, manteiga, leite integral e derivados, óleos de coco, de palma, de alho, de gergelim, de girassol e de grãos pressurizados a frio, sementes, nozes e frutas oleaginosas;

Restringir ao máximo o uso de pães, massas e cereais refinados, açúcar branco, margarina e alimentos à base de gorduras hidrogenadas. Preferir sempre cereais e pães integrais;

Utilizar, para o cozimento, o mínimo de óleos vegetais pressurizados a alta temperatura. Adicione óleos pressurizados a frio, de oliva ou manteiga, ao final das preparações;

Respeitando o ritmo arcadiano da função hepática, ressaltamos que o melhor horário para a ingestão de gorduras em geral é entre 3 horas da manhã e 15 horas, quando o fígado prioriza a digestão desse nutriente. É consenso que uma refeição rica em gorduras, à noite, interfere na qualidade do sono;

De forma geral, as frituras em excesso e a ingestão desequilibrada de gorduras, bem como de qualquer nutriente, deve ser restrita, especialmente numa dieta pobre em fibras. Porém, nenhum nutriente específico faz mal. A gordura não foge a essa regra. O importante é o equilíbrio de nutrientes numa dieta qualitativa e quantitativamente equilibrada;

Produtos light e desnatados só devem ser ingeridos por curto tempo, em caso de dietoterapia e orientação específica. Junto com a nata do leite, por exemplo, encontram-se as vitaminas lipossolúveis - A,D, E e K - que se perdem nos leites e iogurtes desnatados, tornando-os produtos de menor valor calórico e também desequilibrados em nutrientes;

Os queijos mais indicados são os queijos brancos integrais e a ricota, por sua melhor digestibilidade e pela ausência de aditivos químicos sintéticos. A manteiga, sem dúvida a melhor fonte de gordura para usar no pão integral, deve ser ingerida crua ou somente derretida, nunca frita. Acrescente-a somente ao final de preparações culinárias e seu consumo deve ser associado a uma dieta rica em fibras;

Idealmente, a melhor maneira de se utilizar óleos em geral é no final das preparações, sem aquecimento prolongado que modifica a sua estrutura e forma os radicais livres. Como já mencionado, os óleos ideais para o cozimento são os de grãos pressurizados a frio e os óleos de palma e de coco. Devido à dificuldade de obtenção no mercado podem-se utilizar os óleos vegetais em pequena quantidade - especialmente os óleos de milho, girassol e arroz.


Entre outras fontes de óleos vegetais pressurizados a frio estão os óleos de gergelim, linhaça e alho, excelente fonte de vitamina E e os ácidos graxos insaturados. Os óleos de girassol e de palma, já disponíveis no mercado interno, também apresentam excelente valor nutricional.

O azeite de oliva, especialmente o pressurizado a frio, extra virgem, deve ser utilizado de preferência cru, nas saladas ou no final das preparações por suas excelentes qualidades terapêuticas e para manter seus óleos etéricos e vitalidade.

Ao refogar os alimentos, evitar aquecer demasiadamente a gordura ou o óleo, colocando um pouco de água na panela. As frituras devem ser de ingestão eventual na dieta, pois o superaquecimento dos óleos produz substâncias tóxicas ao fígado, como a acroleina. Evitar reutilizar óleos de frituras.

As castanhas, nozes e sementes (linhaça, gergelim, girassol) e frutas, como o abacate, constituem boa fonte de gorduras, além de oferecerem proteína, fibras e fitoquímicos de ação anticancerígena e antioxidante. Seu uso deve ser incentivado para enriquecer e diversificar a dieta.

Por fim, para manter o peso e a saúde cardiovascular é necessário fazer exercícios físicos regulares e controlar o cigarro e os níveis de estresse.

Essas recomendações são gerais e não substituem orientações terapêuticas específicas no caso de enfermidades. Cada caso deve ser avaliado individualmente, sendo necessária, algumas vezes, a restrição de gordura animal no início do tratamento até que o paciente se reequilibre em diversos níveis e possa voltar a consumir tal nutriente.

É conveniente ressaltar que a prevenção da obesidade, dislipidemias e doenças cardiovasculares e crônico-degenerativas começa na infância com a manutenção de um instinto alimentar sadio e a implantação de hábitos saudáveis dentro da estrutura familiar.

Fonte: Portal do Orgânico

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Compra de orgânicos: Ir ao SUPERMERCADO é fazer POLÍTICA

Um ato político é aquele que visa um fim, e mesmo quando não sabemos disso ou de explicita vontade não estamos preocupados com isso, nosso ato pode ser político. Falar que o “supermercado é político” é dizer que o mais privado dos atos, o de buscar alimento e garantir necessidades primárias, não se encerra na hora de pagar a conta. A escolha do produto até pode se dar por razões econômicas, busca de qualidade ou, ainda, ideologia. Contudo, ao escolher um produto também se escolhe, querendo ou não, uma forma de produção, um tipo de relação de trabalho, um determinado impacto ambiental. Em suma, comprar algo é trazer para casa, além do produto, a sua cadeia de fabricação e as conseqüências. Ignorar esses fatores é se proteger de duas conseqüências do conhecimento: liberdade e responsabilidade.

Dados de recentes pesquisas demonstraram que produtos orgânicos possuem mais nutrientes que os alimentos da produção linear. Ou seja, não é apenas uma questão de quantidade, mas de qualidade. Pode até ser que a agricultura orgânica não produza tanto quanto a linear, mas alimenta mais.

O artigo “Comparação da qualidade nutricional de frutas, hortaliças e grãos orgânicos e convencionais”, publicado no “Jornal de Medicina Alternativa”, relata que produtos orgânicos, em média, contêm 29,3% mais magnésio, 27% mais vitamina C, 21% mais ferro, 26% mais cálcio, 11% mais cobre, 42% mais manganês, 9% mais potássio e 15% menos nitratos. Indo mais além, conforme relatório do “Environmental Group”, atualmente, ao completar um ano de vida uma criança já recebeu, por conta do consumo de alimentos convencionais, a dosagem máxima aceitável pela Organização Mundial de Saúde de oito pesticidas altamente carcinogênicos para uma vida inteira.

Além das questões nutricionais, alimentos orgânicos e de agricultura familiar contribuem para a empregabilidade no campo. O que evita o êxodo rural, e, por conseqüência, o aumento de favelas em centros urbanos.

Um outro dado importante é que quem produz alimento para o brasileiro não é a produção convencional ou linear ou o agronegócio, mas a agricultura familiar e orgânica. Mais da metade do feijão vem da produção familiar; no caso do arroz, mais de um terço; e, da mandioca, 90%. Essas são algumas informações que demonstram a importância do setor na economia brasileira, um setor responsável por uma média de 10% do produto interno bruto (PIB) nacional, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

E, mais, o que realmente alimenta é a produção de grãos, vegetais e hortaliças. A carne de suínos, aves e bovinos não é o alimento mais completo em nutrientes ou que vai estar na mesa de todos os brasileiros. O Brasil é campeão de exportações. E Santa Catarina orgulha-se dos seus números. No entanto, ao exportar a carne produzida por aqui também se exporta a água potável, os milhões de hectares utilizados para alimentar os animais, as florestas queimadas. A única coisa que fica são os resíduos.

A Epagri de SC revela que as fezes dos 5,6 milhões de suínos que existem no Estado produzem 9,7 toneladas de dióxido de carbono por dia. Para 1 kg produzido de carne de suíno ou bovino é gerado o equivalente a 8 kg de excremento. Imagine levar tudo isso para casa ao comprar um inocente pacotinho de presunto para o sanduíche? Não levamos. Desde 2005, no Brasil, há mais bois e vacas que homens e mulheres, 200 milhões de bovinos ocupam um espaço três vezes maior do que toda a área cultivada no País e consomem quatro vezes mais água.

Se for uma questão de aumento da riqueza nacional e de estratégia para matar a fome dos brasileiros, a nossa matemática não está bem certa. Afinal, o agronegócio nem emprega tanta gente assim e os custos ambientais com a poluição de rios, solo, mananciais e emissão de metano são revertidos ou para o preço final do produto ou para o Estado, que terá mais gastos com saúde e políticas para despoluição. Aí, quem paga a conta somos todos nós, querendo ou não, sabendo ou não.

Foi-se o tempo em que comprar mandioquinha, feijão ou ovos era só comprar mandioquinha, feijão ou ovos. Quando se leva ovo para casa, o da produção convencional, se está chancelando, incentivando e financiando um processo que trata animais como coisa; que ignora que sentem dor e que possuem uma forma própria de viver a vida. Além de fazê-los viver de forma confinada e sendo alimentados com uma ração que contêm tantos aditivos que os transformam mais em uma pasta química do que em um ser vivo. Nem o peitinho de frango se salva.

Ir ao supermercado é fazer política. É fazer escolhas. É dizer que tipo de produção de alimentos queremos e que tipo de empregos queremos financiar. O ato de escolher e comprar o que se vai consumir pode ser silencioso, mas é muito poderoso.
Samantha Buglione
Slow Food Convivium

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Férias Coletivas na Ecobio

Durante o período de 19 de dezembro até dia 03 de janeiro a Ecobio entrará em férias coletivas, estaremos retornando as atividades normalmente apartir do dia 04, os pedidos que serão encaminhados pelo site atenderemos normalmente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O que é agricultura orgânica

Sistema de produção que tem por objetivo preservar a saúde do meio ambiente, a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo.

Uma das questões que a distingue da agricultura tradicional é a não utilização de agrotóxicos

A agricultura orgânica enfatiza o uso e a prática de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Exclui, portanto, o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.

Nesta prática agrícola está contemplada a preocupação com a saúde dos seres humanos, dos animais e das plantas. Entende-se que seres humanos saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente ativos, implicando adoção de técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas.


No Brasil

O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. Como fornecedor é o sétimo colocado no Mercado Comum Europeu. Atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente US$ 70 milhões. Já existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares.

O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de US$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%.

O apoio à produção orgânica está presente em diversas ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica.


Produção

A consolidação da agricultura orgânica no Brasil representa um aumento na oferta de produtos reconhecidos por instituições certificadoras e outros segmentos aptos a disputarem os competitivos mercados internacionais.

A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de alimentos exige que procedimentos regulamentares sejam estabelecidos de forma a assegurar aos componentes da cadeia produtiva a transparência nas trocas.

Nos últimos dez anos, governos e sociedades de diversos países, inclusive o Brasil, tem discutido o papel do Estado na produção, distribuição e consumo dos produtos orgânicos. O assunto envolve questões de políticas publicas particularmente àquelas ligadas aos procedimentos de regulamentação.

A legislação brasileira para produtos alimentícios, dispõe da Lei 10.831, assinada pelo Presidente da República em 23/12/2003 que dispõe sobre a agricultura orgânica, Lei que já se encontra em fase final de regulamentação.

Este procedimento é importante porque é o que vai oferecer elementos para que o mercado, de maneira geral possa ter a garantia de que está adquirindo um item que obedece às normas legais estabelecidas para o produto orgânico.


Condições da economia e tendências do setor

O Brasil está se consolidando a cada vez mais como um grande produtor e exportador de alimentos orgânicos. como fornecedor é o sétimo colocado no mercado comum europeu. atualmente são produzidas 300 mil toneladas de orgânicos por ano, movimentando um mercado de aproximadamente us$ 70 milhões. ja existem no país cerca de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição - setenta por cento delas pertencem a agricultores familiares.

O Brasil responde por 3,77% do consumo mundial, com cerca de us$ 100 milhões por ano, e vem experimentando um bom crescimento médio anual de mercado em torno de 30%, acima dos índices europeus que está na ordem de 15 a 20%.

O apoio à produção orgânica está presente em ações do governo brasileiro, que oferece linhas de financiamento especiais para o setor e incentiva projetos de transição de lavouras tradicionais para a produção orgânica.

No entanto, se considerarmos o cenário mundial de aumento da demanda de alimentos, notadamente proteínas animais e insumos para a sua produção, as perspectivas serão altamente favoráveis para o aumento da participação brasileira sobretudo nos mercados de frutas tropicais, carnes em geral e outros produtos básicos.

Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os produtos relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em especial aqueles relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade. Como decorrência, crescem as demandas por processos de certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos induzidos pelos consumidores.

Baseados na preferência do consumidor começa a existir grandes oportunidade para novos produtos não tradicionais, principalmente aqueles voltados para exportação e para nichos de consumo emergentes no mercado interno.

Os números são expressivos, mas mesmo considerando o rápido crescimento dos últimos anos, o segmento de alimentos orgânicos ainda pode ser considerado como um nicho de mercado. As vendas de orgânicos representam apenas uma pequena parcela do total de alimentos vendidos, não mais que 3 a 4%. Os dados indicam que existe um potencial enorme de crescimento para este setor em todo o mundo.Os desafios da produção orgânica estão na ampliação do que ainda é considerado "nicho", não passando de 1% a 2% do mercado de alimentos. Os recentes estudos concluem que o crescimento de produtos ocorre principalmente em países industrializados. Neste sentido, o desafio é desenvolver mercados locais, sobretudo em países considerados "em desenvolvimento".

Fonte: Sebrae

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Elizabeth Hurley vira fazendeira e lança linha de produtos orgânicos

Elizabeth Hurley deu um tempo dos tapetes vermelhos pela vida no campo. A modelo transformou uma fazenda de 400 acres em Gloucestershire, Inglaterra, em produtora de produtos orgânicos e está adorando a nova fase.

De acordo com o jornal Daily Mail, ela é dona da propriedade há seis anos, mas só agora resolveu se mudar para lá. Elizabeth define que o tempo ao lado do marido, Arun Nayar e do filho de sete anos, Damian, no campo é "tão divino que não sabe por que viveu em Londres por tanto tempo". A atriz também garante que, atualmente, fica muito mais confortável com galochas do que vestindo um biquíni.

Além dos produtos orgânicos, ela revela que lançará, em breve, uma linha de produtos integrais.

"Nunca fiz dietas loucas, mas estou mais cheinha do que antes. Há uma mudança enorme no seu metabolismo após os 40 anos e, pela primeira vez, estou prestando atenção no que como", diz. Ninguém percebeu, Elizabeth!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Organizações reagem contra Projeto de Lei que retira rotulagem de transgênicos

Os consumidores brasileiros podem perder o direito de saber se o alimento que está consumindo contém ou não ingredientes transgênicos. Isso porque já está na pauta do Plenário da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL 4.148/2008) que restringe as informações sobre transgênicos nos rótulos de produtos que contenham tais componentes.

Para proteger o direito de consumidores e produtores de alimentos livres de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), organizações entregam, na quarta-feira (18), uma "Moção pelo Direito de Saber" aos deputados. De acordo com as organizações firmantes, o PL 4.148/2008 - de autoria do deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS) - "pretende negar o direito do consumidor à informação sobre a presença de transgênico.

Segundo a moção, o Projeto de Lei, além de não ter sido discutido com a sociedade, fere a própria vontade dos consumidores que desejam saber se o produto consumido contém ou não ingrediente transgênico. Para Andréa Salazar, consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a ideia da moção é alertar os deputados sobre a rejeição da população ao PL. "Muitas pesquisas de opinião mostram que os consumidores querem saber se tem transgênico ou não", afirma.

O PL de Heinze não obriga a informação sobre a espécie doadora do gene em embalagens de produtos com OGMs. Além disso, não obriga a rotulagem de alimentos destinados a animais, assim como de produtos feitos a partir de animais nutridos com rações contendo OGMs. Andrea ainda destaca a mudança de critério para saber se há ingredientes transgênicos ou não no produto. "O mais grave do PL é que ele muda o critério de detecção de produtos transgênicos", afirma.

A consultora explica que, hoje, o princípio utilizado para a rotulagem é o da "rastreabilidade", ou seja, consiste no rastreamento da origem dos componentes do produto final. No entanto, o Projeto pretende mudar essecritério, adotando o da "detectabilidade", o qual obrigaria a indicação de transgênicos apenas para aqueles alimentos que, no produto final, apresentassem OGMs.

O problema, de acordo com Andrea, é que muitos transgênicos não são detectados após o processamento final, como acontece nos casos de óleos e margarinas. O receio da consultora é que, sabendo disso e com o PL, as indústrias alimentícias desviem os grãos para esses produtos, que não seriam rotulados. "Não querem que os consumidores saibam quando o alimento é transgênico", comenta.

Atualmente, a população brasileira ainda tem direito de informação assegurado pelo Decreto Federal n° 4.680/03. A medida estabelece que o produto com 1% ou mais ingredientes transgênicos na composição deve ter uma indicação no rótulo. Assim, os alimentos com OGMs devem trazer, no painel principal, expressões que informem ao consumidor a origem e a composição transgênica. Além disso, deve conter um símbolo padronizado que indique o conteúdo transgênico, representado pela letra "T" preta dentro de um triângulo amarelo.

Tal símbolo também é alvo de críticas pelo Projeto de Lei em questão. Isso porque, segundo o Projeto, o símbolo pode prejudicar até mesmo a comercialização internacional do produto com ingrediente transgênico, "uma vez que o Brasil é o único país do mundo a adotar um símbolo de alerta em produtos aprovados para o consumo humano".

Além disso, o PL considera que o símbolo gera uma ideia de "nocividade" ao alimento, prejudicando, assim, a venda. "Esta correspondência entre o símbolo (triângulo amarelo e preto) e suposto 'risco' de consumo afeta a imagem de qualidade dos produtos, bem como, a exigência da cor a amarela gera altos custos com embalagens, haja vista que, muitas vezes, esta cor não compõe a rotulagem usual dos produtos.", considera.

Fonte: Adital - por Karol Assunção

sábado, 5 de dezembro de 2009

O que são aditivos químicos sintéticos?

No processo de industrialização, substâncias conhecidas por aditivos sintéticos são usadas para baratear o produto, garantir sua conservação e aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

Nos supermercados e entrepostos de comercialização, dificilmente se encontra um alimento processado que não contenha algum tipo de aditivo químico sintético, descrito nos rótulos em letras minúsculas ou siglas indecifráveis como os P.I., EPX, A-I, CT- II, entre outros. São cerca de 3800 aditivos utilizados como cosméticos para atrair os sentidos e mudar texturas (corantes, flavorizantes, adoçantes, emulsificantes e estabilizantes), como preservativos para aumentar o tempo de vida útil do alimento (antioxidantes) e como agentes que auxiliam nos processos industriais (aditivos que evitam que o alimento grude no maquinário, por exemplo).

Os aditivos fazem parte da composição da maioria dos produtos alimentícios, até mesmo entre aqueles conhecidos erroneamente como "naturais". São substâncias baratas que conseguem agregar valor a um alimento aparentemente simples. Um aroma de baunilha ou de amêndoas pode transformar simples ingredientes como a farinha de trigo, a gordura hidrogenada e o açúcar em produtos bastante atraentes para o consumidor.

Desde o início do século 20, agentes químicos são usados na indústria alimentícia. O cloro é usado para clarear as farinhas e o bromato para melhorar a qualidade de panifício. Amaciantes, como mono e diglicerídeos, retardam a aparência do alimento velho e o propionato de cálcio previne o mofo.

Atualmente um dos grandes objetivos desses aditivos é produzir substâncias que imitem diferentes sabores e cores; assim uma batata frita pode ter gosto de carne defumada ou queijo, uma bolacha de trigo pode ter sabor de pizza e um iogurte de morango pode ser rosa choque, por exemplo.

Sua utilização crescente preocupou os órgãos ligados à área da saúde pública a ponto de, já em 1957, a Organização Mundial da Saúde ter promovido um encontro de especialistas em aditivos alimentares, na cidade de Genebra, para discussão sobre os riscos da sua utilização. Em 1962, criou-se a Comissão do Código Alimentar que determinou os aditivos permitidos e as doses máximas diárias consideradas inofensivas ao ser humano. Com base neste trabalho, o governo brasileiro elaborou, em 1965, a primeira regulamentação para o uso de aditivos no país. Diversas atualizações têm sido feitas como autorizações para extensão de uso e inclusão de aditivos na legislação brasileira. Em 1998, um grupo de trabalho foi instituído com a finalidade de atualizar a legislação brasileira quanto ao uso de aditivos; propor regulamento técnico que consolide, harmonize e atualize os limites, as funções e o uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia para cada categoria de alimento; avaliar os pedidos de inclusão e extensão de uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia; e subsidiar a posição brasileira em reuniões internacionais, tais como Mercosul e Codex Alimentarius.

Poucos aditivos foram excluídos dessa listagem e o rastreamento e o controle do uso dessas substâncias são precários. Escassas pesquisas sobre o poder cumulativo dos aditivos nos seres humanos vêm sendo realizadas, apesar das denúncias crescentes por parte de muitos profissionais da área de saúde.

Devido a recorrentes boletins de denúncia sobre a toxicidade e os efeitos adversos dos aditivos, a FDA (Food and Drugs Administrration) estabeleceu, em 1985, um sistema de monitoramento para melhor acompanhar os efeitos dos aditivos e receber as queixas de sintomas diversos dos consumidores nos Estados Unidos. A grande maioria das queixas recebidas diz respeito ao uso do aspartame, dos sulfitos, do glutamato monossódico, dos nitratos e de alguns corantes como o carmim.

Aditivos como os nitratos, utilizados nas carnes congeladas para manter a cor, provocam náuseas e irritação gástrica, além de esconder a putrefação das carnes. Os nitratos convertem-se em nitrosaminas, substâncias de comprovada ação cancerígena. Os sulfitos são utilizados para manter o frescor das frutas e verduras in natura e evitam a descoloração e a fermentação das frutas secas e do vinho. Os sulfitos, considerados seguros até o início dos anos 80, foram identificados por pesquisas do FDA como agentes na etiologia de reações alérgicas e asma. Em 1985, o Congresso Americano forçou o FDA a banir os sulfitos das frutas e verduras in natura, mas seu uso continua liberado em batatas, frutas secas e vinho. O BHT e o BHA são substâncias químicas com ação antioxidante, adicionadas aos óleos e aos alimentos gordurosos para prevenir a rancificação dos mesmos. A Agência Internacional em Pesquisa de Câncer, ligada a Organização Mundial da Saúde, listou essas substâncias como potentes carcinogênicas para os seres humanos.

O benzopireno é outro potente agente carcinogênico, utilizado na defumação artificial de carnes, peixes, presuntos e embutidos em geral. Na Islândia e no Japão o consumo desses produtos é elevado e a alta prevalência de câncer de estômago no país é relacionada, em alguns estudos, ao consumo de defumados.

Os poucos estudos disponíveis indicam diferentes repercussões sobre a saúde humana.

Estudo recente brasileiro apresentado no Caderno de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz ressalta alguns resultados abaixo apresentados:
Alguns aditivos alimentares podem induzir à urticária e angioedema em indivíduos suscetíveis.

Entre os corantes considerados responsáveis por alterações no comportamento humano destacam-se: tartrazina, amaranto, vermelho ponceau, eritrosina, caramelo amoniacal.

Conservantes como derivados do ácido benzóico e os ácidos sulfídrico e sulfito podem induzir à hiperatividade.

Os antioxidantes sintéticos também são considerados fatores de risco para transtornos de déficit de atenção e hiperatividade, especialmente em crianças.

As nitrosaminas e os antioxidantes BHA (butil hidroxianisol) podem provocar danos e mutações no DNA levando a neoplasias (câncer). Corantes artificiais, como eritrosina e a tartrazina, também apresentam potencial carcinogênico.

Existem outras pesquisas que relacionam o consumo de sulfitos a alergias e asma e o corante carmim, a reações alérgicas e choque anafilático em pacientes hipersensíveis.

O glutamato monossódico é associado a prejuízos neurológicos em crianças, além de isquemia, mal de Alzheimer e Parkinson em adultos. Estudos associam o glutamato a lesão cerebral, além de congestão facial, sensação de queimação no rosto, dor de cabeça, náuseas, palpitações, suores frios, tonteira e sensação de fraqueza.

Experiências em laboratório já mostravam, em 1991, que o ciclamato, o aspartame e a sacarina, usados em produtos light, causam câncer em cobaias. Nos seres humanos, a relação câncer e adoçantes é muito difícil de se estabelecer devido à multiplicidade de fatores envolvidos na etiologia da doença e à dificuldade de se precisar a ação cumulativa das substâncias cancerígenas.

Não há duvida que precisamos de mais estudos e mais atenção dos órgãos de vigilância sanitária para o controle dessas substâncias na indústria de alimentos.

Lembramos ainda, que os alimentos orgânicos não permitem a utilização de aditivos químicos sintéticos no seu processamento, constituindo-se, dessa forma, em um alimento mais seguro para a prevenção de diversas doenças e disfunções.

Autor: Dra. Eliane de Azevedo
Fonte: Portal do Orgânico

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Rio de Janeiro ganha centro de formação em agricultura orgânica

Ações do documento A idéia de criar um local destinado a cursos e treinamentos na área de agroecologia vem sendo acalentada há mais de 15 anos pelos pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, Pesagro-Rio e UFRRJ, que atuam na Fazendinha Agroecológica Km 47, em Seropédica, no estado do Rio de Janeiro.

Em 2007, o aporte de recursos por meio de uma emenda parlamentar possibilitou a realização de obras para adaptação de um prédio já existente no local e a compra de mobiliário e equipamentos diversos. Agora, dois anos o CFAAO-Centro de Formação em Agroecologia e Agricultura Orgânica se transforma numa realidade, que vai possibilitar a capacitação de agricultores, estudantes e técnicos de todo país. A inauguração do CFAAO está marcada para o próximo dia 19 de novembro, às 10 horas da manhã.

Na ocasião, também haverá o lançamento do curso de pós-graduação em agricultura orgânica da UFRRJ, em associação com a Embrapa Agrobiologia.

Espaço físico e equipamentos multimídia

O prédio, localizado na Fazendinha Agroecológica Km 47 (Seropédica/RJ), tem cerca de 500 metros quadrados e foi todo reformado e adaptado para as finalidades didáticas para as quais o Centro se propõe. São um auditório para cem pessoas, uma sala de aula para cinquenta alunos, outra para 25 pessoas, quatro escritórios, sala de reunião para 15 pessoas, recepção e banheiros. Os espaços estão equipados com computadores, projetores multimídia e equipamentos de ar condicionado.

CFAAO também está recebendo recursos do PAC Embrapa e do Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, exclusivos para formação em agroecologia e agricultura orgânica. Tais recursos serão destinados a manutenção da unidades didáticas da Fazendinha, pois são estas atividades de campo que justificam a existência do próprio CFAAO.

Fonte: Ana Lucia Ferreira Embrapa

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Alimentos orgânicos ou convencionais? Você escolhe

O consumo de alimentos sem aditivos químicos, os chamados orgânicos, aumenta na mesma medida da preocupação do brasileiro com os efeitos sobre a saúde de pesticidas, hormônios de crescimento, antibióticos e outros produtos químicos mais usados por agricultores. No entanto, não é apenas isso que seduz os brasileiros. Além de se relacionarem à qualidade de vida, os produtos orgânicos têm forte apelo ecológico.

Geralmente os produtores desses alimentos preocupam-se em preservar o local onde os mesmos são cultivados. As nascentes de água são protegidas, as áreas desmatadas são reflorestadas, os animais e vegetação nativos são preservados e não se faz uso de queimadas. Por tudo isso, é cada vez maior o contingente de pessoas que buscam por esse tipo de alimentação especial. Para se ter uma idéia, há quatro anos atrás a produção agrícola brasileira de orgânicos era praticamente insignificante. Hoje esses alimentos já respondem por mais de 2% de toda produção e de acordo com o International Trade Center, no Brasil o mercado está expandindo ao ritmo de 40% ao ano.

Alimentos orgâncos X alimentos convencionais

O emprego de aditivos tóxicos para elevar a produtividade das lavouras é muito antigo. No ano 3000 a.C., manuscritos chineses já indicavam o uso de arsênico e de enxofre para matar pragas na lavoura. Entretanto, os agrotóxicos industriais somente começaram a ser utilizados durante a Segunda Guerra Mundial. De acordo com a maioria dos especialistas, a aplicação controlada de fertilizantes, defensivos agrícolas e outros produtos químicos não causa danos à saúde, não existindo pesquisas científicas conclusivas que atestem que a ingestão dessas substâncias em pequenas doses através dos alimentos, causem males à saúde.

No entanto, o que preocupa esses mesmos especialistas é o uso indevido e/ou abusivo desses produtos químicos por parte dos produtores, o que pode causar efeitos crônicos a longo prazo, como determinados tipos de câncer, diminuição da fertilidade (redução do número de espermatozóides) e até a má formação de fetos (esses efeitos foram observados em pessoas expostas a agrotóxicos, em sua maioria agricultores).

De acordo com o Instituto Biológico de São Paulo, o uso de agrotóxicos no Brasil inspira cuidados. Análises realizadas com o objetivo de medir a quantidade de defensivos agrícolas em vegetais, mostrou que os alimentos recordistas em resíduos são o morango e o tomate. Além disso, verificou-se casos de aplicação de pesticida em culturas para as quais o produto não foi autorizado. Por tudo isso, o Brasil foi incluído num relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como um país onde há exagero no uso de agrotóxicos.

Na agricultura orgânica, essas substâncias químicas passam longe. Em vez de utilizar fertilizantes artificiais, os produtores usam geralmente estrume esterilizado, farinha de peixe, de osso, humus de minhoca, adubo composto (que é produzido através de lixo orgânico), entre outros. Para controlar pragas e insetos, os agricultores lançam mão do controle biológico, ou seja, a utilização de insetos predadores, microorganismos e plantas que podem arrasar com pulgões, lagartas e moscas que atacam as plantações. As joaninhas, por exemplo, são inimigas dos pulgões, a bactéria Bacillus thuringiensis (BT) aniquila a lagarta da couve e plantas como o alecrim, calêndula e alfavaca-do-campo inibem, respectivamente, o aparecimento das bruxas da couve, do mosquito da ferrugem da cenoura e das cigarrinhas que atacam os feijões.

Vantagens e desvantagens dos orgânicos

Há apenas poucos anos, os alimentos orgânicos só podiam ser encontrados em lojas de produtos naturais ou em mercados e feiras de pequenos agricultores. Hoje, já é possível encontrá-los em grandes redes de supermercados, sendo comercializados junto a outros produtos convencionais. Além de alimentos de amplo consumo, como arroz, feijão, frutas, hortaliças, a agricultura orgânica está produzindo um pouco de tudo: desde erva-mate, castanha de caju, guaraná, até chocolate, vinhos e carnes, frangos e ovos que não contém nenhum tipo de hormônio.

Além de serem isentos de agrotóxicos, os alimentos orgânicos tendem a ser mais saborosos que os tradicionais. O brócolis, o morango e o tomate, por exemplo, teriam um sabor muito mais pronunciado que aqueles cultivados normalmente. Há quem diga que a carne de galinha, porco e boi que se alimentam ao ar livre (criados sem confinamento) e não recebem hormônios de crescimento também têm sabor diferente, em comparação com os criados “industrialmente”. Em geral, seriam carnes mais magras e mais saborosas.

Outro ponto que tem sido objeto de muita investigação, e que seria mais uma vantagem dos orgânicos, seria o fato desses alimentos apresentarem vantagens nutricionais. Embora ainda exista muita discussão a respeito desse assunto e não haja consenso científico sobre o tema, existem vários estudos sendo realizados na tentativa de provar que os produtos livres de agrotóxicos são também mais nutritivos que os convencionais.

Mesmo sabendo que a genética da planta, o clima, a irrigação e a época da colheita têm um impacto muito maior no conteúdo nutricional do que o tipo de fertilizante usado, natural ou artificial, existem estudos como o realizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Botucatu, mostrando que cenouras cultivadas sem agrotóxicos têm uma maior durabilidade (tempo de conservação é maior) e apresentam maiores teores de vitamina A e betacaroteno.

Outro estudo, este realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), irá comparar os teores de carotenóides de cenouras e alfaces plantados sem pesticidas no cinturão verde de São Paulo com aqueles cultivados de modo convencional. A intenção é utilizar amostras que vêm direto do produtor, já que de acordo com os pesquisadores as análises com amostras cultivadas em hortas experimentais não refletiriam necessariamente a realidade das plantações.

As duas principais “desvantagens” dos alimentos orgânicos dizem respeito à aparência e ao custo. Por serem cultivados naturalmente, geralmente esses alimentos tendem a ser menores e ao mesmo tempo, alguns também podem apresentar manchas na casca devido aos ataques de insetos. A cor também pode não ser uniforme e tão intensa quanto a alcançada através da utilização de corantes ou ceras (o que é feito em alimentos convencionais).

Por isso, sempre que você observar frutas e hortaliças perfeitos, brilhantes, sem um mínimo defeito, pode ter certeza que nesse alimento houve aplicação de agrotóxico. Já os preços, geralmente um pouco mais altos do que os convencionais, é tido como um empecilho para que boa parte da população tenha acesso a essa alternativa saudável. De acordo com os entendidos, os preços só devem diminuir quando a produção e o consumo aumentarem, mas já existem pesquisas mostrando que sete em cada dez pessoas pagariam até 30% a mais por produtos sem aditivos químicos, desde que não houvesse dúvidas sobre sua procedência (pesquisa do Instituto Gallup).

Como saber se um alimento é orgânico?

Se você pretende consumir alimentos orgânicos fique atento para não ser enganado. Procure sempre pelo selo de qualidade emitido por certificadoras reconhecidas pelo Ministério da Agricultura. São entidades como a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), o Instituto Biodinâmico (IBD), entre outros. Essas entidades, ao todo cerca de 30 em todo Brasil, avaliam se a produção do alimento segue os critérios estabelecidos pela agricultura orgânica. Para ganhar o selo, os produtores seguem várias precauções e têm suas lavouras fiscalizadas de seis em seis meses. A presença do selo garante, portanto, a procedência e a qualidade dos produtos.
Autor Jocelem Salgado
Fonte e-Campo orgânicos

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vendas de produtos orgânicos superam os 18 bilhões de EUROS em 2008 na Europa

As vendas européias de produtos orgânicos em 2008 aumentaram em 10 % comparados ao ano anterior perfazendo um total superior a 18 bilhões de EUROS. Exceto na Grã-Bretanha, onde o mercado cresceu só 1.8 %, os efeitos da crise econômica não foram ainda perceptíveis em outros países. A Suíça foi beneficiada com o crescimento de 11 %, com 0.9 bilhões de EUROS. Aproximadamente 80 % de vendas orgânicas dinamarquesas em 2008, que aumentaram em 28 % chegando notáveis 620 milhões de EUROS, são realizados no comércio varejista. O mercado na República Checa cresceu em 40 % (2007: 70 %).

Segundo a associação alemã, Bundesverband Naturkost Naturwaren (BNN) e a Herstellung und Handel de Berlim, e ainda a revista comercial alemã, BioHandel, o mercado alimentar orgânico cresceu em 1.5 % na primeira metade de 2009 na mesma área. O Centro de pesquissa do consumidor, Gesellschaft für Konsumforschung (GfK) em Nürnberg, na Alemanha, assume uma baixa de 4 % em todos os canais comerciais do mercado orgânico na primeira metade de 2009. O mercado até teve de aceitar uma perda de 6 %. Os preços caíram em 7 %. Uma razão possível do declínio em preços e vendas totais é que os clientes trocaram os produtos orgânicos por produtos convencionais mais baratos.

Os preços de produtos orgânicos no comércio varejista permaneceram basicamente estáveis na primeira metade de 2009. Os peritos atribuem isto à estrutura neste segmento comercial, que é tradicionalmente freqüentado por compradores intensivos convencidos e menos compradores ocasionais.

O número de Alemães que consideram a compatibilidade ambiental e social de certos produtos como muito importante deixou de lado a crise econômica global. Sem embargo, o desejo dos consumidores alemães permaneceu inalterado a um bom nível e, segundo o GfK, os clientes alemães estão aumentando os seus gastos em produtos ambientalmente e socialmente compatíveis todo o tempo, mesmo que comprador ocasional, freqüente ou intensivo. Assim há ainda uma tendência a corrigir o consumo.

O mercado orgânico na França cresceu 25 %, mais fortes do que nos anos passados, e em 2008 conseguiu 2.6 bilhões de EUROS pela primeira vez. O tamanho da área organicamente cultivada aumentou de 210,000 hectares para 580,000 hectares em um prazo de dez anos.

As áreas de conversão aumentaram em 36 % em só um ano e há 11 % mais fazendas orgânicas. Segundo a Agência semi pública BIO em Paris, 6 % da área agrícola devem ser cultivados em condições orgânicas antes de 2012 – três vezes mais do que hoje, e 20 % mais antes em 2020.

No início de agosto foi decidido dobrar a tarifa de subsídio as fazendas orgânicas como uma medida para promover especificamente a agricultura orgânica. Isto é baseado na Lei Grenelle, resultado de dois anos de debate social. O artigo 31 define objetivos claros da agricultura orgânica francês. O ato define aspectos como o plano de ação nacional de alterações climáticas e passa regulações de implementação específicas de segmentos como energia, transporte, resíduos e agricultura. Todas as medidas são destinadas para contribuir em direção ao desenvolvimento sustentável do país.

Fonte: http://en.greenplanet.net

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Estudos de Impacto de Alimentos Transgênicos em Animais

Em 2003 havia somente dez estudos que pesquisavam possíveis problemas de saúde relacionados aos transgênicos e que a qualidade de alguns desses estudos era inadequada. Mais da metade dos estudos foram feitos em colaboração com companhias detentoras da tecnologia e esses não encontraram nenhum efeito negativo do consumo de transgênicos no organismo.

Um estudo australiano publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, mostra que o consumo de ervilhas geneticamente modificadas produziu reações alérgicas em ratos de laboratório.

O único estudo de longo termo (24 meses) realizado por pesquisadores italianos encontrou que o consumo de soja transgênica Roundup Ready pode afetar órgãos do organismo, modificando a estrutura e funcionamento de células do fígado, pâncreas e testículos de ratos em laboratório.

Estudo feito pela Monsato indicou a diminuição no tamanho dos rins das cobaias que receberam milho transgênico Mon863. Outro efeito observado no estudo (citado abaixo pelos pesquisadores italianos) foi sobre o desenvolvimento do sangue. Os pesquisadores encontraram nas cobaias células vermelhas imaturas e em menor quantidade e mudanças na composição química do sangue.

Dois estudos britânicos, publicados na Nature Biotechnology e no British Journal of Nutrition um feito com seres humanos e outro com ovelhas, encontraram que genes inseridos em alimentos transgênicos foram encontrados posteriormente nas bactérias do intestino indicando migração do gene inserido.

Estudos publicados nos periódicos Lancet e Natural Toxins mostram que batatas transgênicas podem causar lesões na parede do intestino de ratos e camundongos. Dois estudos norte-americanos não publicados encomendados pelo FDA mostram que tomates transgênicos podem causar lesões no intestino de ratos.


Fonte: SOIL ASSOCIATION : http://www.soilassociation.org

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Produtos orgânicos na merenda escolar vai melhorar vida do agricultor e do município, diz secretário da Agricultura Familiar

O Senado Federal aprovou em maio deste ano, projeto de Lei que obrigará os Estados e Municípios a comprarem pelo menos 30% dos gêneros alimentícios destinados a merenda escolar, de agricultores familiares, a partir do próximo ano. A medida visa, além de ajudar os pequenos produtores locais, promover a alimentação saudável dos estudantes.

Segundo o vice- prefeito da Capital, Edil Albuquerque, que participou na manhã desta quarta-feira (18), juntamente com o Secretário Nacional de Agricultura Familiar, Araldo de Campos, da Feira de Orgânicos da Praça do Rádio Clube, Campo Grande não utiliza alimentos orgânicos na merenda escolar, o que vai mudar com a nova lei.

“Por enquanto, Campo Grande não utiliza nenhum % de produtos orgânicos na merenda escolar, mas quando começar o ano letivo vai usar, até porque nós também buscamos uma melhor qualidade na alimentação”, disse.

Segundo Edil, a Prefeitura terá que se preparar para quando a Lei entrar em vigor. “A Prefeitura vai contratar pessoal, comprar equipamentos e fazer um barracão para ser um centro de seleção de Alimentos” disse, sem informar números.

Produtos competivos

Todas as quartas-feiras, 27 pequenos produtores participam da Feira de Orgânicos da Capital, que acontece desde setembro deste ano. Com preços competitivos, eles vendem hortaliças, legumes e verduras frescas produzidas sem o uso de agrotóxicos.

Para Aroldo de Campos, que visitou a feira hoje, a área dos produtos orgânicos está crescendo muito, e só não aumenta por falta de oferta. “Em média no Brasil, a venda de produtos orgânicos por ano cresce 20%. Pouquíssimos produtos no mundo em todas as áreas crescem tanto”, disse ele, explicando que a comunidade está cada vez mais exigente, mas muitas vezes o preço é inacessível.

Segundo Aroldo, que veio à Capital discutir a questão dos produtos na merenda escolar, essa questão vai facilitar a vida do agricultor e do próprio município, já que a Lei dá prioridade para a compra de produtos locais.

O produtor Vanderlei Azambuja, que possui uma horta de 1 hectare no bairro Indubrasil, diz que já está aumentando para 6 hectares, “porque surgiu uma esperança maior”, referindo-se a feira e a merenda escolar.

Vanderlei contou que a renda mensal varia de R$1500 a R$1800 só com a venda de verduras. “A Prefeitura vai construir este Centro de Seleção, então agente não precisa se preocupar com isso, é só produzir que a Prefeitura vem buscar”, comemorou.

Já o cliente, José de Souza , de 76 anos, vem todas as quartas do bairro Tiradentes fazer as compras. “Esse espaço é muito bom, é ótimo. Pego a verdurinha fresquinha, o preço ta bom, ta barato, é até mais barato que no mercado”, disse ele, que levou R$5 em verduras que alimentará a família nos próximos quatro dias.

O vice-prefeito, Edil Albuquerque também fez compras. Levou R$ 18 em verduras e legumes, que segundo ele, alimentarão uma família de nove pessoas até a próxima semana.

Fonte: Capital News

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Senador Roberto Cavalcanti questiona liberação de arroz transgênico

A possível liberação da produção e da comercialização de arroz transgênico no Brasil foi criticada nesta quinta-feira (5), em Plenário, pelo senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB). O assunto, disse o parlamentar, está em análise na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), a pedido da multinacional Bayer, e vem sendo questionado, não apenas por instituições ambientalistas como o Greenpeace, mas também pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

- Ao liberarmos a comercialização dessa variedade, estaremos fazendo do Brasil uma espécie de cobaia - advertiu Roberto Cavalcanti, informando que protesto organizado pelo Greenpeace motivou o adiamento da votação do assunto pela CNTBio no último dia 15 de outubro, sob a alegação de que esse tipo de arroz não é plantado comercialmente em nenhum país do mundo, sendo utilizado somente para pesquisa.

Roberto Cavalcanti também manifestou preocupação com a ameaça representada pela variedade transgênica ao arroz vermelho, cuja semente orgânica é largamente utilizada na Paraíba como tradicional base da culinária da região. A contaminação de uma cultura pela outra tornaria a variedade transgênica dominante, explicou o parlamentar, a exemplo do que ocorre com a soja no Paraná, com prejuízos para a comunidade local.

- O assunto é tão sério que a Embrapa, a Farsul e a Federarroz têm criticado essa possível liberação do arroz transgênico - declarou o senador.

O representante da Paraíba salientou que, atualmente, a União Europeia responde por um terço das exportações brasileiras do agronegócio e suas exigências sobre a qualidade dos produtos brasileiros têm sido cada vez mais rigorosas.

- Se a variedade transgênica do arroz não é liberada na Europa, não seria difícil deduzir que encontraríamos serias dificuldades para colocar nosso produto naquele mercado - concluiu.

O parlamentar comparou ainda a situação do arroz transgênico com a da soja transgênica que, conforme reportagem publicada pela Revista Veja em agosto, "custa mais caro, produz menos e é comprada a preço menor", enquanto a soja convencional proporcionaria lucro 13% maior.

Ao encerrar o seu discurso, o parlamentar ressaltou que estudo publicado pela revista Scientific American revelou ser impossível a realização de testes fidedignos com transgênicos por cientistas independentes e questionou a validade dos testes feitos por empresas como a Bayer ou a Monsanto, diretamente interessadas na questão.


Fonte: Da Redação / Agência Senado

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Produtos orgânicos são lucrativos e ajudam ambiente

Agência da ONU quer oferecer a produtores do campo o treinamento necessário para produzir orgânicos de forma sustentável; indústria de bebidas e de alimentos do género movimentou o ano passado mais de US$ 50 mil milhões em todo o mundo.

O Programa da ONU para o Meio-Ambiente, Pnuma, lançou nesta terça-feira o primeiro curso de formação on-line voltado para a produção e a exportação de bens orgânicos.

Segundo o órgão, apenas no ano passado, a indústria de bebidas e de alimentos do género movimentou mais de US$ 50 mil milhões em todo o mundo.

Parceria:

O curso, promovido em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, vai oferecer a produtores do campo o treinamento necessário para produzir orgânicos de forma sustentável, reconhecendo os seus benefícios e seu potencial de lucro.

O Pnuma afirma que no Uganda, por exemplo, o cultivo do gengibre orgânico rende um lucro 180% maior que o do produto convencional.

Além de ser lucrativa para os trabalhadores rurais, a produção de orgânicos ajuda o meio-ambiente. De acordo com a agência, a plantação orgânica precisa de 20 a 56% menos energia do que a regular. A emissão de carbono na mesma comparação também cai de 48 a 60%.

Incentivo :

O Pnuma e o Unctad afirmam que esses produtos merecem incentivo porque contribuem para uma agricultura sustentável e para a garantia de segurança alimentar no futuro.

Os produtos orgânicos são obtidos sem a utilização de substâncias químicas que ajudam no seu crescimento de forma não natural.


Fonte: http://www.e-campo.com.br

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Toda vitamina tem uma função no organismo.


Os que costumam dormir mais tarde fazem um estoque de coisas para comer. Este arsenal é variado e sofisticado, porque todo insone tem bom gosto e é criativo. O cardápio tem sorvete, batata frita, amendoim, chocolate, biscoitos, brownie, sucos e outras iguarias. Estar acordado, enquanto todos dormem, já é um sinal de que os níveis de serotonina (neurotransmissor) estão baixos, comer é a confirmação. Outros fazem este ritual durante o dia: são os boca-aflita. Não sabem ficar com a boca parada. Quando não estão comendo nada, estão mascando chiclete ou chupando uma balinha, de preferência diet. Comer é um antídoto para muitas situações, para muitos desajustes metabólicos e hormonais. Não comer ou não sentir fome fora do horário das refeições é normal quando estamos bem alimentados e equilibrados metabolicamente. Nas situações de estresse há uma grande alteração bioquímica e perda considerável de neurônios (células nervosas). Não adianta dar balinhas, refrigerante etc., que o máximo que o organismo irá fazer é energia, que, se não for usada, será estocada na forma de gordura. Temos que pensar bem antes de levar estes alimentos à boca! Os alimentos naturais contêm substâncias que trazem benefícios para a saúde, inclusive para o padrão de sono e o humor. Quanto menos processado for o alimento, maior quantidade de vitaminas e minerais ele detém. Toda vitamina tem uma função no organismo. A falta pode causar doenças graves e todo alimento natural contém um nutracêutico (substância capaz de nutrir) importante. Daqui a alguns anos quando todos os nutracêuticos forem isolados poderemos fazer um supermercado com os alimentos para uma doença específica. É para lá que estamos caminhando e, enquanto isso, pretendo, nesta coluna, falar sempre de um alimento funcional, para que, ao abrir a geladeira à noite, este alimento possa ser lembrado.

Fonte: Revista Orgânica

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Empresas verdes são possíveis?

A principal característica de uma empresa que se diz comprometida com o meio ambiente é “comprometer-se em tornar ecologicamente sustentáveis 100% de seus produtos num futuro próximo”, enfatiza Elisabeth Laville, professora da École des Hautes Études Commerciales, Paris. Se as empresas não tornam seus produtos ecologicamente sustentáveis, “não causam impactos reais sobre as questões ambientais que estão tentando resolver”. Para ilustrar, ela cita a produção automobilística mundial: “atualmente, apenas 12% do impacto sobre a mudança do clima em nível global causada pela indústria automobilística estão relacionados com as fábricas e 80% estão relacionados com os próprios carros”.

Experiente na questão da responsabilidade socioambiental corporativa, Elisabeth esteve no Brasil lançando o livro A empresa verde (Editora Õte, 2009), reeditado pela terceira vez na França, e concedeu a entrevista, a seguir, à IHU On-Line por e-mail. As empresas devem adotar uma abordagem de “sustentabilidade 2.0”, diz ela, o que significa não só assumir compromissos em relação a seus processos e sistemas internos, adotando uma abordagem de prevenção de riscos, mas ir além e tomar “a iniciativa de mudar seus produtos e serviços a fim de torná-los todos ecologicamente mais responsáveis”. Para isso, reitera, “teremos de nos concentrar em redesenhar os produtos, por exemplo, em fazer o ecodesign no upstream a fim de reduzir o impacto dos produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, mas também, em alguns casos, trabalhar na substituição do produto por um serviço que possa ser prestado sem consumir mais recursos naturais e gerar mais lixo”.

Elisabeth Laville é uma das fundadoras da Graines de Changement, que aborda temas como consumo responsável e os impactos da alimentação humana sobre o ambiente.

Fonte: Portal do Orgânico

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Você é o que você come!

“O homem evoluiu tecnologicamente para ter melhor qualidade de vida. Mas onde ele chegou em termos de qualidade nutricional e de vida?”

Terra + Homem = Nutrição de Qualidade

Alimentos orgânicos têm como princípio o cultivo sem insumos químicos, o equilíbrio entre a natureza e o homem; o resgate do ciclo da vida. Nesse tipo de cultivo, estão proibidos agrotóxicos sintéticos, adubos químicos e sementes transgênicas. Animais são criados sem uso de hormônios de crescimento, anabolizantes ou antibióticos, em muitos casos são tratados com homeopatia e fitoterapia. Para obter o selo de certificação, a produção deve obedecer às regras de manejo do solo, água e plantas, garantindo a saúde do homem, a manutenção de recursos naturais e boas condições de trabalho à equipe colaboradora. A nutrição da planta está diretamente relacionada com a nutrição do solo. Para garantir os níveis adequados de nutrientes em um alimento, é necessário o manejo correto e equilibrado do solo. Há décadas, o conceito capitalista iludiu o homem e empobreceu a terra. Quanto maior a pressão para produção em escalas comerciais, maior a ilusão do retorno financeiro e maior a degradação das áreas. A falta de rotatividade de cultivo e a super utilização do solo, comprometeram a composição nutricional original dos alimentos. A deficiência de micronutrientes fornecidos pelos alimentos e o estresse emocional levaram à desnutrição camuflada, quando as pessoas estão aparentemente saudáveis, mas fisiologicamente não. O resultado é a busca da complementação desses micronutrientes através de fórmulas ou cápsulas. A diferença é que uma cápsula não consegue repetir o modelo do alimento inteiro, fazendo com que a absorção esperada de determinados nutrientes seja prejudicada. Por isso, mesmo com todos os suplementos e complementos, é crescente o número de doenças degenerativas e relacionadas à baixa do sistema imunológico. O alimento orgânico trouxe uma melhora na qualidade do solo e do alimento. O orgânico resgata a qualidade nutricional do alimento porque garante manejos adequados, respeita o tempo de crescimento para cada espécie e protege o solo.

Fonte: Revista Orgânica

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Valor Nutricional de Orgânicos

Um estudo de 10 anos comparando tomates orgânicos versus convencionais sugere que os orgânicos têm quase o dobro de antioxidantes chamados flavonóides que protegem o coração. De acordo com o estudo, níveis aumentados de quercetina e campeferol foram encontrados numa média de 79% e 97% , respectivamente, nos tomates orgânicos. O artigo foi publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

Pesquisa feita com framboesas, morangos e milho de origem orgânica, pesquisadores encontraram um acréscimo de 20 a 58% de flavonóides nesses alimentos.

Em Março de 2007, três projetos de pesquisa europeus revelaram que tomates, pêssegos e maçãs processadas orgânicos têm melhor valor nutricional que os convencionais. Os tomates orgânicos têm maior teor de material seca total, açúcares totais, vitamina C, B - caroteno e flavonóides. Os pesquisadores recomendam tomates orgânicos como parte de uma dieta saudável capaz de prevenir câncer.

O estudo francês encontrou que pêssegos orgânicos têm maior conteúdo de polifenol no momento da colheita e conclui que o manejo orgânico apresenta efeitos positivos no sabor dos pêssegos. O estudo polonês encontrou maior quantidade de substâncias bioativas - fenóis, flavonóides e vitamina C - em purê de maçã orgânico comparado com as conservas convencionais.

Kiwis orgânicos têm maior nível de vitamina C e polifenóis e, conseqüentemente, maior atividade antioxidante. Além disso, pesquisadores da University of California Davis que fizeram a pesquisa afirmam que todos s constituintes minerais são mais concentrados no kiwi orgânico comparado ao convencional.

Estudo apresentado no encontro da American Chemical Society mostra que laranjas de origem orgânica contêm até mais de 30% de vitamina C que as de origem convencional.

Leite de origem orgânica contém 68% mais ácido graxo essencial ômega-3 de acordo com pesquisadores da University of Liverpool. A pesquisa foi publicada no Journal of Dairy Science também mostrou a superioridade do leite orgânico com relação a quantidade de vitamina E e de antioxidante B-caroteno. Carne de animais criados a pasto (manejo orgânico) tem maior quantidade de ácidos graxos essenciais polinsaturados ômega -3 e menor taxa de ácidos graxos saturados do que animais criados com grãos e rações. Resultados similares foram encontrados para frangos criados organicamente (38% mais ômega-3 que em frangos convencionais). Além disso, a carne dos frangos foi considerada mais saborosa e uma melhor alternativa de produção devido às condições de bem- estar animal e qualidade do produto. Os estudos foram publicados no Meat Science Journal.

Outro estudo feito com frangos orgânicos mostram que esses apresentam 25% menos gordura total do que os frangos criados de forma intensiva em granjas. A pesquisa foi realizada no Institute of Brain Chemistry and Human Nutrition na London Metropolitan University.

Frutas e verduras avaliadas nos EUA contém menor teor de vitaminas e minerais do que há 50 - 60 anos atrás segundo pesquisa da University of Texas. Os pesquisadores foram unânimes em afirmar que ao optar por vegetais orgânicos o consumidor ingere maior quantidade de micronutrients e de antioxidants.

Uma revisão de 41 estudos apresentado no The Journal of Alternative and Complementary Medicine comparando alimentos orgânicos e convencionais encontrou entre os orgânicos um aumento na taxa de 21 nutrientes analisados. Entre os nutrientes pesquisados estão o ferro, o magnésio, o fósforo e a vitamina C.

Fontes: SOIL ASSIOCIATION : http://www.soilassociation.org/ Traduzidos e revisados por Dra. Elaine de Azevedo

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Preocupação com saúde leva consumidor a optar por orgânicos, afirma pesquisadora

Produtos agrícolas cultivados sem defensivos químicos vêm ganhando o mercado brasileiro e conquistando outros países. Entre agosto de 2006 e setembro de 2008, o Brasil exportou 37 mil toneladas em produtos orgânicos.

Sabor atraente e maior teor nutricional, aliados a técnicas de cultivo que ajudam a preservar o meio ambiente, são os principais motivos que levam o consumidor a dar preferência ao alimento orgânico. A afirmação é pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Neide Botrel Gonçalves, doutora em ciência dos alimentos.
“A escolha do produto orgânico tem sido feita principalmente pela maior preocupação com a saúde. Em segundo lugar, pela prevenção do meio ambiente e, por último pela questão da qualidade sensorial, que é o sabor.”

A especialista explica que pesquisas da Embrapa têm constatado que esses produtos conquistam os consumidores por serem mais saborosos e frescos do que os cultivados da maneira convencional. “De acordo com os consumidores, eles apresentam maior firmeza e quantidade de suco em algumas frutas”, revela.
O valor nutricional dos produtos livres de agentes químicos também é alvo de estudos da Embrapa. A pesquisadora afirma que nos alimentos produzidos a partir de técnicas de plantio orgânico foi verificado um maior teor de matéria seca, o que revela também um menor índice de nitrato, substância que pode se tornar cancerígena se for ingerida em alto teor.
“Essa matéria seca confere maior resistência ao produto, maior teor de fibra e menor teor de nitrato, que é encontrado em altos índices nos alimentos produzidos com agentes químicos”, conta.
Outro fator que leva o consumidor a optar por orgânicos é a durabilidade. Estudos da Embrapa revelam que esses produtos apresentam maior resistência quanto ao armazenamento, por conterem substâncias que ajudam a prevenir contra ataque de microorganismos. “Com isso, [os orgânicos] são menos suscetíveis a ataques de fungos e bactérias”, esclarece Neide.
Segundo Neide, ainda há pouco espaço para estudos sobre produção orgânica no país. No entanto, diversas pesquisas estão em andamento e deverão ser divulgadas logo. “Ainda tem muita coisa para divulgar. Existem várias unidades da Embrapa que estão concentrando seus esforços nessa questão dos orgânicos”, afirma a pesquisadora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Adubação verde pode ajudar no sequestro de carbono, redução do efeito estufa e do desmatamento



"Sequestro de carbono", emissão reduzida de gases para a atmosfera, contribuição à redução do efeito estufa e do desmatamento pelo uso racional de áreas cultivadas, por exemplo, em integração lavoura pecuária. Essa é uma das principais vantagens que o agricultor pode esperar da adubação verde, segundo boletim técnico lançado recentemente pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), ambas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A publicação "Adubação Verde no Estado de São Paulo" foi proposta pela Comissão Técnica de Agricultura Ecológica da Secretaria e o texto é de autoria dos pesquisadores Elaine Bahia Wutke (Instituto Agronômico - IAC), Paulo Espíndola Trani (IAC) e Edmilson José Ambrosano (Pólo Apta Centro Sul) e do engenheiro agrônomo Mário Ivo Drugowich (Divisão de Extensão Rural - Dextru/Cati). Segundo os autores, a adubação verde foi incluída, a partir de 2000, em projetos específicos em microbacias hidrográficas, viabilizados pela Cati com recursos do Banco Mundial (Bird) e do Tesouro do Estado.

A técnica "foi incentivada como estratégia de aumento da cobertura do solo, de controle do escoamento superficial, de proteção ao ambiente e de otimização da produtividade agrícola sustentável. Outra evolução constatada foi a utilização de mistura ou ´coquetel´ de gramíneas com leguminosas, objetivando mais durabilidade do material orgânico no solo e liberação dos nutrientes de forma mais sincronizada para as plantas em sucessão."

Em 2005/2006, foi iniciado em São Paulo o convênio entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), IAC e a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). O trabalho é executado em pólos regionais para a produção orgânica de sementes de crotalária júncea (Crotalaria juncea L.), cv IAC-1, guandu [Cajanus cajan (L.) Millsp.] cv IAC-Fava Larga e mucuna-preta (Mucuna aterrima) cv Comum, que seriam distribuídas aos agricultores em todo o País.

Os técnicos da Apta e da Cati esperam que a utilização constante da adubação pelo menos mantenha "elevada produtividade por unidade de área, com conseqüentes melhorias no ambiente e na qualidade de vida, com manutenção e valorização dos empregos no meio rural, com contribuição efetiva na otimização do retorno econômico ao agricultor e com garantia da sustentabilidade e da biodiversidade na propriedade agrícola."

Também prevêem "utilização adequada dos adubos verdes em aspectos de biorremediação dos solos cultivados, de caracterização e avaliação de qualidades tecnológicas e nutricionais utilizáveis na medicina, fitoterapia, fabricação de cosméticos e até como possíveis fontes energéticas renováveis."

Outras vantagens gerais da adubação verde para o agricultor são a otimização da produtividade e do lucro na propriedade; preservação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade; proteção, recuperação e manutenção dos solos cultivados; ciclagem dos nutrientes, adição de nitrogênio pelas leguminosas e manutenção da matéria orgânica do solo; aproveitamento mais adequado e racional dos insumos; utilização de algumas espécies na alimentação humana e animal; efeitos de quebra-ventos ou de arborização em culturas perenes em formação; utilização como possíveis fontes energéticas renováveis, como de biodiesel, possibilitando a redução de pressão por novas áreas de produção; e utilização no controle de nematóides do solo e de plantas daninhas.

O boletim técnico foi editado pelo Centro de Comunicação Rural da Cati (Cecor). Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3743-3858. (Texto: Assessoria de Comunicação da Apta)

Fonte: Assessoria de Comunicação da Apta

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Produção certificada de alimentos é destaque em 2009

A certificação dos produtos agropecuários no Brasil foi destaque das ações da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2009. As atividades nas áreas de alimentos orgânicos, produção integrada e armazenagem marcaram os avanços na qualidade dos alimentos produzidos no País.

Este ano, foram assinadas três instruções normativas para a regulamentação dos produtos orgânicos, estabelecendo as normas técnicas para a produção agropecuária, comércio e transporte dos produtos processados. Além disso, foram estabelecidas as regras para certificar o extrativismo sustentável orgânico e os mecanismos de controle e informação da qualidade desses produtos. Também foi estabelecido o Sistema Nacional de Certificação de Unidades Armazenadoras, que fixa as regras e procedimentos de gestão para qualificação e habilitação de armazéns.

O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero, avaliou as ações que consolidaram o processo de certificação de alimentos e armazenagem.

Portocarrero explicou que o Brasil segue a tendência do mercado internacional que exige qualidade e procedência de alimentos.

Que avaliação o senhor faz das ações da SDC em 2009?

Portocarrero - A grande ação da SDC foi instituir e oficializar mecanismos legais para certificação em várias áreas. Esta é uma tendência mundial e os governos têm instituído regras de certificação de processos e produtos. O consumidor quer saber como o alimento foi produzido e manipulado, desde o plantio até a prateleira do supermercado, dentro das regras de boas práticas agropecuárias e respeito à legislação sanitária e trabalhista, além da preocupação em preservar o meio ambiente.

Como funcionam os processos de certificação no Ministério da Agricultura?

Portocarrero - Ao Mapa cabe auditar, instituir regras e fiscalizar. Quem certifica são entidades privadas credenciadas pelo Instituto Nacional Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro).

Quais os avanços no controle dos produtos orgânicos?

Portocarrero - Este foi o ano da normatização, estamos expedindo as normas para as diferentes culturas. Os produtores orgânicos terão à disposição todo o aparato legal e ao mesmo tempo poderemos excluir do mercado o falso produtor. Teremos estatísticas, controle e certificação. Poderemos abrir mercado para os orgânicos com a chancela do Ministério, mas a certificação será realizada por entidades privadas.

E os produtos convencionais? Qual é a certificação do Mapa?

Portocarrero - São alimentos incluídos na Produção Integrada (PI) que atendem regras de respeito ao meio ambiente, uso de tecnologias de boas práticas, respeito às leis trabalhistas e regras sanitárias. Hoje, além da produção integrada de frutas, o Brasil já tem normas para carne, leite e outros produtos. Além disso, em 2009 foi lançado o livro de Produção Integrada que é a consolidação do processo e informa ao mundo que o Brasil possui regras para a produção de alimentos certificados.

Este ano os armazéns de grãos também terão que se adaptar às regras para certificação. Qual importância para o consumidor?

Portocarrero - Teremos produtos com mais qualidade e diminuindo o grande problema no País que é o desperdício. Os armazéns serão cadastrados e certificados pelo Mapa dentro das regras estabelecidas obedecendo aos padrões de qualidade para garantia do produto final.

Fonte: MAPA

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Biofach 2009 - Feira de produtos orgânicos reflete crescimento do setor

A expansão do mercado de produtos orgânicos no Brasil se reflete no crescimento da Biofach, uma das maiores feiras do ramo, aberta hoje (28), em São Paulo. Segundo a coordenadora do evento, Rosina Cordeiro, a primeira edição da feira, em 2003, contou com 80 expositores, número que chegou a 300 este ano. "Antigamente, ninguém sabia o que era orgânico, mas hoje em dia está ficando uma coisa mais popular."

Para o diretor da certificadora IBD, José Pedro Santiago, os produtos produzidos sem agrotóxicos e sem agressão à natureza estão deixando de ser um mercado específico e passando a ser um grande negócio. Ele baseia a sua avaliação no aumento da procura pela certificação que garante o selo de orgânico aos produtos.

"Há um conjunto de fatores que está alavancado a agricultura orgânica, apesar das crises", avaliou Santiago. Na opinião dele, as preocupações com as mudanças climáticas, o aumento da divulgação na imprensa e uma maior atenção por parte do governo,são alguns dos fatores esponsáveis pelo crescimento do setor.

Nesse contexto, eventos como a Biofach buscam aproximar os produtores das oportunidades de negócios com possíveis revendedores, como redes de supermercados e lojas especializadas. A Biofach é realizada simultaneamente e no mesmo espaço da ExpoSustentat, feira de produtos produzidos de forma sustentável.

A possibilidade de conseguir um contrato com uma rede varejista trouxe Francisco José do Rio Grande do Norte para a feira em São Paulo. Ele explicou que conseguir negociar diretamente com um distribuidor para o mel em bisnaga e sachê pode garantir uma renda melhor aos 300 sócios de sua cooperativa. No modelo atual, eles vendem em grande quantidade para um atravessador que coloca o produto em recipientes menores e revende para o varejo. "Queremos agregar mais preço nos nossos produtos. Quando a gente vende nesses baldes de 25 quilos, eles saem um pouco baratos. A gente vendendo nesses frascos menores, ele sai num preço bem melhor para nós".

O mel de Francisco está exposto no estande Caatinga-Cerrado, que reúne 20 cooperativas, duas redes de cooperativas e duas empresas. De acordo com assessor técnico do projeto, Luiz Carlos Rebelatto, a estrutura representa diretamente 7 mil famílias de 13 estados. Segundo ele, no ano passado o estande com produtos provenientes dos dois biomas gerou cerca de R$ 2 milhões em negócios.

A Ecobio está participando da Biofach com duas estandes.

Fonte: Agência Brasil - por Daniel Mello

Feijão Fortificado



Qual o melhor alimento, o mais saudável? Na feira ou no mercado, essas são perguntas que todos fazem. Difícil decidir. Para ajudar na escolha, o Globo Repórter pediu que 12 centros de pesquisa em nutrição de universidades do país escolhessem os alimentos mais saudáveis para o brasileiro. Cada entidade enviou uma lista com dez itens.


Participaram as universidades federais de São Paulo (Unifesp), Minas Gerais (UFMG), Rio de Janeiro (UFRJ), Brasília (UnB), Maranhão (UFMA), Pernambuco (UFPE), Rio Grande do Norte (UFRN) e Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul.
Da consulta, surgiram 12 listas diferentes, mas com muitos alimentos em comum. O resultado revela uma grande preocupação dos pesquisadores brasileiros em indicar alimentos simples, tradicionais e saudáveis.


"É possível ter uma alimentação equilibrada do ponto de vista nutritivo, que atenda a nossos padrões culturais de alimentação, que seja saudável e de baixo custo", assegura a nutricionista Elizabeth Accioly, da UFRJ.


Os 12 mais votados foram:
1º lugar: feijão
2º lugar: arroz
3º lugar: leite
4º lugar: laranja
5º lugar: peixe
6º lugar: couve, carne vermelha, banana e milho
7º lugar: tomate, pão e mandioca


Quem nunca ouviu falar, quando era criança, que para quer crescer e ficar forte tem de comer feijão? Agora, os cientistas confirmaram que o prato de que todo mundo gosta é também o mais saudável.


A nutricionista Ana Vládia Moreira, pesquisadora da UFRN, estudou o feijão em laboratório e descobriu que ele pode ser mais bem aproveitado – até por quem segue dietas com restrições, como os hipertensos. A pesquisa mostrou que estamos perdendo a riqueza do grão na cozinha, na hora do preparo.


O feijão nosso de cada dia é uma unanimidade entre os brasileiros. A professora Ana mostra como esse feijão pode ficar ainda mais saudável, mais nutritivo, sem mexer muito na receita que os brasileiros conhecem.


"Primeiro, não é preciso aquele molho de um dia para o outro. Basta selecionarmos os grãos do feijão e adicionarmos de quatro a cinco proporções de água", diz Ana.


O feijão vai para a panela de pressão. Quando começa a ferver, fica mais dois minutos e pronto.
"Uma hora em repouso na água quente é suficiente para que o feijão fique bem macio", afirma a pesquisadora.


Na receita tradicional, a água em que ele fica de molho é jogada fora e, junto com ela, perdemos vitaminas do complexo B, muito importantes para que o corpo absorva bem os alimentos.
"Elas ajudam as calorias a entrarem melhor nas nossas células, a proteína ser bem utilizada nos músculos, as gorduras serem bem utilizadas. Otimizam nosso organismo, podemos falar assim. O metabolismo vai funcionar melhor com essas vitaminas", diz Ana.


Enquanto o feijão descansa, é preparado o tempero que vai dar sabor ao prato. "Você concentra mais fazendo um refogado à parte e adicionando depois de uma hora", orienta a pesquisadora.


O tempero pode variar de região para região do país. A receita preparada por Ana leva alho, cebola e tomate. Mas duas pequenas mudanças vão fazer toda a diferença nesse novo feijão.
"O diferencial é a adição do sal de ervas e da farinha de linhaça", revela a pesquisadora.


A farinha de linhaça é um pó feito da semente da linhaça. É só bater no liquidificador. Pesquisas mostram que as fibras estão mais presentes na farinha do que nos grãos de linhaça e que o cozimento não é prejudicial – ao contrário, torna os poderes da linhaça ainda mais ativos. "As pessoas acham que, ao ser aquecida, a linhaça perde ômega 3, perde seu potencial antioxidante e fibra. Pelo contrário, aquecer aumenta – e muito, em até 45% – o potencial antioxidante da linhaça, aumenta a disponibilidade das fibras", assegura Ana.


A pesquisadora garante que o preparo do sal de ervas é bem simples. "Basta você utilizar o próprio sal de cozinha", orienta.


O sal de ervas é feito assim: são quatro porções, em quantidades iguais, de alecrim, manjericão, orégano e sal comum. É ideal para quem precisa diminuir o uso do sal e manter a pressão controlada, sem perder o gostinho do feijão. A mistura pode ser usada em qualquer alimento.
A pesquisadora lembra a reação de quem experimentou o sal de ervas no peixe: "'Nossa, professora, nosso peixe ficou muito mais gostoso. E é tão simples de fazer! Eu fui ao médico, e ele me falou que a minha hipertensão reduziu bastante'. É muito bom saber que isso é um detalhe que você sugere".


Para terminar, feijão e tempero são fervidos juntos por mais meia hora. A mistura tem também ação antiinflamatória e combate o envelhecimento.


A farinha da linhaça deixa o molho mais grosso, encorpado. Numa creche em Natal tem feijão quase todo dia. Uma pesquisa realizada em várias capitais brasileiras mostrou que, em Natal, o índice de crianças com anemia estava bem abaixo da média do país. "Se estimamos que a prevalência de anemia no nosso país chega em torno de 30% até 60% em algumas regiões, o que é considerado muitíssimo elevado, a nossa foi em torno de 17%. Comparativamente, podemos dizer que atingimos percentuais muito pequenos", diz o nutrólogo Hélcio Maranhão, da UFRN.


A explicação pode estar na boa alimentação e na preferência nacional: o feijão, rico em ferro, que combate a anemia.


Os gêmeos Mateus e Lucas chegaram à creche bem fraquinhos, há quatro anos. Não tinham apetite, pareciam abatidos. Agora, a mãe deles, a diarista Ana Maria do Nascimento, não tem do que reclamar. Depois de um dia inteiro na creche, os meninos ainda têm muita energia para brincar.


Em círculos, é muito mais difícil saber quem é quem. Até dona Ana Maria erra às vezes. A mãe conta que toda energia veio depois que eles entraram para a creche. "Eu deixava eles com uma pessoa tomando conta. Não sei se eles comiam direito. Eles melhoraram no peso. Alegria em dobro, são meus pingos de ouro", comemora dona Ana Maria.


Energia, vivacidade. Crianças que não têm anemia são mais espertas, ao contrário daquelas que não absorvem direito o ferro. "O rendimento escolar se torna prejudicado. É uma criança que não brinca, apática, que se cansa facilmente. Então, isso traz muito prejuízo ao desenvolvimento", descreve Hélcio Maranhão.


E mais uma recomendação importante: para absorver o ferro do feijão, tanto crianças quanto adultos precisam comer uma fruta ou tomar um suco que tenha vitamina C na mesma refeição. "No dia do feijão, a gente sempre coloca uma fruta cítrica para melhorar a absorção de ferro", conta a nutricionista Elisângela Teixeira. Será que é por isso que as sábias cozinheiras servem sempre uma laranja para acompanhar a nossa tradicional feijoada?

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Segundo estudo francês, orgânicos são mais nutritivos

Um novo relatório da Agência Francesa para a Segurança dos Alimentos (AFSSA) concluiu que alimentos orgânicos são melhores para a saúde e contém menos pesticidas e nitratos, que têm sido ligados a uma série de problemas de saúde incluindo diabetes e mal de Alzheimer.

Andre Leu, Presidente da Federação Orgânica da Austrália, disse que a avaliação crítica, exaustiva e atualizada sobre a qualidade nutricional dos alimentos orgânicos indica que eles têm taxas mais elevadas de minerais e antioxidantes.

"O estudo da AFSSA foi publicado na revista científica Agronomy for Sustainable Development, uma publicação reconhecida cujos conteúdos são revisados por pares, o que assegura que ele apresenta padrões científicos rigorosos", disse Leu.

Os principais apontamentos do estudo da AFSSA são os seguintes:

1. Produtos de plantas orgânicas contêm mais matéria seca (maior densidade nutricional)

2. Têm níveis mais altos de minerais;

3. Contêm mais antioxidantes como os fenóis e o ácido salicílico (conhecido por proteger contra cânceres, doenças do coração e muitos outros problemas de saúde);

4. Há poucos resultados documentados sobre níveis de carboidratos, proteínas e vitaminas;

5. 94-100% dos alimentos orgânicos não contêm nenhum resíduo de agrotóxicos;

6. Vegetais orgânicos contêm muito menos nitratos, cerca de 50% menos (altos teores de nitrato estão ligados a uma série de problemas de saúde incluindo diabetes e mal de Alzheimer)

7. Cereais orgânicos contém níveis similares de micotoxinas em relação aos convencionais.

Em 2001, a AFSSA estabeleceu um grupo de especialistas para desenvolver uma avaliação crítica e exaustiva da qualidade nutricional e sanitária dos alimentos orgânicos.

A AFSAA diz que seu objetivo foi alcançar os mais altos padrões de qualidade científica em sua avaliação. Os artigos científicos selecionados para análise se referem a práticas agrícolas bem definidas e certificadas, e apresentaram as informações necessárias sobre desenho da metodologia, parâmetros de medidas válidos e amostragens e análises estatísticas válidas.

Depois de mais de dois anos de trabalho envolvendo cerca de 50 especialistas de todas as áreas específicas incluindo a agricultura orgânica, o consenso final do relatório foi publicado em língua francesa em 2003.

O relatório publicado na revista científica, em inglês, é na verdade um resumo deste estudo, e outras partes relevantes têm sido publicadas desde 2003.

As conclusões deste estudo são diferentes das que foram recentemente apresentadas pela Agência de Qualidade de Alimentos do Reino Unido, que foi amplamente criticado por especialistas internacionais pelo uso de metodologia falha e conclusões que contradizem seus próprios dados (ver Boletim 452 - 1. Pesquisadores concluem que orgânicos não trazem benefícios à saúde. Será mesmo?).


Fonte: Food Magazine

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A educação do consumidor orgânico

A falta de conhecimento e de disseminação de conceitos coerentes que definem o que é uma dieta saudável, ainda leva a muitos erros alimentares e ao fortalecimento da produção convencional de alimentos.

Os consumidores, sejam eles leigos ou especialistas da área da saúde, carecem de informação.

Não existe um conhecimento disseminado na área da saúde dos problemas causados pelos agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, produtos irradiados, drogas veterinárias, sementes transgênicas e aditivos sintéticos.

O profissional da saúde ainda desconhece o amplo conceito do alimento orgânico e sua relação com a saúde do consumidor e acaba focando em dietas restritivas e suplementos vitamínicos e minerais, em detrimento de uma dieta integral e equilibrada em todos os nutrientes, dentro de um contexto amplo de qualidade de vida que inclui exercício físico, cuidados com o nível de estresse e com os aspectos emocionais, restrição de fumo e álcool.

Por sua vez, em função do desconhecimento, o consumidor rechaça certos produtos em função do preço, da aparência ou de sabores padronizados. Não se pode exigir a padronização de sabores, cores ou formas de alimentos e nem mesmo a constância da produção dentro da Agricultura Orgânica.

O preço que pagamos por nossos seguros de saúde poderia ser mais bem investido na qualidade da nossa dieta.

Uma alimentação saudável ou "natural" ainda é associada a muito trabalho, grandes dificuldades de obtenção e preparo, a alimentos e complementos exóticos e também a modelos alimentares alternativos, como o vegetarianismo e a macrobiótica.

O consumo de complementos alimentares, fibras e toda sorte de cápsulas de minerais ou vitaminas, sintéticas ou naturais também se popularizou na "indústria do natural" que foge da proposta do consumo de alimentos integrais orgânicos. Na verdade essa necessidade intensiva de suplementação (e as carências vitamínicas e minerais) só ressalta a pobreza do solo e a ineficiência da alimentação industrializada e convencional de oferecer os nutrientes que necessitamos para ser saudáveis.

Alimentos hidropônicos, produzidos sem contato com a terra num caldo concentrado de adubos nitrogenados, sucos asiáticos e iogurtes milagrosos, proteína e extratos de soja industrializados e alimentos suplementados, desnatados, light e diet são também erroneamente associadas a uma dieta saudável.

A influência dos meios de comunicação social sobre os indivíduos, principalmente sobre crianças é outro grande problema. A mídia encontra-se, muitas vezes, a serviço de grandes industrias de alimentos que querem ter a garantia de que seus produtos sejam vendidos, independentes da sua qualidade.

É preciso disponibilizar informações precisas através da rotulagem informativa dos produtos alimentares orgânicos, de palestras de educação nutricional e campanhas institucionais e governamentais, veiculadas por um tipo de marketing educativo que sensibilize e conscientize o consumidor. Essas ações conjuntas têm um papel relevante na consolidação e profissionalização da Agricultura Orgânica.

Torna-se de fundamental importância capacitar e sensibilizar o consumidor de produtos orgânicos, pois ele constitui-se em um dos principais elos da cadeia produtiva agroecológica e tem papel central na definição e na disciplina do mercado de alimentos.

Segundo a antropóloga Karen Karam, o consumidor desconhece o processo que envolve o sistema de produção orgânico, as repercussões na saúde humana e os elementos que lhe permitem diferenciar sobre os inúmeros produtos "naturais", entre outras designações, oferecidos no mercado. Isso poderá resultar na ampliação de consumo de produtos mais saudáveis e na expansão das atividades econômicas da agricultura sustentável.

A liberdade de escolha tem sua base no acesso ao conhecimento por isso informações consistentes referentes aos benefícios dos orgânicos para a saúde humana, social e ambiental devem ser veiculadas junto aos produtos, nos rótulos, nas feiras, nos supermercados, nos restaurantes, nos consultórios e nos diferentes meios de comunicação para que o consumidor, sensibilizado e informado, possa fazer suas opções com consciência.

Dra. Elaine de Azevedo
http://www.portalorganico.com.br/

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Produtores querem Copa de 2014 com alimentos orgânicos

Empresários e agricultores de produtos orgânicos vislumbram na Copa do Mundo de 2014 uma ótima oportunidade para o setor. Partindo dessa ideia, vão solicitar à organização do evento e ao governo federal a inclusão de alimentos orgânicos no cardápio servido durante a competição.

Segundo Maria Beatriz Costa, uma das organizadoras das Feiras BioFach América Latina e ExpoSustentant, o governo federal mostrou estar ao lado dos produtores. Maria Beatriz afirma que a iniciativa pode alavancar o consumo dos alimentos ambientalmente sustentáveis no Brasil, hoje estimado em R$ 1,6 bilhão ao ano. Atualmente, cerca de 70% da produção nacional do setor é exportada. Dessa forma, o Brasil é responsável por aproximadamente 1,75% do mercado mundial de orgânicos. O mercado brasileiro de orgânicos cresce cerca de 20% por ano.


Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


Estudo mostra que pipoca faz bem ao coração





Com manteiga e sal, pipoca é fatal à saúde. Para quem não vive sem, uma pesquisa revela: é possível saborear a guloseima de forma saudável.


Pipoca é quase uma unanimidade. Petisco preferido de muitas gerações e companheiro inseparável no cinema. Agora a pipoca vem com um certificado científico que garante: ela faz muito bem à saúde.


Segundo um estudo da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, o grão integral é rico em fibras e antioxidantes, que fazem bem ao coração. O professor Keith Thomas Ayoob, da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, explica que os nutrientes da parte interna da pipoca são protegidos pela película do milho que estoura em alta temperatura. A pipoca não perde o valor nutritivo.


Mas a pipoca aprovada pela pesquisa não é a feita com muito óleo, muito sal e muita manteiga. Assim, a pipoca até fica saborosa mas, segundo os médicos, se torna prejudicial à saúde, por causa da grande quantidade de gordura e de sódio. Para se manter saudável, a forma de preparo é outra.


O doutor Ayoob diz que a pipoca com gordura exagerada, principalmente com manteiga, engorda e faz mal ao coração. Ele sugere a pipoca de forno micro-ondas com baixa quantidade de gordura e pouco sal. Ela também pode ser feita em uma máquina específica, que estoura o milho no ar quente, sem levar nenhuma gota de óleo. Se quiser eliminar totalmente a gordura, a sugestão é por o milho em um saco de papel, fechar com fita adesiva e levar ao micro-ondas. A pipoca estoura da mesma forma.


Assim, mais pura, ou com uma pequena quantidade de sal, ela pode ser aproveitada como um alimento para ser comido sem remorsos.



Autor: Lília Teles