A
decisão do governo federal de tornar a Copa de 2014 sustentável, aliando sua imagem à questão
ambiental, traz para os produtores orgânicos brasileiros oportunidades de
ampliação dos mercados consumidores e de expansão da produção.
O
tema será discutido no seminário Green Rio – Oportunidades e Desafios da Copa
de 2014, que o portal Planeta Orgânico promove hoje (23)
à tarde no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) no estado do Rio.
“O
foco desses seminários é ir levantando oportunidades em diferentes regiões do
estado, que possam atender a essa demanda que vai existir em função de
uma Copa orgânica e sustentável”, disse à Agência Brasil a diretora do Planeta Orgânico,
Maria Beatriz Martins Costa.
A
coordenadora do Centro Sebrae de Inteligência em Orgânicos, Sylvia
Wachsner, considera que a entrada dos alimentos orgânicos na programação da
Copa abre caminho para que o mesmo tratamento seja dado às Olimpíadas de 2016.
“Essa determinação governamental sinaliza para o crescimento da agricultura
orgânica no país, das informações para os produtores e das cadeias que
podem oferecer esses produtos”, disse ela.
O
foco será nas 12 cidades-sede dos jogos. Como nem todas essas cidades têm
produtores orgânicos, a ideia do governo é comprar os produtos de pequenos
agricultores localizados perto de cada sede da Copa, explicou Sylvia. “Sempre
tratando de comprar dos produtores que ficam próximos dos grandes centros, em
um raio de cento e tantos quilômetros. Isso é uma oportunidade enorme para os
produtores orgânicos, não só para os chamados produtos verdes, como para
produtos beneficiados, entre eles laticínios e grãos, para alimentação de
atletas e de visitantes”, acrescentou.
O
ideal, disse Sylvia, é que os alimentos orgânicos sejam oferecidos às pessoas
que vão assistir aos jogos, incluive aos turistas que virão ao Brasil para o
evento, nos supermercados. A ideia é “criar consciência e oferecer mais
produtos orgânicos”.
Maria
Beatriz reforçou que essa será uma grande oportunidade para os
restaurantes, hotéis e pousadas que estiverem envolvidos na iniciativa da Copa
orgânica e sustentável. Ela acredita que isso fará com que os empreendimentos
sejam divulgados em sites e campanhas que o governo vai apoiar. “Eles
vão ter uma espécie de selo, identificando que esse é um estabelecimento
que tem no seu cardápio, por exemplo, produtos orgânicos. Ou tem produtos do
comércio justo ou da agricultura familiar”.
Os
quatro indicadores que vão fazer parte da Copa são orgânicos, comércio
justo, agricultura familiar e produtos da biodiversidade. “Então,
na medida em que esses estabelecimentos estejam comercializando produtos que
tenham essa origem rastreada, eles vão fazer parte de uma divulgação que o
governo quer promover da Copa orgânica e sustentável”.
Maria
Beatriz estima que a demanda vai ser muito grande. O Ministério da Agricultura
deverá lançar, neste segundo semestre, dados estatísticos atualizados sobre a
produção orgânica no Brasil. Os últimos números indicam a existência de cerca
de 10 mil produtores. Para a diretora do Planeta Orgânico, a divulgação
vai estimular o setor.
Fonte: http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/08/23/copa-de-2014-cria-oportunidades-para-pequenos-produtores-de-alimentos-organicos/
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