Dez anos após o racionamento instaurado no país, quando o consumidor foi obrigado a reduzir 20% de seu consumo mensal de energia elétrica, estando sujeito a sobretaxas e cortes caso não atingisse a meta, o cenário brasileiro mudou positivamente quanto ao uso da eletricidade. Foi atingido um recorde no uso de fontes renováveis (47,3% de toda a energia consumida no país), empresas passaram a desenvolver cada vez mais tecnologias com eficiência energética e a população está mais preocupada com seus hábitos de consumo.
O resultado desse conjunto de ações é que, hoje, o país tem energia de sobra até 2014, de acordo com a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética). O levantamento mostra que o Brasil é capaz de suportar um aumento do consumo de até 7% ao ano, dado positivo, se considerado que a previsão para esta década é de que haja crescimento de 4,5% ao ano, acima da média global.
O modelo brasileiro de contenção vem sendo copiado por outros países, pois além de reverter o antigo cenário e torná-lo positivo, conseguiu mobilizar a população e a iniciativa privada de diferentes segmentos. Segundo estudo realizado pelo Instituto Akatu três anos após o apagão, em 2004, 94% da população já acreditava que economizar água e energia elétrica eram boas maneiras de preservar o meio ambiente. Além disso, 66% das pessoas consideravam-se dispostas a reduzir um pouco o padrão de vida para melhorar as condições do planeta.
Quatro anos após esse estudo, o país já alcançou o segundo lugar no ranking mundial de pessoas que aceitariam pagar mais por um produto que economizasse e trouxesse benefícios ambientais. Na pesquisa feita pela TNS Research International em mais de 17 países, perdemos apenas para a Tailândia, com 94% das pessoas que aceitam o aumento no custo.
Deste modo, muitas empresas investiram em produtos sustentáveis e mais eficazes na última década. Um exemplo é o desenvolvimento tecnológico de lâmpadas e outros componentes de iluminação, responsáveis por boa parte do consumo de eletricidade. É o caso das lâmpadas fluorescentes compactas e das LampLEDs, que chegam a economizar até 80% de energia elétrica e, por isso, devem substituir as incandescentes até 2016, quando, segundo decreto do Governo Federal, elas deverão ser banidas do mercado nacional.
Todos esses fatores, aliados ao otimismo sócio-econômico, mostram que o país deu passos firmes rumo ao seu crescimento nos últimos anos. E, quando o assunto é consumo, aprendemos que, com cada indivíduo fazendo a sua parte, podemos desenvolver novas práticas, conquistando resultados promissores para uma vida melhor e mais sustentável.
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1896/brasileiro_esta_mais_consciente_quanto_ao_consumo_de_energia_eletrica/
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